07 junho 2018

FICA 2018:

Renováveis sim, Alternativos não!


por Reinaldo Canto* especial para a Envolverde – 
Além de cinema e cultura festival debate temas ambientais contemporâneos
Hoje falar das novas energias que, bem, já não tão novas assim, não incomoda tanto quem atua na área do que chama-las de alternativas. “Isso até nos ofende”, afirmou Ney Maron de Freitas, da Maron Consultoria e representante da Abeeólica – a Associação Brasileira de Energia Eólica que ao lado de Rodrigo Pedroso, Conselheiro de Administração da Região Centro-Oeste e Distrito Federal da Absolar – Associação Brasileira Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica abriu as mesas de debate temáticos do FICA.
A indignação de Ney Maron se deve ao fato de que as altern…., ops, renováveis e limpas já serem uma realidade no país, mesmo que ainda muita gente ainda não consiga enxergar essa realidade, principalmente aqueles que insistem em usar o alternativas como referência.
De qualquer maneira a energia eólica já pode ser considerada uma realidade pelos números apresentados por Maron, entre eles, presença em 12 estados, mais de 520 parques instalados com 6.600 aerogeradores (ou aqueles cataventos gigantes se preferirem), já em operação. O setor já gera 13GW de potência (o Brasil todo possui hoje uma geração total de 152 GW). E, segundo Maron, temos tudo para crescer muito mais, “o Brasil tem o melhor vento do mundo”.
A realidade solar não é muito diferente para Rodrigo da Absolar, capacidade de captar a luz solar no Brasil também pode ser considerada a melhor do mundo, mas ainda representa uma pequena parte em relação a já foi conquistada pela energia eólica. “A pior insolação do Brasil ainda é 30% superior a melhor da Alemanha”, comemora o representante da Absolar.
Perguntado o porque da diferença entre o crescimento da energia eólica (13 GW instalados) bem superior ao já alcançado pela solar (1 GW), Rodrigo explica que, “anos atrás a tecnologia era mais cara, mas com o passar do tempo foi se tornando cada vez mais acessível”, segundo ele conta de 2011 para cá, o barateamento da tecnologia solar foi enorme e hoje já existem ao menos 400 empresas trabalhando nessa cadeia produtiva. O valor teria passado de 11 milhões de reais por megawatt em 2011 para 2,9 milhões de reais em 2018 por megawatt produzido e com tendência de continuar caindo.
Aliás, segundo Rodrigo, a solar já é a energia que mais gera empregos no mundo por gigawatt produzido.
Ele apresentou também o resultado de uma pesquisa feita pela Absolar que apurou que 89% dos brasileiros consultados gostariam de gerar energia nas suas próprias casas. “Se podemos escolher qual operadora de celular podemos ter, por exemplo, e não possa escolher quem fornece energia”. Lembrando que nesse quesito a energia solar possui enorme potencial para mini e micro geração.
O crescimento das novas energias requer mudanças de paradigma, visão de nossos gestores públicos e, claro apoio da sociedade que precisa entender seus benefícios para um futuro mais sustentável. O FICA está fazendo a sua parte! (#Envolverde)
  • O jornalista Reinaldo Canto é colunista e diretor de projetos especiais da Envolverde.


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