21 novembro 2012

Os Desafios da Cobertura Ambiental e suas principais diferenças em relação às Pautas Tradicionais


Dia 01 de dezembro, sábado, das 9h00 às 18h00
O curso busca aprimorar a visão dos estudantes e profissionais de jornalismo e comunicação para a nova realidade ambiental. Entre os temas a serem enfocados estão: recursos naturais, energia, água, desperdício de alimentos, as novas leis ambientais, mobilidade urbana, qualidade de vida, entre outros.
Docente: Reinaldo Canto é jornalista há 31 anos  com passagens pelas principais empresas de televisão e rádio do Brasil. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos de Responsabilidade Social. Colaborador da Envolverde e colunista da Carta Capital.
O curso contará com a participação do jornalista Henrique Andrade Camargo, diretor de redação do Mercado Ético (portal online focado em Sustentabilidade) com o tema “Novas tecnologias para trabalhar com Sustentabilidade”.
Vagas: 30
Horário: 9h00 às 18h00 (com intervalo de 1 hora para almoço)

Local do curso: Auditório Vladimir Herzog, sede do Sindicato, Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja (próximo ao metrô República)

Os interessados deverão encaminhar e-mail para cursos@sjsp.org.br
solicitando a pré-inscrição. No e-mail deverá constar nome completo, formação (curso, faculdade e ano que se formou), MTb (se possuir) e telefones para contato. Os estudantes deverão informar a faculdade e o período/semestre que estão cursando
A pré-inscrição garante a vaga até 23/11/2012, último dia para pagamento.
Valores:
Para jornalistas sindicalizados e estudantes de Jornalismo pré-sindicalizados
R$ 120,00 à vista ou 2 de R$ 60,00

Para jornalistas, estudantes de Jornalismo não sindicalizados e demais interessados
R$ 180,00 à vista ou 2 de R$ 90,00

Obs.: Despesa com almoço é por conta do participante

Atenção: Poderá ser oferecido desconto para grupos.
Consulte o Departamento de Cursos.

ATENÇÃO
Os que já participaram dos cursos (EXCETO das atividades gratuitas: seminários, cursos e palestras) têm direito a desconto, consulte a tabela com o Departamento de Formação

Para pagamento:
No Sindicato: Rua Rego Freitas, 530 - Sobreloja, de segunda à sexta, das 9h15 às 12h00 ou das 13h15 às 17h45

ou depósito bancário: Santander - Agência 0083 - Conta Corrente 13.001.669/9
Favorecido: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo,
CNPJ 62.584.230/0001-00

Importante: Enviar o comprovante para cursos@sjsp.org.br ou para o fax (11) 3217 6299 ramal 6240.
Atenção: Optando pelo pagamento parcelado, entregar o cheque pré-datado para 30 dias no dia de aula.

Outras formas e datas para pagamento, consulte o Departamento de Cursos.
ACEITAMOS CARTÃO DE CRÉDITO, consulte o Departamento de Cursos.
Todos os participantes receberão certificados.
AtençãoEm caso de desistência:
-     antes do início do curso: ressarcimento de 85% do valor pago;



04 novembro 2012

35º Congresso Nacional de Jornalistas

Programação


07 de novembro (quarta-feira)



Hora Atividade / local

10h Abertura da mostra de Cartuns e Fotografias sobre Meio Ambiente



Celso Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e André Freire, diretor do Departamento de Imagem da FENAJ.



Local: Hall do Condomínio FECOMÉRCIO Acre



Obs: a exposição ficará aberta à população no Memorial dos Autonomistas, no Centro da Cidade de Rio Branco.

11h Credenciamento para o V Encontro dos Jornalistas de Imagem (ENJI)



Local: Hall do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

12h Almoço para os delegados do ENJI e dirigentes da FENAJ



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

14h Abertura oficial do V Encontro de Jornalistas de Imagem



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

14h30 Painel: IMAGEM COMO FONTE DE INFORMAÇÃO NA ERA DIGITAL



Milton Guran, fotógrafo e antropólogo da Universidade Federal Fluminense (UFF); Orlando Pedroso, da Associação dos Cartunistas do Brasil

Mediação: André Freire - diretor do Departamento de Imagem da FENAJ e do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

14h Credenciamento para o 35º Congresso Nacional dos Jornalistas



Local: Hotel Pinheiro - Rua Rui Barbosa, 450 - Centro

16h Café com Cultura



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

16h15/18h Aprovação do Regimento Interno do V ENJI

Plenária do Encontro de Imagem

Encerramento

20h Abertura oficial do 35º Congresso Nacional dos Jornalistas



Local: AFA Jardim - Rua Silvestre Coelho, S/N, Bairro Ipase

22h Festa de Boas Vindas



08 de novembro (quinta-feira)



Hora Atividade / local

08h30 Painel: POLÍTICAS DE PROTEÇÃO DAS FLORESTAS PARA O EQUILÍBRIO AMBIENTAL DO PLANETA



Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente e Tião Viana, Governador do Acre.

Mediação: Jane Vasconcelos (vice-presidente regional Norte I da FENAJ)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

10h Café com Cultura



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

10h15 Painel: A POLÍTICA ENERGÉTICA E AS ALTERNATIVAS PARA UM PAÍS SUSTENTÁVEL



Edson Lobão, Ministro de Minas e Energia; e Heitor Scalambrini Costa, professor da Universidade Federal de Pernambuco.

Mediação: Maria José Braga (diretora da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

12h/13h30 Almoço



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

13h30 Roda de Conversa: O JORNALISMO AMBIENTAL NA ACADEMIA E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS



Ilza Girardi (Núcleo de Ecojornalistas/Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Patrícia Kolling (Universidade Federal de Mato Grosso) e Arthur Leite (Assessor do Ministério Público do Estado do Acre)

Mediação: Sheila Faro (diretora da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre



Oficinas



A ÉTICA NA COBERTURA DO MEIO AMBIENTE

Suzana Tatagiba (Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo e da Comissão Nacional de Ética da Fenaj)



COMUNICAÇÃO INTEGRADA (conjunto articulado de estratégias, veículos e produtos)

Walter Teixeira Lima Jr.(doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade Metodista, mestre em Comunicação Social, e especialista em Consultoria em Internet pelas Faculdades Associadas de São Paulo)

14h Reunião da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais (APIJOR)

Debate sobre direito autoral



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

14h30 Café com Cultura



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

14h45/18h Eleição da mesa diretora da Plenária do 35º Congresso Nacional dos Jornalistas

Aprovação do Regimento Interno

Plenária



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

19h30 Programação social



09 de novembro (sexta-feira)



Hora Atividade / local

08h30h Painel: O AQUECIMENTO GLOBAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS



Carlos Nobre (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - SP); Jefferson Simões (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); e Eufran Amaral (Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais do Acre)

Mediação: Guto Camargo (diretor da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

10h Café com Cultura



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

10h15 10h15 - Painel: A ATUAÇÃO PÚBLICA DO JORNALISMO COMO FORMA DE ENFRENTAR OS INTERESSES POLUENTES



Edson Spenthof (Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo); e Ruy Sposati (Assessor do Conselho Indigenista Missionário-CIMI) e Beth Costa (Diretora do Departamento de Relações Institucionais da Fenaj e Secretária Executiva da Federação Internacional dos Jornalistas - FIJ)

Mediação: Valci Zuculoto (diretora da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

12h/13h30 Almoço



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

13h30 Roda de Conversa: O JORNALISMO AMBIENTAL NAS REDAÇÕES E O COMPROMISSO DOS PROFISSIONAIS



Reinaldo Canto (Carta Capital); e Ulisses Capozzoli (Scientific American Brasil)

Mediação: Déborah Lima (diretora da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

Oficinas



AÇÕES AFIRMATIVAS E O COMPROMISSO SOCIAL DO JORNALISTA

Jeanice Dias (do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul)



A VALORIZAÇÃO DA IMAGEM NO COTIDIANO DA NOTÍCIA

Elson Sempé Pedroso, Jornalista, repórter fotográfico e professor da FAMECOS/PUC-RS

14h30/18h Plenária



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

19h30 Programação social



10 de novembro (sábado)



Hora Atividade / local

08h30 Painel: SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA



Senador Jorge Viana (PT-AC); Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente; e Foster Brown (Universidade Federal do Acre)

Mediação: Antônio Paulo (diretor da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

10h30 Café com Cultura



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

10h45 Ato de lançamento do Relatório FENAJ "Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2011" e da Comissão Nacional "Memória, Verdade e Justiça" da FENAJ



Celso Schröder, presidente da FENAJ; Sérgio Murillo de Andrade, diretor do Departamento de Relações Institucionais e ex-presidente da FENAJ; Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ); Gilney Viana, assessor especial da Secretaria de Direito Humanos da Presidência da República e coordenador do Projeto Direito à Memória e à Verdade da SDH.



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

12h15 Almoço



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

13h45 Roda de Conversa: O JORNALISMO AMBIENTAL E AS DIVERSIDADES AMBIENTAIS NO BRASIL



Vilmar Berna (Rede Brasileira de Informação Ambiental /Rebia- RJ); e Juarez Tosi (Ecoagência Solidária e Notícias Ambientais-RS)

Mediação: José Torves (diretor da Fenaj)



Local: Auditório do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

Oficinas



RÁDIO PÚBLICA E A DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Valci Zuculoto (diretora da Fenaj, doutora em Comunicação pela PUCRS e professora dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina).



JORNALISMO INVESTIGATIVO E SEGURANÇA NO TRABALHO

Suzana Blass (diretora da Fenaj)

15h Café com Cultura



Local: Cobertura do Condomínio FECOMÉRCIO Acre

15h15/18h Plenária Final

20h Festa de Encerramento

Entrega do Prêmio Chalub Leite



Local: Maison Borges - Av das Acácias - Distrito Industrial - Setor B



REBELIÃO DAS ÁGUAS: Empresa destaca exibição de curta ao receber premiação




A BF&Dias, empresa do setor de saneamento recebeu recentemente o Prêmio da AESabesp 2012 durante a FENASAN - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente.



Entre os diferenciais apontados pela empresa para receber o prêmio esteve a exibição do curta de animação Rebelião das Águas para seus funcionários.



Agradecemos à direção da BF&Dias pelo apoio ao nosso trabalho e parabenizamos pela conquista do prêmio.



Nada como ter o trabalho reconhecido e rendendo bons frutos! Veja abaixo:



Sua empresa estava na expectativa de ser ganhadora do Troféu AESabesp 2012?

Fomos a primeira empresa vencedora do prêmio de Sustentabilidade da AESABESP em 2010. Em 2011, também fomos a primeira a vencer o Prêmio Destaque - considerado o mais importante de todos. De 2011 a 2012 trabalhamos duro no desenvolvimento de uma série de novas práticas. Acho natural termos criado uma expectativa com a premiação desse ano. Mais do que isso, nossa empresa sempre foi reconhecida pelas inovações tecnológicas e de gestão. Incentivamos nosso time a ser diferente e a pensar "fora da caixa". Esse nosso "jeito" de ser tem trazido resultados expressivos, não somente com o recebimento de prêmios significativos, mas também com marcas únicas de crescimento e a liderança absoluta em nosso segmento na América Latina.



- Em sua opinião, quais foram as principais ações da sua empresa, para conquistar este prêmio?

Sem dúvida nenhuma a premiação ocorreu não apenas pelas ações realizadas, mas sim pelo trabalho de uma equipe coesa. Fizemos mais de 20 novos processos e ações no mínimo inusitados.



Duas me chamaram muito a atenção.

A primeira, muito simples, mas super interessante foi uma sessão de cinema realizada dentro da empresa com o curta metragem "A Rebelião das Águas" ( http://envolverde.com.br/videos/videos-videos/a-rebeliao-das-aguas/ ) do cartunista Agê e do jornalista Reinaldo Canto. Foi fantástico! Uma ação onde multiplicamos informações muito úteis de uma forma muito descontraída.



Uma segunda ação, bem mais complexa, foi um programa criado pela equipe de vendas. A empresa estendeu o conceito de economia de energia e sustentabilidade para nossos clientes. Num conceito inovador, os sistemas e equipamentos novos vendidos que resultam economia de energia elétrica para o usuário final, podem ser pagos em planos de pagamentos baseados na performance energética mensurada. Ou seja, o cliente paga um valor mensal de investimento no equipamento menor que o valor da diferença medida após a mudança de tecnologia.



- O que significou para os funcionários a conquista desta premiação?

Orgulho e motivação são as duas palavras que melhor refletem o atual espírito de nossa equipe. Orgulho em razão do reconhecimento pela importância do prêmio e pelas ações implantadas, e motivação porque já estamos nos preparando para o próximo ano. Mais de 10 novas práticas estão em fase de desenvolvimento.



- Esta conquista motivou a adoção de novos conceitos ou práticas?

E como! Desde o primeiro prêmio recebido nossa empresa adotou muitos conceitos inovadores. Não apenas utilizando materiais e processos mais sustentáveis e eficientes, mas também adotando práticas pouco talvez consideradas pouco convencionais. O que falar sobre os clientes que foram visitar estações de tratamento de efluentes de quadriciclo? O que falar sobre o fato de "apagarmos" os escritórios por 15 minutos todos os dias? Por que investir em cursos profissionalizantes, de graduação e pós graduação para mais de 40% dos funcionários? Tudo isso nos motiva!



- Qual é sua expectativa para a Fenasan 2013?

A Fenasan 2013 com certeza será um sucesso! É um evento único, sério e inovador. Muito abrangente e com certeza é o maior ponto de encontro para profissionais e empresas do setor. Estaremos lá!





01 novembro 2012

Gestão de resíduos sólidos, um desafio para os novos prefeitos


Por Reinaldo Canto*
Terminada a última etapa das eleições municipais, é chegada a hora de os novos prefeitos interromperem as comemorações e começar a agir para atender as expectativas de seus eleitores. Entre os inúmeros desafios que estarão à frente da administração das cerca de 5.600 cidades brasileiras está a gestão dos resíduos. Como veremos mais à frente são poucos os municípios que encaram esse problema com a urgência e relevância que o assunto faz por merecer.
Ninguém é capaz de negar a importância de termos uma gestão mais correta e eficiente dos resíduos como a estabelecida na proposta da Política Nacional de Resíduos Sólidos-http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Também é muito difícil desconsiderar os enormes obstáculos para se conseguir a sua efetiva implementação.
Para começo de conversa com a nova Lei de Resíduos Sólidos, o lixo deixa de ser lixo para virar resíduo. E, esse tal resíduo, deverá ter um destino muito mais nobre que o pobre lixo jogado por aí, sem qualquer serventia. Resíduo é material valioso para ser usado novamente na cadeia produtiva, pronto para ser reaproveitado, reutilizado, reciclado e não mais descartado. Do plebeu lixo para o nobre resíduo. Do imprestável para se transformar em insumo essencial.
Sabe aquele catador de lixo, em sua maioria, subempregado e trabalhando em condições no mínimo pouco favoráveis? Pois esses profissionais irão receber o valor que merecem quando a lei estiver plenamente em vigor. Eles serão reconhecidos pelo serviço essencial que exercem para toda a sociedade e para a manutenção de um meio ambiente mais saudável.
A lei também determina, como uma de suas premissas mais importantes, a responsabilidade compartilhada, ou seja, será preciso a participação de todos para o alcance de seus objetivos. Setores público e privado, sociedade civil, cidadãos e como citado acima, dos catadores de material reciclável (notem que não mais os chamamos de catadores de lixo) necessariamente vão ter de fazer parte da mesma equação. Dependerá dessa união o sucesso ou o fracasso da lei.
Portanto, no bojo da Política de Resíduos Sólidos, estão propostas pequenas e virtuosas revoluções capazes de trazer enormes quebras de paradigma e grandes alterações no comportamento social.
Obviamente, se existem tantas novas situações por assim dizer, não se devem imaginar facilidades na sua efetiva implantação em qualquer área.
Despreparo nos municípios
Hora de falarmos novamente nas Prefeituras e de seus novos ocupantes ou daqueles reeleitos para um novo mandato.
A lei previa para o começo de agosto deste ano a entrega, por todos os municípios do país, de seus planos de gestão de resíduos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por volta de 560 municípios, ou 10% do total das cidades brasileiras, concluíram e entregaram esses planos. Os municípios que perderam o prazo não terão direito a receber recursos federais e renovar novos contratos com a esfera federal para o setor. Essa questão ficou, portanto, para as novas administrações.
A baixa adesão das cidades pode parecer simples descaso, mas conforme pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) com cerca de 400 municípios, o problema se deve muito à falta de pessoal qualificado para atender aos requisitos previstos na lei. Afinal, para quem achava que para cuidar do lixo bastava um terreno grande para o seu envio e descarte, a lei veio para colocar ordem e mudar um cenário cada vez mais criminoso e urgente. O lançamento indiscriminado de materiais perigosos e contaminantes sem cuidado ou tratamento compromete o futuro e a saúde das pessoas, entre os seus principais e nefastos resultados.
O fim dos lixões até 2014 em todas as cidades brasileiras, será uma tarefa com enormes dificuldades em se tornar realidade, se a maioria das cidades permanecerem distantes dessa discussão. No lugar dos lixões, os resíduos só poderão ser enviados para aterros sanitários. Mas a realidade atual, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é a de que ainda existem mais de 3 mil lixões no Brasil sendo que nada menos de que 60% dos municípios do país despejam lá seus resíduos.
A união faz a força
Em recente workshop realizado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), no Rio de Janeiro, diversos especialistas apontaram a necessidade de se unirem esforços entre o setor privado e os municípios para que a lei alcance os efeitos desejados. Capacitar gestores, realizar um trabalho integrado de educação e conscientização ambiental, garantir incentivos fiscais e justiça tributária para a cadeia de recicláveis são algumas das tarefas a serem trabalhadas em conjunto. Nesse último item, Mauricio Sellos, coordenador do Programa Jogue Limpo que realiza a logística reversa na cadeia de lubrificantes, apontou durante o workshop carioca, o apoio à indústria de reciclagem como urgente e fundamental. “São necessários incentivos fiscais para a cadeia, para quem faz a logística, para quem recicla e para quem consome o material reciclável, do contrário, poderemos ter um volume grande de material reciclado, mas não ter sua utilização” afirmou Mauricio.
Para as cidades médias e pequenas, os especialistas apontam a formação de consórcios como um bom caminho para a gestão dos resíduos. Assim, as administrações municipais podem unir esforços para a montagem de seus planos, reduzem seus custos, aumentam a escala na coleta de resíduos e garantem melhores contratos com as empresas do setor, entre outros benefícios.
Camilla Passarela Bortoletto, da Abrelpe, apontou que um dos maiores gargalos na gestão de resíduos é o conhecimento técnico sobre o assunto. A ausência de cultura de separação é outro fator complicador na gestão de resíduos.
O Brasil produz 220 mil toneladas de lixo domiciliar, o que representa mais de um quilo por pessoa. Ao menos 90% de todo esse material poderia ser reaproveitado, reutilizado ou reciclado. Apenas 1% acaba sendo aproveitado para ter um destino mais nobre do que o de se degradar e contaminar o nosso ambiente. Mesmo assim, mais de um milhão de pessoas trabalham e sobrevivem da reciclagem desse lixo. Os especialistas calculam que o Brasil deixa de ganhar ao menos R$ 8 bilhões por ano ao não reciclar toda essa grande quantidade de resíduos gerados no país.
E o lixo continua a aumentar
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a quantidade de resíduos sólidos gerados no Brasil em 2011 totalizou 61,9 milhões de toneladas, 1,8% a mais do que no ano anterior. Do total coletado, 42% do lixo acabaram em local inadequado.
O crescimento na “produção” desses resíduos de 2010 para 2011 foi duas vezes maior do que o aumento da população, que ficou em torno de 0,9% no período.
O estudo revela também que, em 2011, foram coletados 55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Sendo que 42% desses resíduos foram parar em locais inadequados como lixões e aterros controlados. E, ainda pior, cerca de 10% de tudo o que é gerado acaba tendo destino ainda pior em terrenos baldios, córregos, lagos e praças.
Uma política para chamar de nossa
A PNRS talvez seja uma das primeiras iniciativas que finalmente, enxerguem o mundo como ele é, ou seja, redondo e finito! Afinal como podemos viver e consumir imaginando que tudo, matérias-primas renováveis ou não, possam ser utilizadas sem qualquer controle ou parcimônia, e depois “jogadas fora”! Apesar de óbvios, foi preciso surgir situações críticas na capacidade de armazenar lixo; casos gritantes de contaminação de solo e água e a ocorrência de sérios problemas de saúde pública. Isso tudo acompanhado de estudos apontando a redução substancial e mesmo o esgotamento de reservas de matérias-primas estratégicas, para concluirmos que esse estado de coisas não poderia continuar do jeito que estava.
As cidades, as pessoas e o futuro comum
Toda a sociedade, mas às administrações públicas particularmente, caberá também a tarefa de levar as informações sobre a lei de resíduos para todos os seus cidadãos.
Hoje, se os setores público e privado avançam vagarosamente no conhecimento e na aplicação da lei, o mais grave em todo esse processo está no desconhecimento dos brasileiros quanto à discussão dessa nova e revolucionária política. Sem a participação do consumidor essa equação não fecha! O cidadão é parte integrante e determinante para a viabilização de todo o projeto.
É, portanto, fundamental que as novas prefeituras façam todos os esforços a seu alcance para levar às pessoas, informações sobre os objetivos da nova política e os deveres e direitos nela embutidos.
O poder público pode e deve contribuir, por meio da autoridade que lhe foi investida pela população, para promover parcerias com todos os setores da sociedade na implantação de projetos de educação ambiental em escolas e empresas, acompanhadas de campanhas de esclarecimento, com o apoio e o engajamento vital da mídia local. Tais ações vão contribuir substancialmente para reduzir o abismo informativo entre a lei e a população brasileira.