30 junho 2018


COORDENADORA DO LET´S DO IT VISITA O PAÍS E APOIA AÇÕES DO LIMPA BRASIL

Por Reinaldo Canto

Heidi Solba, responsável por coordenar e liderar ações e equipes de Desenvolvimento de Rede e Suporte no Let's Do It! no mundo todo manteve uma intensa agenda no Brasil para apoiar o Limpa Brasil, prestigiar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela equipe liderada por Edilaine Muniz e garantir o suporte de novas parcerias que garantam o sucesso do Clean Up Day (próximo 15/09 em todo o mundo). “Acreditamos que o Clean Up Day terá um alto impacto, esperamos a participação de muitas pessoas e contribuir para a mudança de hábitos em relação ao descarte e separação do lixo”. Nessa visita ao Brasil ela esteve acompanhada de Pal Martensson do Waste Zero, representado no país pelo Instituto Lixo Zero.

Heidi veio à São Paulo neste mês de junho e cumpriu vários compromissos durante uma semana inteira. Em visita a duas cooperativas a Yougreen e a Viver bem. Na Yougreen ela foi recepcionada pelo seu idealizador e diretor presidente, Roger Kotppl e pode conhecer a trajetória, sua evolução ao longo dos anos e toda a fábrica em suas fases da reciclagem. A coordenadora do Let´s do It conversou com os cooperados em sua maioria imigrantes africanos e conheceu as dificuldades enfrentadas por eles. Na Cooperativa Viver Bem ela pode constatar a realidade dos catadores no Brasil. “O que eles fazem tem um enorme impacto. Por isso, é muito importante empoderar o trabalho feito pelos catadores”, enfatizou Heidi.

Encontros com autoridades públicas também fizeram parte da agenda da coordenadora internacional do World Clean Up Day. O objetivo de falar com autoridades locais é para que o movimento possa obter grande sucesso em comunicar a importância do projeto, suas atividades e obter apoio e participação da população. “Quando as pessoas são chamadas para a ação prática se torna mais fácil conscientizar sobre o que representa o lixo e sobre os problemas causados por ele”.
O secretário adjunto do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Ricardo Viegas, recebeu os representantes do movimento no Brasil e se comprometeu a dar apoio às ações no dia 15/09. Segundo ele apontou a parceria com o Limpa Brasil deverá perdurar até o final da atual gestão.

O prefeito da capital Bruno Covas também sinalizou as secretarias da cidade à disposição para colaborar no evento de alcance mundial.  Ficou estabelecido que o Limpa Brasil irá auxiliar a administração municipal na gestão estratégica dos resíduos sólidos em São Paulo e, em especial, na mobilização comunitária.



Já na reunião realizada na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o então secretário Mauricio Brusadin, sugeriu que o Limpa Brasil integre o tema Resíduos Sólidos do PMVA – Programa Município Verde Azul que atua na eficiência da gestão ambiental nas cidades e também esteja presente na colaboração ao Programa Estadual Verão do Clima com forte atuação no litoral de São Paulo.

“As cidades no mundo todo tem crescido, cada vez mais pessoas vivem em espaços urbanos e o problema do lixo tem aumentado, pois os sistemas de coleta não estão dando conta do crescimento da população, principalmente, nos países em desenvolvimento”, explicou Heidi Solba.

Entre os muitos problemas da atualidade, um dos mais sérios e preocupantes é o excesso de lixo no Brasil e no mundo. Segundo o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - a produção de lixo no mundo deve ter um aumento das atuais 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas por ano até 2025. O pior é que boa parte desse material acaba por ser despejado em lugares impróprios como rios, lagos e terrenos baldios trazendo consequências danosas para o meio ambiente e para a saúde das pessoas. Diante da gravidade do problema, a gestão dos resíduos, a reciclagem e o descarte correto de materiais se torna urgente e imprescindível.

“É possível mudar essa realidade, não é uma ilusão”, afirma Pal Martensson, do Waste Zero. Ele explica que há 10, 15 anos atrás quando ele começou a falar sobre lixo era chamado de idealista e até estúpido, “mas hoje mais e mais organizações, empresas, municípios e órgãos governamentais tem trabalhado em prol da redução do lixo”, completa Pal.

Heidi Solba concorda com Pal e cita o exemplo de alguns brasileiros que tem se recusado a usar plástico, mas ressalta que o caminho ainda é longo, “vi muita garrafa plástica e pessoas andando com muitas sacolas plásticas de supermercado em São Paulo” e conclui que o engajamento dos jovens é muito importante, “temos que mudar a atitude dos jovens nas escolas, mostrar a eles que não precisam de canudos, nem sacolas plásticas”.
Sobre o resultado da visita Heidi foi enfática ao afirmar que estabelecer parcerias é fundamental, “o movimento só pode crescer com apoios de setores diversos da sociedade e de organizações como o Waste Zero”.    

O Movimento Limpa Brasil Let´s do it! já realizou diversas ações no país nos últimos anos. Desde fevereiro vem executando ações preparativas para o Dia Mundial de Limpeza nas cidades de Salvador, Recife, e São Paulo, conseguindo assim fechar parcerias com grandes grupos de atuação nacional para ajudar com a mobilização e ações para o dia 15 de setembro. A exemplo dos Escoteiros do Brasil, Lions, Teoria Verde, Movimento Lixo Zero, Ecosuf.  O que já nos ajudou a já integrar outras cidades do País para o grande dia D, podemos citar Espirito Santo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Distrito Federal, São Vicente, Florianópolis, entre outras.  Logo após Copa, iniciaremos uma forte comunicação convidando as pessoas para baixarem o App worldcleanup, aplicativo mundial para o mapeamento dos pontos de lixo do mundo e após, para participarem nas suas cidades dos mutirões de limpeza
A primeira fase do projeto segue até setembro quando pessoas de 150 países estarão nas ruas limpando suas cidades. A Segunda fase inicia-se no dia 16 de setembro quando será iniciada uma nova fase da campanha de engajamento da população mundial em manter limpa suas cidades.
Temos um longo trabalho pela frente e bem desafiador no Brasil, pois, sabemos que não conseguiremos limpar nossos pontos te lixo em um único dia, mais, sabemos que informação agregada a ações práticas podem gerar grandes transformações. Levar informação para engajamento da sociedade sobre a importância do descarte correto, iniciando pela simples atitude de deixar de jogar lixos nas ruas é nosso maior desafio, porém após anos de ações de engajamento da sociedade, acreditamos veementemente que estamos no caminho certo, cada vez mais temos retorno da sociedade entendendo seu papel quanto ao cuidado e a preservação do meio ambiente precisamos somente de mais investimento para que possamos atrelar a conscientização a praticas diárias.
Mais informações:  www.limpabrasil.org

Clean Up Day World – 15.9.2018 (150 países participando)

É um evento de união da comunidade global para conscientizar e implementar mudanças verdadeiras para um planeta limpo e saudável. É promovido pelo maior movimento mundial de cidadania e cuidado com o meio ambiente, o Let´s do It!
Por que ele acontece?
Porque queremos um mundo mais limpo. Já imaginou um mundo SEM LIXO!? Nós queremos mudar a realidade atual do lixo no mundo.
Quem participa das ações?
Um dos pontos mais importantes do evento é o envolvimento das escolas municipais com a realização de palestras e seminários, dinâmicas de grupo e gincanas, capacitação de professores e a estruturação dos pontos de coleta de materiais recicláveis durante a semana de mobilização. Esse movimento gera um engajamento da comunidade local e incentiva a transformação de alunos, pais, parentes e profissionais envolvidos em agentes de mobilização, que alertam sobre os malefícios do descarte incorreto do lixo.
Um exemplo de ação educacional com forte engajamento social foi a campanha “Sou Catador”, desenvolvida especialmente para o movimento, que reuniu vários artistas e formadores de opinião, como Chico Buarque, Milton Nascimento, Marília Pera, Seu Jorge, Alice Braga, Lenine, Cássio Reis, Darlan Cunha, Marina Person, Didi Wagner e Marisa Orth, além do “embaixador” do Limpa Brasil – Let’s do it!, Tião Santos. Tião é presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis e protagonista do documentário “Lixo Extraordinário”, ao lado do artista plástico Vik Muniz.

O Let’s do it!  Maior movimento de conscientização do mundo realizado aqui no Brasil pelo Limpa Brasil - Let's do it!  Assista: (https://www.youtube.com/watch?v=ucE4quTKzqc)


Sobre o Limpa Brasil-Let’s do it!

A proposta do Movimento Limpa Brasil – Let’s do it! é criar uma nova cultura com relação ao descarte correto do lixo, além de incentivar a sociedade manter as cidades limpas. Por esse motivo,

Realizado desde 2011, o programa, que atualmente funciona aliado a um ambicioso projeto de educação ambiental, já visitou 22 cidades brasileiras e envolveu mais de 180 mil voluntários. Recolheu cerca de três mil toneladas de material reciclável que foram doados às cooperativas de materiais recicláveis, gerando trabalho e renda para milhares de famílias.



28 junho 2018

CARTA PELO NÃO USO POLÍTICO DA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE


Hoje pela manhã no Palácio dos Bandeirantes, o governador Marcio França recebeu uma Carta Aberta assinada por diversas organizações ambientais e pelo Movimento Mais Florestas Pra São Paulo solicitando o não uso político da Secretaria de Meio Ambiente do Estado e de órgãos técnicos do setor. Confira:
Carta aberta ao Governador Marcio França
O Estado de São Paulo possui a tradição de ter uma política para o Meio Ambiente, muitas vezes pioneira no Brasil. São exemplos, o Conselho Estadual de Meio Ambiente, o ICMS Ecológico, o Sistema de Recursos Hídricos, os órgãos técnicos de pesquisa, de fiscalização e de gestão.
Ultimamente este protagonismo tem sido afetado pela instabilidade na gestão, pela troca constante de secretários e dirigentes.
Na atual gestão no Governo do Estado iniciada em 2015 já tivemos três secretários, seis diretores executivos da Fundação Florestal, além da substituição de diversos outros cargos importantes no setor ambiental.
Em grande parte, essas trocas não se deveram a questões de gestão ou técnica, mas a arranjos políticos partidários pontuais.
A recente substituição do Secretário Mauricio Brusadin conforme noticiado é mais um desses tristes exemplos.
Pelo histórico recente, com o acúmulo de efeitos na administração do sistema, pelo curto prazo remanescente de mandato, uma nomeação política deve agravar os efeitos negativos desta situação, colocando em risco o bom desempenho da missão institucional da Secretaria de Meio Ambiente.
Assim as entidades abaixo vêm se manifestar reivindicando que a condução do Sistema Ambiental Paulista seja feita por quadros técnicos capacitados e comprometidos com a questão ambiental, de maneira a não comprometer diversos processos em andamento, como a elaboração de Planos de Manejo de Unidades de Conservação, a regulamentação do Programa de Regularização Ambiental, dentre outros.
ABONG SP
AMIGOS DA TERRA
COPAÍBA
CUNHAMBEBE
IMAFLORA
INICIATIVA VERDE
IPÊ
ISA
MOVIMENTO MAIS FLORESTAS PRA SÃO PAULO
REDE DE ONGs DA MATA ATLÂNTICA - SP
SOS MATA ATLÂNTICA

18 junho 2018


ENCONTRO DE LIDERANÇAS FEMININAS DESTACA PROJETOS DE EMPODERAMENTO E GERAÇÃO DE RENDA

Diretora da Biocicla apresenta exemplo de modelo circular para tratamento de resíduos

No domingo, 10/06 foi realizado na cidade de Lourdes, região de Araçatuba, no interior do estado de São Paulo, 1º Encontro de Lideranças Femininas de Lourdes e Região organizado pela Prefeita Gisele Tonchis.

O evento contou com a presença de 28 prefeitas e prefeitos e cerca de outros 120 participantes, entre gestoras públicas, vice-prefeitas, vereadoras, primeiras-damas e também... representantes masculinos.
O objetivo do encontro foi o de discutir o papel da mulher frente aos principais desafios atuais da humanidade na política, saúde, meio ambiente, empreendedorismo e violência referente ao ODS 5 - Igualdade de Gênero da ONU.

Presença destacada da Biocicla





Após o sucesso da participação da Biocicla na Virada Feminina há duas semanas na Assembléia Legislativa, as dras. Marta Livia Suplicy, Presidente Nacional do Movimento Libra (Liga das Mulheres Eleitoras no Brasil) e Dalva Christofoletti - Fundadora CNM - APM - MMM convidaram Jamile Balaguer Cruz diretora da Biocicla para também apresentar a empresa no encontro de Lourdes.

Jamile aproveitou para falar da Agenda 2030 e dos ODSs (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) aprofundando a discussão sobre a Economia Circular (Um modelo econômico reorganizado, focado na coordenação dos sistemas de produção e consumo em circuitos fechados).
“Ressaltei a importância das prefeituras na implementação da Politica Nacional de Resíduos Sólidos desenvolvendo soluções locais de tratamento de resíduos”, afirmou Jamile. “Existem muitas oportunidades de novos negócios baseados na implementação da Lei 12.305/2010 que estabelece os parâmetros de um modelo circular”, ressalta ela. O artigo 9º da lei, por exemplo, define que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geraçãoreduçãoreutilizaçãoreciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. 

O trabalho da Biocicla representa bem os primados da Economia Circular e as suas diversas soluções para tratar resíduos têxteis e gerar emprego e renda para famílias de baixa renda, mas principalmente, para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Conheça mais o trabalho da Biocicla: www.biocicla.com.br


15 junho 2018


Workshop discute os 6 anos do Código Florestal com a imprensa
Encontro apresentou resultados da pesquisa do IBOPE, lançamento de livro e cartilhas

São Paulo, 14 de junho de 2018 – Na manhã de terça-feira, dia 12 de junho de 2018, foi realizado em São Paulo o workshop “Código Florestal, a Lei que pegou!” apresentando dados atuais e propostas para o futuro da Lei de proteção da vegetação natural brasileira. O evento foi organizado pelo Observatório do Código Florestal, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, WWF-Brasil, Iniciativa Verde e Envolverde/Carta Capital, e contou com o apoio da Norad.

No primeiro bloco, foi apresentado o Termômetro do Código Florestal, aplicativo para celular, desenvolvido pelo Observatório, para monitorar a regularidade ambiental do meio ambiente rural e a implantação da Lei. A ferramenta analisa dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e disponibiliza informações sobre outros instrumentos relacionados ao Código, como o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA). Laura Braga, IPAM, explica: “acessamos os dados do Sicar, agregamos informações, analisamos e disponibilizamos as análises no aplicativo”. Segundo Laura Braga, no segundo semestre deste ano, será lançada uma nova versão da ferramenta.
Durante o encontro, foram lançados os resultados da pesquisa “Consumo e o Código Florestal”, realizada pelo IBOPE e a Rede Conhecimento Social, nas 5 regiões do País, para identificar como a sociedade percebe o Código Florestal. A pesquisa dispõe de várias informações relevantes que podem contribuir mobilizando a sociedade para a implantação da Lei, como o fato de que, frente às questões ambientais, a população não se preocupa tanto com o desmatamento, mas sim com a poluição do ar e das águas. Segundo Cristina Amorim, Coordenadora de comunicação do IPAM, “a faixa mais jovem da população vem extremamente consciente, lembrando que esta faixa mais jovem em pouco tempo será a faixa que terá maior capacidade de compra” comenta Cristina.



No workshop os professores Ely Bergo de Carvalho (UFMG), Raoni Rajão (Lagesa/UFMG) e a secretária executiva do Observatório, Roberta del Giudice, lançaram o livro “Uma breve História do Código Florestal – Parte 1”, que de forma concisa traz a história da legislação florestal brasileira desde suas raízes em Portugal até 1979. Segundo os autores, no século XIX e XX já existia a preocupação com a conservação dos recursos naturais para a garantia da estabilidade e crescimento econômico. “No Código Florestal do Paraná, em 1907, já se fala sobre a importância de proteger as florestas em defesa dos solos. Já se tinha conhecimento de que o desmatamento pode secar os rios, mudar o clima, prejudicar os solos” comentou Rajão. Carvalho afirmou que os primeiros códigos foram criados fundamentalmente para otimizar a produção no campo, a manutenção da indústria madeireira, os regimes de chuva, a preservação do solo, sem preocupações ambientais românticas. Para Roberta del Giudice, “a ciência aponta que há necessidade de proteção ambiental, são editadas normas de proteção. Contudo, para a manutenção do status quo,  ocorre uma pressão, que leva a redução da proteção conferida. Isso pode ser verificado em toda a história da legislação florestal”, comenta Roberta.

No terceiro bloco do evento, o pesquisador Gerd Sparovek (ESALQ/USP) apresentou o projeto ImplantaCF, que propõe uma forma eficiente de implantar o Código Florestal, estruturada em informações disponíveis, com foco no Estado de São Paulo. A proposta é otimizar os projetos de restauração no estado, de forma democrática e com forte embasamento científico, proporcionando de forma eficiente a regularização ambiental dos imóveis rurais no estado. Segundo Sparovek, “no Brasil vemos que 50% do déficit ambiental está concentrado em 0,3% das propriedades rurais. Se eu sei exatamente onde são estas regiões quentes, onde há uma grande concentração de déficit, é possível gerar soluções de baixo custo, concentrando investimentos e gerando toda uma economia florestal que o Código fomenta, compatibilizando assim ganhos ambientais e sociais, com a atividade econômica”.

No mesmo bloco, Frederico Machado, WWF Brasil, abordou como o mecanismo de compensação ambiental fora da propriedade rural pode garantir as facilidades ao produtor que tem passivo e ganhos em conservação, o que está detalhado no documento “Oportunidades e desafios de conservação na regularização ambiental das propriedades rurais”. “Dos 20 milhões de hectares de passivo ambiental no Brasil, 22% está em Áreas de Proteção Permanente, e 78% em Reservas Legais”, afirmou Machado.
Roberto Resende, Iniciativa Verde, falou sobre a implementação do Programa de Regularização Ambiental em São Paulo. Resende apresentou o histórico do PRA paulista, em processo conturbado e emperrado pela aprovação de uma norma incompatível com o Código Florestal federal e pela judicialização daí decorrente. “A definição dos critérios para aplicação da Lei deve garantir o melhor ganho ambiental e social, aliado às questões econômicas, para que, caso essa influência venha a se confirmar, que seja positiva” comenta Resende.


 
No último bloco, foi lançada a cartilha Caminhos Sustentáveis da Pecuária, desenvolvido pela Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, com o objetivo de dialogar com o produtor rural, por meio de uma linguagem clara para difundir a compreensão das normas do Novo Código Florestal. Segundo Pedro Burnier, a cartilha é uma ferramenta voltada ao produtor, que deseja se regularizar e produzir de modo sustentável, e atender ao consumidor, que busca por produtos livres de desmatamento. “É uma cartilha que traz ao produtor rural coisas positivas com a adequação à lei, mas também alguns alertas sobre o não cumprimento, como as multas”.
O jornalista Reinaldo Canto, Envolverde e Carta Capital, apresentou os obstáculos em se comunicar temas ambientais no Brasil. O desafio de colocar na pauta da sociedade a proteção das florestas, como condição primordial para o nosso futuro, é cada vez mais urgente. Segundo Canto, “se a perda da biodiversidade já deveria ser suficiente para sensibilizar jornalistas, as mudanças climáticas e a crise hídrica evidenciam ainda mais a necessidade da preservação e da recuperação florestal, cabendo aos nossos veículos de comunicação abordagens permanentes”.

As apresentações, resultados da pesquisa Consumo e o Código Florestal, o livro Uma breve História do Código Florestal – Parte 1, o documento Compensação Prioritária:  fundamental para ampliar os ganhos em conservação com a implantação do Código Florestal, a cartilha Caminhos Sustentáveis da Pecuária e o vídeo completo do encontro já estão disponíveis no site do Observatório.

Sobre o Observatório do Código Florestal: Criado em 2013, o Observatório do Código Florestal é uma rede formada por 28 instituições, que monitora a implantação da nova Lei Florestal (Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012), com a intenção de gerar dados e massa crítica que colaborem com a potencialização dos aspectos positivos e a mitigação de seus aspectos negativos da nova Lei Florestal e evitar novos retrocessos. http://www.observatorioflorestal.org.br/

Informações à imprensa:
(21) 99355-3799


Comunidade se mobiliza para ter o Rio Pinheiro vivo e sem lixo

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Reinaldo Canto é jornalista e diretor da Envolverde
Movimentos Limpa Brasil e Volta Pinheiros realizaram uma grande ação com mais de 300 estudantes e voluntários no sábado, 09/06, no Parque do Povo, região oeste de São Paulo.
Uma série de atividades foi preparada para alertar sobre a urgência de se reciclar resíduos que muitas vezes são descartados de maneira irregular e que poderiam gerar renda. A ação também chamou atenção para a triste realidade do Rio Pinheiros que diariamente recebe toneladas de lixo e esgoto não tratado.
Apenas 2,5% das 3,5 milhões de toneladas de resíduos produzidas pela cidade de São Paulo são recicladas por ano. Em 2017, por exemplo, foram apenas 85 mil toneladas. Isso sem contar a enorme quantidade de lixo que acaba indo parar em terrenos baldios, ruas, córregos e rios. O nosso sofrido e poluído Rio Pinheiros é testemunha desse descaso. O pior é que muitos desses materiais descartados poderiam gerar emprego e renda, mas na verdade apenas contribuem para causar doenças, inundações e problemas ambientais.
Mas nada melhor do que tratar um tema tão triste com atividades lúdicas para a garotada se conscientizar e trabalhar para a mudança dessa realidade.
Logo às 08:30hs, no sábado ensolarado, um simpático coco gigante foi inflado para acompanhar as dinâmicas. A garotada recebeu uma série de orientações sobre a importância de não jogar lixo na rua e sobre a importância da reciclagem. Participaram de gincanas e por fim, depositaram numa cápsula do tempo mensagens sobre quais notícias esperam ler em 2020 sobre o Rio Pinheiros. Não faltou otimismo nessas mensagens. O que a criançada mais espera no futuro é que o Pinheiros esteja limpo, com peixes, que se transforme em um parque fluvial com as famílias ocupando suas margens e até passeando de barco por suas águas.
Marcelo Reis, coordenador do Volta Pinheiros afirmou que o objetivo principal da ação é chamar à atenção das autoridades para que ajam em prol do rio. Já Edilaine Muniz, coordenadora do Movimento Limpa Brasil/Let´s do It, a limpeza do Rio Pinheiros, assim como de outros rios de São Paulo, só será possível quando todos participarem e contribuírem com esses esforços, inclusive, não jogando lixo e destinando corretamente resíduos para reciclagem. “Muitos materiais vão parar no rio agravando o aumento de sua poluição quando poderiam estar gerando riqueza e renda para muitas famílias”.
Durante o evento foi lançado o aplicativo “Worldcleanup”, que faz parte de ação internacional para engajar pessoas no apoio a ações de limpeza nas cidades. O aplicativo tem como função mapear os pontos de lixo, descartados de forma incorreta, volumes pequenos ou grandes, em qualquer local da cidade e, para que após, sejam limpos até o dia 15/09 – Dia Mundial da Limpeza. Basta fotografar esse material para identifica-lo.




Segundo Frederico Rocha Duarte, que coordenou o lançamento com vários voluntários que partiram para “caçar” descartes de lixos e entulhos nas imediações do Parque do Povo, “A experiência proposta possibilita que qualquer um que tenha o aplicativo colabore, seja através da criação de um ponto de lixo ou limpando um ponto demarcado.” Além do escopo de identificar/limpar o lixo descartado incorretamente, o aplicativo viabiliza a criação de um banco de dados de descarte incorreto de lixo com abrangência global. A relevância dessas informações consiste no que a coordenação mundial do Let’s do It chamou de “Keep It Clean! Plan”, ou em tradução livre o Plano da Manutenção da Limpeza. “É o poder da ciência cidadã, isso só seria possível com a participação ativa da população” afirma Frederico. (#Envolverde)

13 junho 2018

FICA 2018: Sons únicos do Passado e sua melancólica extinção


Por Reinaldo Canto*, especial para Envolverde – 
O impactante documentário italiano Dusk Chorus (Coros do Anoitecer) trata da incrível jornada do compositor Davi Monacchi para registrar os ruídos e melodias da selva profunda que estão se perdendo
Durante toda a história de nosso planeta foram registradas, segundo os cientistas, cinco grandes ciclos de extinção em massa de espécies, entre elas a que foi responsável pelo desaparecimento dos dinossauros. Poucos duvidam que não estejamos passando por uma nova e dolorosa onda de destruição da nossa rica biodiversidade. Desta vez, diferente das anteriores, a responsabilidade é de apenas uma espécie, nós humanos, algozes e vítimas da nossa própria ignorância.
Muito do que se tem perdido é absolutamente desconhecido da humanidade. Assim como o que esses seres representam para a vida na Terra, sua importância e singularidade.
Pois essa obra impressionante exibida na Mostra Competitiva do FICA 2018 aqui na cidade de Goiás nos lembra que na conta das inúmeras perdas está a sonoridade, a sinfonia de um mundo que nunca deveria deixar de existir.
Os diretores Nika Saravanja e Alessandro D´Emilia buscaram simplesmente retratar o trabalho abnegado do compositor eco-acústico (que podemos definir como de alguém que registra sons da natureza).
Monacchi adentra a selva amazônica em terras equatorianas consideradas por ele as mais ricas em biodiversidade no planeta e faz registros utilizando equipamento de alta tecnologia. Sua emoção contida não deixa de revelar em alguns momentos a sua profunda admiração pela riqueza sonora e em outras uma enorme tristeza, pois tem notado que no decorrer dos anos em que tem realizado essas pesquisas, os sons vão se tornando menos diversos.
O filme é apenas uma pequena parte de uma documentação exaustiva que Davi Monacchi chamou de Fragmentos da Extinção. Mais do que constatar o fenômeno da perda sonora, o que o compositor tenta fazer é captar determinados sons que, provavelmente, venham a ser únicos e que nunca mais possam ser captados em seu habitat natural.
São impressionantes os sons de árvores centenárias durante o período de seca e o silêncio da floresta diante da falta de chuvas, fenômeno que a pesquisa do compositor constatou e que tem se ampliado com o passar do tempo.
Existem diversas razões para assistir ao documentário. Ele merece ser visto por ser uma obra com uma abordagem absolutamente inédita da questão da perda da biodiversidade e também como reconhecimento ao amor e reverência que Davi Monacchi nutre por esses frágeis habitantes da floresta.
Vale destacar os agradecimentos que ele faz a população indígena que o auxilia na tarefa de reconhecer os sons de animais, pássaros e insetos.
Para Davi Monacchi seus registros deverão servir para que as futuras gerações possam tentar estudar e entender uma riqueza do passado que as atuais não souberam preservar.
Sinfonias naturais dando lugar a um silêncio desértico e profundamente vazio.
*Reinaldo Canto é diretor de projetos especiais e colunista da Envolverde.
(#Envolverde)

07 junho 2018

FICA 2018:

Renováveis sim, Alternativos não!


por Reinaldo Canto* especial para a Envolverde – 
Além de cinema e cultura festival debate temas ambientais contemporâneos
Hoje falar das novas energias que, bem, já não tão novas assim, não incomoda tanto quem atua na área do que chama-las de alternativas. “Isso até nos ofende”, afirmou Ney Maron de Freitas, da Maron Consultoria e representante da Abeeólica – a Associação Brasileira de Energia Eólica que ao lado de Rodrigo Pedroso, Conselheiro de Administração da Região Centro-Oeste e Distrito Federal da Absolar – Associação Brasileira Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica abriu as mesas de debate temáticos do FICA.
A indignação de Ney Maron se deve ao fato de que as altern…., ops, renováveis e limpas já serem uma realidade no país, mesmo que ainda muita gente ainda não consiga enxergar essa realidade, principalmente aqueles que insistem em usar o alternativas como referência.
De qualquer maneira a energia eólica já pode ser considerada uma realidade pelos números apresentados por Maron, entre eles, presença em 12 estados, mais de 520 parques instalados com 6.600 aerogeradores (ou aqueles cataventos gigantes se preferirem), já em operação. O setor já gera 13GW de potência (o Brasil todo possui hoje uma geração total de 152 GW). E, segundo Maron, temos tudo para crescer muito mais, “o Brasil tem o melhor vento do mundo”.
A realidade solar não é muito diferente para Rodrigo da Absolar, capacidade de captar a luz solar no Brasil também pode ser considerada a melhor do mundo, mas ainda representa uma pequena parte em relação a já foi conquistada pela energia eólica. “A pior insolação do Brasil ainda é 30% superior a melhor da Alemanha”, comemora o representante da Absolar.
Perguntado o porque da diferença entre o crescimento da energia eólica (13 GW instalados) bem superior ao já alcançado pela solar (1 GW), Rodrigo explica que, “anos atrás a tecnologia era mais cara, mas com o passar do tempo foi se tornando cada vez mais acessível”, segundo ele conta de 2011 para cá, o barateamento da tecnologia solar foi enorme e hoje já existem ao menos 400 empresas trabalhando nessa cadeia produtiva. O valor teria passado de 11 milhões de reais por megawatt em 2011 para 2,9 milhões de reais em 2018 por megawatt produzido e com tendência de continuar caindo.
Aliás, segundo Rodrigo, a solar já é a energia que mais gera empregos no mundo por gigawatt produzido.
Ele apresentou também o resultado de uma pesquisa feita pela Absolar que apurou que 89% dos brasileiros consultados gostariam de gerar energia nas suas próprias casas. “Se podemos escolher qual operadora de celular podemos ter, por exemplo, e não possa escolher quem fornece energia”. Lembrando que nesse quesito a energia solar possui enorme potencial para mini e micro geração.
O crescimento das novas energias requer mudanças de paradigma, visão de nossos gestores públicos e, claro apoio da sociedade que precisa entender seus benefícios para um futuro mais sustentável. O FICA está fazendo a sua parte! (#Envolverde)
  • O jornalista Reinaldo Canto é colunista e diretor de projetos especiais da Envolverde.


20º FICA: a perfeita combinação entre arte, cultura e sustentabilidade


Por Reinaldo Canto, especial para a Envolverde –
Festival internacional realizado na cidade de Goiás é aberto no dia mundial do meio ambiente com muita vitalidade. Boa notícia para os dias atuais!
Não tem sido fácil para ambientalistas e jornalistas que atuam na área relatar notícias e fatos positivos que envolvem o setor. Está aí o crescimento na ocorrência de crimes ambientais e a destacada atuação da bancada ruralista sempre ávida em desmontar rapidamente leis de proteção ambiental que levaram muitos anos para serem elaboradas.
A abertura nesta terça-feira, 05/06 Dia Mundial do Meio Ambiente da 20a edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, na belíssima cidade de Goiás, primeira capital do estado, é um fato alvissareiro não só por essa longevidade, mas pela importância que o tema ganhou na região. Hoje o FICA já é considerado por muitos o maior festival de cinema ambiental da América Latina,
O Cineteatro São Joaquim estava lotado de autoridades do estado em demonstração de prestígio, como também de pessoas da comunidade local. Maria do Rosário, moradora da cidade, disse que está empolgada com a mostra e que “quer saber mais sobre o tema ambiental e o que precisa fazer para melhorar seus hábitos”.
Até o próximo domingo 10, serão exibidos 101 filmes participantes de mostras diversas, inclusive a Mostra Competitiva da qual vão participar 21 filmes, 10 nacionais e 11 estrangeiros de 8 países diferentes.
O governador do estado, José Eliton fez uma declaração muito importante de apoio ao festival, principalmente ao destacar que a realização do FICA representa uma questão de estado e não de governo. Uma sinalização importante para o próximo mandatário nas eleições de outubro de que governos passam, mas os bons projetos precisam continuar.
O primeiro filme exibido ainda na noite de terça-feira foi o documentário/ficção Ex-Pajé dirigido e roteirizado pelo cineasta Luiz Bolognesi. O filme conta a história da tribo dos Paiter Suruí, que viveram isolados até 1969 na região que engloba os estados do Mato Grosso e de Rondônia.
Em vários locais a cidade de Goiás irá respirar cinema, cultura e meio ambiente durante toda uma semana. Vida longa ao FICA! (#Envolverde)