A Plataforma Latino-Americana e do Caribe para a Justiça
Climática (PLACJC) apresentou em junho o Glossário sobre Justiça
Climática. O projeto @arvoreagua já está fazendo a
ilustração de cada um dos termos do glossário, disseminando esse conhecimento
para o público no Brasil em pílulas homeopáticas semanais. O Glossário é uma
proposta coletiva que reúne o trabalho de várias organizações, coletivos e ativistas
da região, como parte da resistência, por parte do povo, contra regulamentos
extractivistas, patriarcais, consumistas, capitalistas e neoliberais.
O lançamento virtual contou com a presença de expertos como Tom
Goldtooth, Indigenous Environmental Network, EUA; Camila Moreno, Grupo Carta de
Belém, Brasil; Larry Lohmann, The Corner House, Reino Unido e Vandria Borari,
Organização Maparajuba, Coletivo de Advocacia Popular, Brasil, que chegaram à
mesma conclusão: este Glossário é um instrumento importante para continuar a
luta dos povos contra o sistema que, utilizando-se de uma linguagem confusa e
hiper-especializada, excluiu e violou comunidades afetadas pela violência
estrutural e em face à luta climática.
Larry Lohmann indicou que as grandes empresas utilizam
vocabulário muito complexo e “escondem a realidade”, razão pela qual considera
importante compartilhar e tornar público o Glossário a fim de “lutar contra
este vocabulário (utilizado por grandes poluidores e estados), que não é uma
palavra mas sim todo um sistema”.
De sua parte, Tom Goldtooth realçou que “informação é poder e
podemos quebrar o véu das mentiras que foram criadas pelas elites para fingir
que as soluções são reais”.
Neste sentido, Vandria Borari apontou que o Glossário contribui
para esta luta e “traz à realidade o que está a ser vivida pelos povos
indígenas e áreas protegidas em todo o mundo”, fornecendo a sua voz e ajudando
a “refutar falsas soluções” como os mercados de carbono, bem como sendo um
instrumento para divulgar as soluções enganosas para as alterações climáticas e
todas as mentiras sobre medidas de emergência. Ela conclui que “a colonização
ainda não acabou”.
Para concluir, Camila Moreno indicou que “estamos num momento de
desconexão com o mundo”, ou seja, que durante as negociações climáticas excluem
os povos indígenas e inventam uma linguagem difícil de compreender, deixando as
principais pessoas afetadas pelas alterações climáticas fora das soluções.
Moreno considera importante “desconstruir esta matriz que as grandes
corporações querem impor”.
A PLACJC convida a explorar o Glossário disponível em espanhol,
inglês e português no seguinte link: https://bit.ly/3MUG0ud.
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