13 junho 2018

FICA 2018: Sons únicos do Passado e sua melancólica extinção


Por Reinaldo Canto*, especial para Envolverde – 
O impactante documentário italiano Dusk Chorus (Coros do Anoitecer) trata da incrível jornada do compositor Davi Monacchi para registrar os ruídos e melodias da selva profunda que estão se perdendo
Durante toda a história de nosso planeta foram registradas, segundo os cientistas, cinco grandes ciclos de extinção em massa de espécies, entre elas a que foi responsável pelo desaparecimento dos dinossauros. Poucos duvidam que não estejamos passando por uma nova e dolorosa onda de destruição da nossa rica biodiversidade. Desta vez, diferente das anteriores, a responsabilidade é de apenas uma espécie, nós humanos, algozes e vítimas da nossa própria ignorância.
Muito do que se tem perdido é absolutamente desconhecido da humanidade. Assim como o que esses seres representam para a vida na Terra, sua importância e singularidade.
Pois essa obra impressionante exibida na Mostra Competitiva do FICA 2018 aqui na cidade de Goiás nos lembra que na conta das inúmeras perdas está a sonoridade, a sinfonia de um mundo que nunca deveria deixar de existir.
Os diretores Nika Saravanja e Alessandro D´Emilia buscaram simplesmente retratar o trabalho abnegado do compositor eco-acústico (que podemos definir como de alguém que registra sons da natureza).
Monacchi adentra a selva amazônica em terras equatorianas consideradas por ele as mais ricas em biodiversidade no planeta e faz registros utilizando equipamento de alta tecnologia. Sua emoção contida não deixa de revelar em alguns momentos a sua profunda admiração pela riqueza sonora e em outras uma enorme tristeza, pois tem notado que no decorrer dos anos em que tem realizado essas pesquisas, os sons vão se tornando menos diversos.
O filme é apenas uma pequena parte de uma documentação exaustiva que Davi Monacchi chamou de Fragmentos da Extinção. Mais do que constatar o fenômeno da perda sonora, o que o compositor tenta fazer é captar determinados sons que, provavelmente, venham a ser únicos e que nunca mais possam ser captados em seu habitat natural.
São impressionantes os sons de árvores centenárias durante o período de seca e o silêncio da floresta diante da falta de chuvas, fenômeno que a pesquisa do compositor constatou e que tem se ampliado com o passar do tempo.
Existem diversas razões para assistir ao documentário. Ele merece ser visto por ser uma obra com uma abordagem absolutamente inédita da questão da perda da biodiversidade e também como reconhecimento ao amor e reverência que Davi Monacchi nutre por esses frágeis habitantes da floresta.
Vale destacar os agradecimentos que ele faz a população indígena que o auxilia na tarefa de reconhecer os sons de animais, pássaros e insetos.
Para Davi Monacchi seus registros deverão servir para que as futuras gerações possam tentar estudar e entender uma riqueza do passado que as atuais não souberam preservar.
Sinfonias naturais dando lugar a um silêncio desértico e profundamente vazio.
*Reinaldo Canto é diretor de projetos especiais e colunista da Envolverde.
(#Envolverde)

07 junho 2018

FICA 2018:

Renováveis sim, Alternativos não!


por Reinaldo Canto* especial para a Envolverde – 
Além de cinema e cultura festival debate temas ambientais contemporâneos
Hoje falar das novas energias que, bem, já não tão novas assim, não incomoda tanto quem atua na área do que chama-las de alternativas. “Isso até nos ofende”, afirmou Ney Maron de Freitas, da Maron Consultoria e representante da Abeeólica – a Associação Brasileira de Energia Eólica que ao lado de Rodrigo Pedroso, Conselheiro de Administração da Região Centro-Oeste e Distrito Federal da Absolar – Associação Brasileira Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica abriu as mesas de debate temáticos do FICA.
A indignação de Ney Maron se deve ao fato de que as altern…., ops, renováveis e limpas já serem uma realidade no país, mesmo que ainda muita gente ainda não consiga enxergar essa realidade, principalmente aqueles que insistem em usar o alternativas como referência.
De qualquer maneira a energia eólica já pode ser considerada uma realidade pelos números apresentados por Maron, entre eles, presença em 12 estados, mais de 520 parques instalados com 6.600 aerogeradores (ou aqueles cataventos gigantes se preferirem), já em operação. O setor já gera 13GW de potência (o Brasil todo possui hoje uma geração total de 152 GW). E, segundo Maron, temos tudo para crescer muito mais, “o Brasil tem o melhor vento do mundo”.
A realidade solar não é muito diferente para Rodrigo da Absolar, capacidade de captar a luz solar no Brasil também pode ser considerada a melhor do mundo, mas ainda representa uma pequena parte em relação a já foi conquistada pela energia eólica. “A pior insolação do Brasil ainda é 30% superior a melhor da Alemanha”, comemora o representante da Absolar.
Perguntado o porque da diferença entre o crescimento da energia eólica (13 GW instalados) bem superior ao já alcançado pela solar (1 GW), Rodrigo explica que, “anos atrás a tecnologia era mais cara, mas com o passar do tempo foi se tornando cada vez mais acessível”, segundo ele conta de 2011 para cá, o barateamento da tecnologia solar foi enorme e hoje já existem ao menos 400 empresas trabalhando nessa cadeia produtiva. O valor teria passado de 11 milhões de reais por megawatt em 2011 para 2,9 milhões de reais em 2018 por megawatt produzido e com tendência de continuar caindo.
Aliás, segundo Rodrigo, a solar já é a energia que mais gera empregos no mundo por gigawatt produzido.
Ele apresentou também o resultado de uma pesquisa feita pela Absolar que apurou que 89% dos brasileiros consultados gostariam de gerar energia nas suas próprias casas. “Se podemos escolher qual operadora de celular podemos ter, por exemplo, e não possa escolher quem fornece energia”. Lembrando que nesse quesito a energia solar possui enorme potencial para mini e micro geração.
O crescimento das novas energias requer mudanças de paradigma, visão de nossos gestores públicos e, claro apoio da sociedade que precisa entender seus benefícios para um futuro mais sustentável. O FICA está fazendo a sua parte! (#Envolverde)
  • O jornalista Reinaldo Canto é colunista e diretor de projetos especiais da Envolverde.


20º FICA: a perfeita combinação entre arte, cultura e sustentabilidade


Por Reinaldo Canto, especial para a Envolverde –
Festival internacional realizado na cidade de Goiás é aberto no dia mundial do meio ambiente com muita vitalidade. Boa notícia para os dias atuais!
Não tem sido fácil para ambientalistas e jornalistas que atuam na área relatar notícias e fatos positivos que envolvem o setor. Está aí o crescimento na ocorrência de crimes ambientais e a destacada atuação da bancada ruralista sempre ávida em desmontar rapidamente leis de proteção ambiental que levaram muitos anos para serem elaboradas.
A abertura nesta terça-feira, 05/06 Dia Mundial do Meio Ambiente da 20a edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, na belíssima cidade de Goiás, primeira capital do estado, é um fato alvissareiro não só por essa longevidade, mas pela importância que o tema ganhou na região. Hoje o FICA já é considerado por muitos o maior festival de cinema ambiental da América Latina,
O Cineteatro São Joaquim estava lotado de autoridades do estado em demonstração de prestígio, como também de pessoas da comunidade local. Maria do Rosário, moradora da cidade, disse que está empolgada com a mostra e que “quer saber mais sobre o tema ambiental e o que precisa fazer para melhorar seus hábitos”.
Até o próximo domingo 10, serão exibidos 101 filmes participantes de mostras diversas, inclusive a Mostra Competitiva da qual vão participar 21 filmes, 10 nacionais e 11 estrangeiros de 8 países diferentes.
O governador do estado, José Eliton fez uma declaração muito importante de apoio ao festival, principalmente ao destacar que a realização do FICA representa uma questão de estado e não de governo. Uma sinalização importante para o próximo mandatário nas eleições de outubro de que governos passam, mas os bons projetos precisam continuar.
O primeiro filme exibido ainda na noite de terça-feira foi o documentário/ficção Ex-Pajé dirigido e roteirizado pelo cineasta Luiz Bolognesi. O filme conta a história da tribo dos Paiter Suruí, que viveram isolados até 1969 na região que engloba os estados do Mato Grosso e de Rondônia.
Em vários locais a cidade de Goiás irá respirar cinema, cultura e meio ambiente durante toda uma semana. Vida longa ao FICA! (#Envolverde)

Semana do Meio Ambiente:
No sábado o Parque do Povo será cenário de várias ações que alertam para o descarte irregular do lixo e para a situação do Rio Pinheiros

A realização do evento está a cargo dos Movimentos Limpa Brasil e Volta Pinheiros, co-realização do Awaken Love e apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da capital

Próximo sábado, 09/06, a partir das 08:30hs – Parque do Povo

Concentração próxima a Marquise ao lado do Parque Infantil, acesso pelos portões 1 e 2



São Paulo, 28 de maio de 2018 – Apenas 2,5% das 3,5 milhões de toneladas de resíduos produzidas pela cidade de São Paulo são recicladas por ano. Em 2017, por exemplo, foram apenas 85 mil toneladas. Isso sem contar a enorme quantidade de lixo que acaba indo parar em terrenos baldios, ruas, córregos e rios. O nosso sofrido e poluído Rio Pinheiros é testemunha desse descaso. O pior é que muitos desses materiais descartados poderiam gerar emprego e renda, mas na verdade apenas contribuem para causar doenças, inundações e problemas ambientais.

O Limpa Brasil e o Volta Pinheiros organizaram uma série de atividades para adultos e crianças para chamar a atenção para essa triste realidade.

As atividades terão início a partir das 08:30hs da manhã no Parque do Povo, região oeste da capital paulista, próximo à Marginal Pinheiros. Estão convidados à participar das ações os frequentadores do parque, estudantes da FMU, alunos de ensino fundamental da Escola Municipal Alcides Gonçalves Etchegoyen Gen e colaboradores do CIEE

Veja mais abaixo a descrição de todas atividades.

A maior concentração se dará na abertura oficial e a partir das 11h na cápsula do tempo. Neste momento centenas de alunos de escolas da região vão escrever em faixas sobre como querem ver o Rio Pinheiros.

Durante a concentração dos estudantes e demais participantes da atividade serão repassadas orientações sobre como coletar os resíduos e também sobre a importância dessa ação para a vida de todos e por um meio ambiente mais saudável e equilibrado. Para Edilaine Muniz, coordenadora do Limpa Brasil, atos como esse realizados em vários locais do Brasil tem o objetivo de: “despertar a consciência das pessoas e começar a fazer uma mudança real tanto de hábitos de consumo como na maneira que enxergam os materiais que são descartados”.


Sobre o Limpa Brasil-Let’s do it!
A proposta do Movimento Limpa Brasil – Let’s do it! é criar uma nova cultura com relação ao descarte correto do lixo, além de incentivar a sociedade a limpar e manter as cidades limpas. Por esse motivo, um dos pontos mais importantes do evento é o envolvimento das escolas municipais, com a realização de palestras e seminários, dinâmicas de grupo e gincanas, capacitação de professores e a estruturação dos pontos de coleta de materiais recicláveis durante a semana de mobilização. Esse movimento gera um engajamento da comunidade local e incentiva a transformação de alunos, pais, parentes e profissionais envolvidos em agentes de mobilização, que alertam sobre os malefícios do descarte incorreto do lixo.



Programação:

8h30 Concentração
9h00 Abertura Oficial
9h30 – 11h atividades educativas
11h – Concentração intervenção Faixas
12h00 Finalização atividades – Enterramento Capsula do Tempo


 Atividades:



1.        Trilha da Reciclagem (Jardim dos sentidos) Trecho do Ratão:
Esconder resíduos, em um determinado trecho/trilha a ser percorrida, do parque de diferentes tipos, tamanhos e cores. As crianças passarão em silêncio por este local, observando e contando mentalmente quantos resíduos conseguir ver. Após observação, retornar ao local e recolher o lixo do chão. Feito isso, tirar um momento para a reflexão das consequências que o resíduo descartado incorreto traz ao meio ambiente / Rio Pinheiros e também, estimular os estudantes a pensarem no que os materiais coletados podem ser transformados.

2.      Arte / Pintura (Capivarinha):
Atividade na qual, os participantes pintarão o desenho da Capivarinha.

3.      Minhocário:
Breve exposição de como produzir um minhocario e quais seus benefícios.  Distri-tribuição de minhocas para o público presente.

4- Gincana:
Giscana e reflexão da reciclagem. Alunos correrão e se divertirão com ações educativas sobre reciclagem e descarte correto.

5- Cápsula do Tempo:
Como você quer o Rio Pinheiros em 2020? Compartilhe conosco e em 2020 saberemos quais os avanços. Compartilhe ainda nas redes sociais seu desejo.

6 – Palestra ODS:
 Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Abordar sobre as metas e objetivos que as ODS trazem e relacionar com o descarte correto dos resíduos

7 - Panorama da reciclagem:
Bate papo sobre o panorama da reciclagem no Brasil e em São Paulo. A interferência da falta de implementação de políticas públicas na logística reversa e as consequência do descarte incorreto nos rios e mares.

8- Tour no Parque
Passeio para conhecer o Parque e o funcionamento das áreas.




10. Mapeamento
App Mundial – World Clean Up Day – lançamento do mapeamento na cidade de São Paulo. Faremos mapeamento ao redor do Parque.

11. Mutirão de limpeza
Mutirão de limpeza no entorno do Parque.






06 junho 2018

UMA GRANDE CONQUISTA DA INICIATIVA VERDE!!!

Foto de Iniciativa Verde.

05 junho 2018


Biocicla na Virada Feminina:
Transformação de materiais é oportunidade para o empoderamento das mulheres

Diretora da Biocicla participa de Roda de Conversa sobre exemplos de mulheres que estão fazendo a diferença

A primeira edição da Virada Feminina foi realizada no domingo 27/05 na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, na capital paulista. Entre os mais importantes propósitos do encontro que reuniu milhares de pessoas é iniciar um Movimento Nacional e Internacional de fortalecimento e conexão de iniciativas de empoderamento feminino. 

Convidada à participar do evento, Jamile Balaguer Cruz, diretora da Biocicla, disse que entre os muitos objetivos do seu trabalho o empoderamento feminino e a geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade está em destaque. “A atuação da Biocicla faz um casamento muito equilibrado entre o socio e o ambiental”. Ela contou às dezenas de mulheres e homens presentes a sua apresentação que recebe mensalmente duas toneladas de roupas para serem transformadas em outras peças ao invés de serem descartadas. “A Economia Circular expande a vida desses materiais”.

Para Jamile, o trabalho realizado pela Biocicla atinge seis dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, entre eles, a erradicação da pobreza, a igualdade de gênero e a defesa do meio ambiente.



O convite para participar da Virada foi feito pela dra. Marta Livia Suplicy, Presidente Nacional do Movimento Libra (Liga das Mulheres Eleitoras no Brasil) e da Virada Feminina. Segundo ela, “é uma experiência incrível de grande impacto na vida das pessoas”. Marta espera que o projeto ganhe maior destaque e seja apoiado por prefeituras e entidades como o Sebrae. “Sem dúvida é um trabalho que precisa receber atenção e ser mais conhecido em todo o país”.