Por Reinaldo Canto*
As principais redes supermercadistas de São Paulo anunciam, por meio de cartazes e panfletos, que está chegando ao fim a entrega “gratuita” das sacolinhas plásticas em suas lojas. A campanha denominada “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco” lançada pela APAS, a Associação Paulista de Supermercados, estipula a data de 25/01 para, conforme divulgado, “as sacolas descartáveis deverão ser substituídas por uma opção mais sustentável”. A mudança vai atingir os estabelecimentos associados em 150 cidades onde residem 80% da população do estado de São Paulo.
A campanha da APAS informa que apenas na capital são consumidas, mensalmente, 2,5 bilhões de sacolinhas descartáveis. Ainda para justificar a ação, enfatiza: “vamos começar desde já a cuidar do planeta e do futuro das próximas gerações. É um problema de todos nós e somente juntos podemos conquistar grandes vitórias”.
A iniciativa da entidade dos supermercadistas de São Paulo acabou, em parte, por substituir a lei sancionada em maio do ano passado pelo prefeito da capital Gilberto Kassab. Segundo a lei as sacolinhas plásticas deveriam ser banidas dos supermercados da cidade a partir de 1º de janeiro de 2012. A medida foi barrada por uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendendo a entrada em vigor da lei. Até segunda ordem, a liminar mantêm as sacolas descartáveis livres da extinção.
Mais severas ou menos rígidas, o certo é que nos últimos anos temos assistido a uma cruzada que, invariavelmente, tem buscado cercear o uso das sacolinhas.
Entre os consumidores há os que defendem o seu banimento total e outros alegam ser difícil viver sem as onipresentes sacolas plásticas. Quanto à campanha da APAS, uma pesquisa informal feita por esse missivista em três supermercados da capital, constatou que os clientes demonstram perplexidade, surpresa e alguns mesmos afirmam que antes de ser uma medida positiva para o meio ambiente, ela será muito boa para “os próprios supermercados”.
Mas o que fez com que as sacolinhas passassem de solução genial para vilã destinada ao banimento? Eis a questão que nos últimos anos ganhou status de Fla x Flu.
Uma nova realidade de plástico
Ela surgiu na vida do brasileiro lá nos anos 1970. E a novidade não tardou em conseguir um lugar de destaque na vida dos consumidores. As, até então, tradicionais sacolas de papel, caixas de papelão e carrinhos de feira, perderam seu espaço para as sacolinhas descartáveis. Práticas, eficientes e baratas, logo elas dominaram o cenário das compras e dos transportes de pequenos objetos. Por onde quer que se olhasse, lá estavam elas soberanas nas mãos de toda a gente.
Mas, infelizmente, a sua presença não se restringiu as nobres funções. O uso, e mesmo o descarte indiscriminado, transformou as sacolinhas de polietileno confeccionadas a partir de derivados de petróleo, em grandes vilãs.
Despejadas no meio ambiente sua decomposição pode demorar algumas centenas de anos. Pesquisas indicam que esse período é oitocentas vezes maior que o necessário para a natural eliminação de materiais como papel ou papelão. Se o lixo orgânico, por exemplo, pode levar entre 2 meses e um ano para se decompor naturalmente, os plásticos permanecem impávidos, sem agentes como minhocas, fungos e bactérias que façam esse serviço.
Ao boiar em rios e mares, provocam a morte de peixes por asfixiamento. Nos lixões e aterros sanitários elas dificultam a degradação de outros materiais e na época das fortes chuvas entopem bueiros e contribuem para as enchentes.
Afinal diante de tantos malefícios, a sacolinha não é, definitivamente, um demônio em forma de plástico? A resposta é: claro que não!
Os maiores problemas residem na maneira indiscriminada de seu uso e, posterior descarte, sem o menor cuidado e responsabilidade por parte expressiva da população brasileira.
Acredito que entre a sua proibição total como prevê a lei paulistana e a iniciativa da APAS, fico sem dúvida com a segunda. Nada melhor do que “pesar no bolso” para fazer com que os “menos conscientes” pensem duas vezes antes de lançar mão de mais sacolinhas ou até mesmo jogá-las em qualquer lugar.
Por outro lado, é importante também beneficiar o cliente com a nova medida, não só com o apelo de “salvar o planeta”. Como? Em primeiro lugar premiando aqueles que utilizarem sacolas retornáveis, pois a sensação legítima dos clientes é a de que com a cobrança, os supermercados irão “ganhar mais dinheiro” e toda a iniciativa não passaria de apenas mais uma forma de engordar os lucros.
As grandes cadeias varejistas são potenciais transformadoras na busca de uma sociedade mais justa e sustentável, mas as ações precisam ser bastante claras quanto aos seus objetivos. Quanto melhor informados e beneficiados nas boas atitudes, mais fiéis serão os consumidores. Dessa maneira, se todos estiverem sintonizados e conscientes, aí sim, poderemos dizer que estamos juntos na luta pelo futuro do planeta.
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/a-vida-sem-as-sacolas-plasticas/?autor=599
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
18 janeiro 2012
04 janeiro 2012
Um ano realmente novo ou seguiremos na mesma batida da irracionalidade?
Por Reinaldo Canto*
Começo de ano é propício para a realização de reflexões, avaliações e promessas de todos os gêneros. As chamadas resoluções de ano novo servem para o estabelecimento de compromissos diversos que vão de mudanças de atitudes em relação aos outros e a si mesmo. Se depender da nossa vontade, seremos mais tolerantes, generosos, cultos, saudáveis e responsáveis, neste ano que se inicia, do que fomos em todos os anos anteriores de nossas vidas.
Certamente muitos dos nossos sinceros desejos não serão capazes de resistir ao primeiro mês, tragados pela dinâmica de nosso cotidiano. De qualquer modo, a passagem de ano possui esse efeito positivo. Não custa nada parar um momento para, quem sabe, redirecionar diversos aspectos de nossa vida.
Bom seria que fizéssemos também uma boa análise, mais abrangente mesmo, em dimensões globais sobre a irracional e destrutiva maneira pela qual estamos consumindo o planeta. E, isso não é maneira de dizer, literalmente estamos sugando os recursos planetários e o pior, não necessariamente para dar melhores condições de vida para todos os seres humanos. Até podemos afirmar: muito pelo contrário! O que temos feito é consumir mais rápido e descartar também em ritmo cada vez mais veloz.
Um bom exemplo são os celulares. Em 2007 os brasileiros trocavam seus aparelhos, em média, a cada dois anos. Atualmente essa troca já está sendo feita em 1 ano e 4 meses. Esse é apenas um caso entre muitos de produtos antes chamados de duráveis que tem se transformado ao longo dos anos em verdadeiras commodities.
O relatório O Estado do Mundo publicado ainda no ano passado pelo World Watch Institute e com versão em português divulgado pelo Instituto Akatu pelo Consumo Consciente já havia constatado essa preocupante situação. Só para se ter ideia das conclusões alcançadas pelo estudo, hoje são extraídos 50% mais recursos naturais do que há 30 anos. São cerca de 60 bilhões de toneladas anuais retiradas do planeta sem a devida reposição.
Entre 1950 e 2005, aponta o relatório, a produção de petróleo cresceu 8 vezes, a de metais 6, o consumo de gás natural 14, a de carvão 6 vezes e a de cobre, 25 vezes. Números assustadores, certo? Pois, vejam que podem ser ainda mais alarmantes, só a produção de plástico cresceu nesse período de pouco mais de 50 anos, 41 vezes!
Como disse antes, se ao menos toda essa voracidade tivesse o nobre objetivo de melhorar a vida de todos os habitantes do planeta... vá lá! Mas não é isso que o Estado do Mundo constatou. Segundo o documento, a fatia dos 16% mais ricos do mundo são diretamente responsáveis pelo consumo de 78% dos recursos disponíveis. Enquanto os outros 84% consomem 22%!
Entre as diversas e difíceis promessas de ano novo poderia constar uma que, no meu entender, teria boas chances de sucesso, bastando apenas uma pequena reflexão do consumidor: estou consumindo o que realmente preciso? Tenho exagerado nas minhas compras e desperdiçado demais?
Quem sabe se ao pensar nisso, a gente não conclua que alguns exageros poderão ser evitados daqui para frente. Uma sociedade mais consciente poderá contribuir em muito para frear o consumo irracional e desenfreado.
Para finalizar, mais alguns números insanos que irão ajudar na sua reflexão: Em 2008, nós habitantes do planeta adquirimos 68 milhões de veículos, 85 milhões de geladeiras, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de celulares. Você imagina que esses números sofreram alguma redução nos anos seguintes?
Um feliz 2012 mais sustentável!
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/um-ano-realmente-novo-ou-seguiremos-na-mesma-batida-da-irracionalidade/?autor=599
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
Começo de ano é propício para a realização de reflexões, avaliações e promessas de todos os gêneros. As chamadas resoluções de ano novo servem para o estabelecimento de compromissos diversos que vão de mudanças de atitudes em relação aos outros e a si mesmo. Se depender da nossa vontade, seremos mais tolerantes, generosos, cultos, saudáveis e responsáveis, neste ano que se inicia, do que fomos em todos os anos anteriores de nossas vidas.
Certamente muitos dos nossos sinceros desejos não serão capazes de resistir ao primeiro mês, tragados pela dinâmica de nosso cotidiano. De qualquer modo, a passagem de ano possui esse efeito positivo. Não custa nada parar um momento para, quem sabe, redirecionar diversos aspectos de nossa vida.
Bom seria que fizéssemos também uma boa análise, mais abrangente mesmo, em dimensões globais sobre a irracional e destrutiva maneira pela qual estamos consumindo o planeta. E, isso não é maneira de dizer, literalmente estamos sugando os recursos planetários e o pior, não necessariamente para dar melhores condições de vida para todos os seres humanos. Até podemos afirmar: muito pelo contrário! O que temos feito é consumir mais rápido e descartar também em ritmo cada vez mais veloz.
Um bom exemplo são os celulares. Em 2007 os brasileiros trocavam seus aparelhos, em média, a cada dois anos. Atualmente essa troca já está sendo feita em 1 ano e 4 meses. Esse é apenas um caso entre muitos de produtos antes chamados de duráveis que tem se transformado ao longo dos anos em verdadeiras commodities.
O relatório O Estado do Mundo publicado ainda no ano passado pelo World Watch Institute e com versão em português divulgado pelo Instituto Akatu pelo Consumo Consciente já havia constatado essa preocupante situação. Só para se ter ideia das conclusões alcançadas pelo estudo, hoje são extraídos 50% mais recursos naturais do que há 30 anos. São cerca de 60 bilhões de toneladas anuais retiradas do planeta sem a devida reposição.
Entre 1950 e 2005, aponta o relatório, a produção de petróleo cresceu 8 vezes, a de metais 6, o consumo de gás natural 14, a de carvão 6 vezes e a de cobre, 25 vezes. Números assustadores, certo? Pois, vejam que podem ser ainda mais alarmantes, só a produção de plástico cresceu nesse período de pouco mais de 50 anos, 41 vezes!
Como disse antes, se ao menos toda essa voracidade tivesse o nobre objetivo de melhorar a vida de todos os habitantes do planeta... vá lá! Mas não é isso que o Estado do Mundo constatou. Segundo o documento, a fatia dos 16% mais ricos do mundo são diretamente responsáveis pelo consumo de 78% dos recursos disponíveis. Enquanto os outros 84% consomem 22%!
Entre as diversas e difíceis promessas de ano novo poderia constar uma que, no meu entender, teria boas chances de sucesso, bastando apenas uma pequena reflexão do consumidor: estou consumindo o que realmente preciso? Tenho exagerado nas minhas compras e desperdiçado demais?
Quem sabe se ao pensar nisso, a gente não conclua que alguns exageros poderão ser evitados daqui para frente. Uma sociedade mais consciente poderá contribuir em muito para frear o consumo irracional e desenfreado.
Para finalizar, mais alguns números insanos que irão ajudar na sua reflexão: Em 2008, nós habitantes do planeta adquirimos 68 milhões de veículos, 85 milhões de geladeiras, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de celulares. Você imagina que esses números sofreram alguma redução nos anos seguintes?
Um feliz 2012 mais sustentável!
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/um-ano-realmente-novo-ou-seguiremos-na-mesma-batida-da-irracionalidade/?autor=599
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
22 dezembro 2011
Do menino Jesus ao consumismo desenfreado
Por Reinaldo Canto*
Qual será o real símbolo do Natal? O presépio em celebração ao nascimento de Jesus Cristo ou a profusão de sacolas de compras que algumas pessoas mal conseguem carregar?
Seriam as canções tradicionais, a trilha essencial do Natal ou os jingles comerciais e as vozes dos locutores nos centros de compras anunciando mais uma oferta “imperdível”?
São questões de fácil resposta. Basta observar as lojas entupidas de pessoas entregues a busca desenfreada por produtos e quinquilharias de todos os gêneros e preços.
Graças a esse estado de coisas, as nossas cidades são testemunhas do arrefecimento nas condições do tráfego, as metrópoles sentem uma piora considerável no trânsito já caótico e os cristãos, ou melhor dizendo, consumidores, de tão ávidos, ansiosos e impacientes para se livrar da tarefa de aquisição de produtos, se tornam agressivos e muitas vezes irracionais.
Do ponto de vista da sustentabilidade, esse é um momento bastante preocupante. Difícil estabelecer qualquer critério de consumo consciente quando o que importa é preencher a lista de compras. Nesse caso os produtos são escolhidos sem muita reflexão e o fato de consumir de empresas social e ambientalmente responsáveis e até mesmo algo que seja prejudicial à própria saúde humana fica relegado a um triste segundo ou terceiro plano. Nessa hora, o que importa é, simplesmente, comprar!
Essa época do ano deveria ser propícia ao congraçamento, à paz e a harmonia entre os homens, afinal representam algumas das bases defendidas pelo Cristianismo. Ao invés disso, somos inundados por um clima estressante e até mesmo beligerante. E, ao mesmo tempo em que se escolhem os melhores presentes para entes queridos, também é preciso achar algo para aqueles “não tão queridos” para dizer o mínimo. Do cunhado insuportável à sogra ranzinza, ao colega de trabalho pouco colaborativo, todos devem ser contemplados. Afinal, as convenções têm de ser respeitadas independentemente da vontade e do comprometimento financeiro advindos dessas despesas.
Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
Até mesmo aqueles que durante todo o ano buscam manter o controle de suas contas e, dessa maneira, deixar a vida financeira gozando de boa saúde, ao chegar dezembro abandonam todo esse esforço e bom senso. Pois entram em cena as “inadiáveis e urgentes” compras de Natal!
Muita gente se torna refém de uma engrenagem de consumo insana e me parece distante do próprio espírito do Natal. Alguns poderão alegar, em defesa dessa tradição, a cena dos três Reis Magos adentrando a manjedoura para deixar suas oferendas em homenagem ao nascimento do menino Jesus. Mas pelo que se conhece dessa história bíblica, isso foi só quando Ele nasceu, e não temos registro de novos regalos oferecidos pelos Reis Magos ao longo dos 33 anos de existência terrena de Jesus Cristo.
Difícil ir contra a corrente quando a própria presidenta Dilma Rousseff apelou aos brasileiros para irem às compras e dessa maneira manter o mercado aquecido.
Mas será mesmo não ser possível outro comportamento? Faltam poucos dias para o Natal, a maior parte das compras já foi realizada, mas é sempre bom lembrar que consumir conscientemente é, entre outras coisas, evitar os exageros, as compras por impulso, optar pelos produtos de empresas social e ambientalmente responsáveis e sempre que possível evitar o uso das desnecessárias embalagens.
É importante lembrar também que muitas vezes o simples encontro entre pessoas que se gostam e sinceras demonstrações de amor, carinho e amizade são suficientes para preencher o espaço de um presente.
Tenha certeza que, no longo prazo, a sustentabilidade humana no planeta dependerá mais do afeto entre as pessoas do que de um mercado aquecido! Que tal propor um amigo secreto?
Pelo sim ou pelo não, com ou sem presentes desejo a todos um Feliz Natal e um ótimo 2012!
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/do-menino-jesus-ao-consumismo-desenfreado/?autor=599
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
Qual será o real símbolo do Natal? O presépio em celebração ao nascimento de Jesus Cristo ou a profusão de sacolas de compras que algumas pessoas mal conseguem carregar?
Seriam as canções tradicionais, a trilha essencial do Natal ou os jingles comerciais e as vozes dos locutores nos centros de compras anunciando mais uma oferta “imperdível”?
São questões de fácil resposta. Basta observar as lojas entupidas de pessoas entregues a busca desenfreada por produtos e quinquilharias de todos os gêneros e preços.
Graças a esse estado de coisas, as nossas cidades são testemunhas do arrefecimento nas condições do tráfego, as metrópoles sentem uma piora considerável no trânsito já caótico e os cristãos, ou melhor dizendo, consumidores, de tão ávidos, ansiosos e impacientes para se livrar da tarefa de aquisição de produtos, se tornam agressivos e muitas vezes irracionais.
Do ponto de vista da sustentabilidade, esse é um momento bastante preocupante. Difícil estabelecer qualquer critério de consumo consciente quando o que importa é preencher a lista de compras. Nesse caso os produtos são escolhidos sem muita reflexão e o fato de consumir de empresas social e ambientalmente responsáveis e até mesmo algo que seja prejudicial à própria saúde humana fica relegado a um triste segundo ou terceiro plano. Nessa hora, o que importa é, simplesmente, comprar!
Essa época do ano deveria ser propícia ao congraçamento, à paz e a harmonia entre os homens, afinal representam algumas das bases defendidas pelo Cristianismo. Ao invés disso, somos inundados por um clima estressante e até mesmo beligerante. E, ao mesmo tempo em que se escolhem os melhores presentes para entes queridos, também é preciso achar algo para aqueles “não tão queridos” para dizer o mínimo. Do cunhado insuportável à sogra ranzinza, ao colega de trabalho pouco colaborativo, todos devem ser contemplados. Afinal, as convenções têm de ser respeitadas independentemente da vontade e do comprometimento financeiro advindos dessas despesas.
Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
Até mesmo aqueles que durante todo o ano buscam manter o controle de suas contas e, dessa maneira, deixar a vida financeira gozando de boa saúde, ao chegar dezembro abandonam todo esse esforço e bom senso. Pois entram em cena as “inadiáveis e urgentes” compras de Natal!
Muita gente se torna refém de uma engrenagem de consumo insana e me parece distante do próprio espírito do Natal. Alguns poderão alegar, em defesa dessa tradição, a cena dos três Reis Magos adentrando a manjedoura para deixar suas oferendas em homenagem ao nascimento do menino Jesus. Mas pelo que se conhece dessa história bíblica, isso foi só quando Ele nasceu, e não temos registro de novos regalos oferecidos pelos Reis Magos ao longo dos 33 anos de existência terrena de Jesus Cristo.
Difícil ir contra a corrente quando a própria presidenta Dilma Rousseff apelou aos brasileiros para irem às compras e dessa maneira manter o mercado aquecido.
Mas será mesmo não ser possível outro comportamento? Faltam poucos dias para o Natal, a maior parte das compras já foi realizada, mas é sempre bom lembrar que consumir conscientemente é, entre outras coisas, evitar os exageros, as compras por impulso, optar pelos produtos de empresas social e ambientalmente responsáveis e sempre que possível evitar o uso das desnecessárias embalagens.
É importante lembrar também que muitas vezes o simples encontro entre pessoas que se gostam e sinceras demonstrações de amor, carinho e amizade são suficientes para preencher o espaço de um presente.
Tenha certeza que, no longo prazo, a sustentabilidade humana no planeta dependerá mais do afeto entre as pessoas do que de um mercado aquecido! Que tal propor um amigo secreto?
Pelo sim ou pelo não, com ou sem presentes desejo a todos um Feliz Natal e um ótimo 2012!
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/do-menino-jesus-ao-consumismo-desenfreado/?autor=599
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
09 dezembro 2011
Brasil é o quinto país que mais investe em energia renovável
Por Reinaldo Canto*
O relatório da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (a Unctad), coloca o Brasil numa posição de destaque em relação à produção de energias renováveis. O país ocupa agora a quinta posição entre os que mais investiram em energias limpas. O montante no ano passado atingiu a marca de US$ 7 bilhões valor ainda distante dos primeiros colocados nesse ranking.
Só a China atingiu o valor recorde de US$ 49 bilhões nos investimentos em energias renováveis em 2010, depois dela a Alemanha com pouco mais de US$ 41 bilhões, os Estados Unidos (US$ 30 bilhões) e a Itália (US$ 14 bilhões) completam os primeiros.
Se o investimento crescente em energias limpas e renováveis é algo obviamente digno de comemoração, não podemos esquecer que ele está ocorrendo também em virtude da demanda que não para de crescer. É importante deixar claro que energia renovável não é sinônimo de energia “não impactante”. Isso significa que, como em qualquer instalação de parque energético, as renováveis também causam impactos ambientais.
A energia eólica é um bom exemplo. Entre seus diversos estágios para a sua implementação estão: a fabricação das pás eólicas; o transporte de todos os equipamentos necessários até o seu respectivo local de instalação; a montagem do parque e de todas as linhas de transmissão que vão chegar ao consumidor final. São inúmeros impactos todos eles trazendo conseqüências ambientais e sociais.
Agora, voltando ao caso brasileiro, o relatório elogia o fato do país ser um dos únicos a ter fixado uma meta de atingir 75% de sua eletricidade proveniente de energias renováveis até 2030. Mas o estudo deixa claro que o Brasil atua fundamentalmente nos setores já consolidados, como biocombustíveis e hidrelétricas, deixando as chamadas opções mais modernas, como eólica e solar, sem o mesmo empenho e atenção, apesar do nosso enorme potencial disponível.
Os investimentos mundiais em energias renováveis subiram dos US$ 33 bilhões em 2004 para expressivos US$ 211 bilhões no ano passado um salto de 539,4%, sendo o crescimento médio anual de 38%. O relatório alerta para a necessidade de ainda serem feitos maciços investimentos no setor energético renovável, notadamente nos países em desenvolvimento, carentes de energia e de urgentes investimentos para a melhoria da qualidade de vida de suas populações.
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/brasil-e-o-quinto-pais-que-mais-investe-em-energia-renovavel/
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
O relatório da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (a Unctad), coloca o Brasil numa posição de destaque em relação à produção de energias renováveis. O país ocupa agora a quinta posição entre os que mais investiram em energias limpas. O montante no ano passado atingiu a marca de US$ 7 bilhões valor ainda distante dos primeiros colocados nesse ranking.
Só a China atingiu o valor recorde de US$ 49 bilhões nos investimentos em energias renováveis em 2010, depois dela a Alemanha com pouco mais de US$ 41 bilhões, os Estados Unidos (US$ 30 bilhões) e a Itália (US$ 14 bilhões) completam os primeiros.
Se o investimento crescente em energias limpas e renováveis é algo obviamente digno de comemoração, não podemos esquecer que ele está ocorrendo também em virtude da demanda que não para de crescer. É importante deixar claro que energia renovável não é sinônimo de energia “não impactante”. Isso significa que, como em qualquer instalação de parque energético, as renováveis também causam impactos ambientais.
A energia eólica é um bom exemplo. Entre seus diversos estágios para a sua implementação estão: a fabricação das pás eólicas; o transporte de todos os equipamentos necessários até o seu respectivo local de instalação; a montagem do parque e de todas as linhas de transmissão que vão chegar ao consumidor final. São inúmeros impactos todos eles trazendo conseqüências ambientais e sociais.
Agora, voltando ao caso brasileiro, o relatório elogia o fato do país ser um dos únicos a ter fixado uma meta de atingir 75% de sua eletricidade proveniente de energias renováveis até 2030. Mas o estudo deixa claro que o Brasil atua fundamentalmente nos setores já consolidados, como biocombustíveis e hidrelétricas, deixando as chamadas opções mais modernas, como eólica e solar, sem o mesmo empenho e atenção, apesar do nosso enorme potencial disponível.
Os investimentos mundiais em energias renováveis subiram dos US$ 33 bilhões em 2004 para expressivos US$ 211 bilhões no ano passado um salto de 539,4%, sendo o crescimento médio anual de 38%. O relatório alerta para a necessidade de ainda serem feitos maciços investimentos no setor energético renovável, notadamente nos países em desenvolvimento, carentes de energia e de urgentes investimentos para a melhoria da qualidade de vida de suas populações.
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/brasil-e-o-quinto-pais-que-mais-investe-em-energia-renovavel/
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
site: www.ecocanto21.com.br
email: reicanto@uol.com.br
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
24 novembro 2011
O JORNALISMO A SERVIÇO DA ECONOMIA VERDE
Por Reinaldo Canto*
A economia, ao longo do tempo, tem sido a grande propulsora do desenvolvimento humano. Desde as chamadas “descobertas” marítimas de alguns séculos atrás, impulsionadas pelas trocas comerciais e a atual febre de consumo na incessante busca por novidades tecnológicas, para ficar em dois exemplos, foram no passar dos anos exercendo uma pressão crescente sobre os recursos do planeta e fazendo surgir problemas desconhecidos no passado, caso mais emblemático do aquecimento global.
Já que o desequilíbrio na utilização desses recursos e a consequente insustentabilidade dos padrões de consumo são grandes responsáveis pelo atual estado de coisas, nada melhor do que apostar nas soluções, exatamente vindas das mudanças encampadas ou seriamente encaradas pelos setores relevantes da economia.
Também não é por outra razão que a denominada “economia verde” seja um dos principais pontos de discussão propostos para a Conferência Rio+20, programada para acontecer em junho do próximo ano, aqui no Rio de Janeiro. E o debate já tem um importante ponto de partida que é o relatório lançado este ano pelo PNUMA, cujo título é “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”.
A quarta edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental não tem fugido à regra e muitas das plenárias, oficinas, palestras e rodas de conversa tem como foco principal, exatamente a economia. Análises de ações empresariais, a transição para uma economia verde, o desenvolvimento sustentável e a alteração no padrão de consumo são alguns assuntos presentes ao evento.
E qual o papel que cabe aos profissionais de comunicação em todo esse cenário? Como podemos contribuir para que o mundo acelere o passo rumo a um desenvolvimento mais equilibrado e menos insustentável?
Acredito que a resposta esteja, antes de mais nada, na seriedade e no aprofundamento necessário exigido pelo tema. Fazendo uso do espírito crítico peculiar à nossa profissão, nós jornalistas devemos questionar, indagar e, porque não, cobrar a atuação responsável das empresas e do poder público para que priorizem o atendimento às reais necessidades sociais e ambientais baseadas nos critérios de desenvolvimento sustentável.
O congresso tem servido para que façamos um pouco dessa lição de casa, trocando informações e experiências vividas no dia a dia nas mais diferentes mídias, sejam elas segmentadas ou não. Daqui, tenho certeza, sairemos ainda mais preparados para uma batalha que pode até ser árdua, mas também, em razão dos valores nela embutidos, bastante prazerosa e gratificante.
* Especial para a Envolverde e para o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
A economia, ao longo do tempo, tem sido a grande propulsora do desenvolvimento humano. Desde as chamadas “descobertas” marítimas de alguns séculos atrás, impulsionadas pelas trocas comerciais e a atual febre de consumo na incessante busca por novidades tecnológicas, para ficar em dois exemplos, foram no passar dos anos exercendo uma pressão crescente sobre os recursos do planeta e fazendo surgir problemas desconhecidos no passado, caso mais emblemático do aquecimento global.
Já que o desequilíbrio na utilização desses recursos e a consequente insustentabilidade dos padrões de consumo são grandes responsáveis pelo atual estado de coisas, nada melhor do que apostar nas soluções, exatamente vindas das mudanças encampadas ou seriamente encaradas pelos setores relevantes da economia.
Também não é por outra razão que a denominada “economia verde” seja um dos principais pontos de discussão propostos para a Conferência Rio+20, programada para acontecer em junho do próximo ano, aqui no Rio de Janeiro. E o debate já tem um importante ponto de partida que é o relatório lançado este ano pelo PNUMA, cujo título é “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”.
A quarta edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental não tem fugido à regra e muitas das plenárias, oficinas, palestras e rodas de conversa tem como foco principal, exatamente a economia. Análises de ações empresariais, a transição para uma economia verde, o desenvolvimento sustentável e a alteração no padrão de consumo são alguns assuntos presentes ao evento.
E qual o papel que cabe aos profissionais de comunicação em todo esse cenário? Como podemos contribuir para que o mundo acelere o passo rumo a um desenvolvimento mais equilibrado e menos insustentável?
Acredito que a resposta esteja, antes de mais nada, na seriedade e no aprofundamento necessário exigido pelo tema. Fazendo uso do espírito crítico peculiar à nossa profissão, nós jornalistas devemos questionar, indagar e, porque não, cobrar a atuação responsável das empresas e do poder público para que priorizem o atendimento às reais necessidades sociais e ambientais baseadas nos critérios de desenvolvimento sustentável.
O congresso tem servido para que façamos um pouco dessa lição de casa, trocando informações e experiências vividas no dia a dia nas mais diferentes mídias, sejam elas segmentadas ou não. Daqui, tenho certeza, sairemos ainda mais preparados para uma batalha que pode até ser árdua, mas também, em razão dos valores nela embutidos, bastante prazerosa e gratificante.
* Especial para a Envolverde e para o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO DO TRANSPORTE NAS CIDADES
Por Reinaldo Canto*
No último dia 22/09 ocorreu mais uma edição do Dia Mundial Sem Carro. Ocasião que serve ou deveria servir para pensar e refletir sobre a crescente dependência de veículos de transporte individual. Qual o futuro dessa opção? Quais os limites para o crescimento da indústria automobilística? Será possível equacionar o fato de que milhares de novos carros sejam despejados todos os meses nas ruas de nossas maiores cidades com a busca pela sustentabilidade e qualidade de vida de seus habitantes?
Vivemos um estranho e perigoso momento sem que tenhamos idéia de como sair dele. Só no ano passado, segundo a Anfavea - a associação dos fabricantes de veículos - foram vendidos 3,5 milhões de automóveis no país. As grandes cidades brasileiras estão abarrotadas de carros, em geral com apenas um ocupante em seu interior. Nos últimos anos, com o crescimento econômico e a comemorada ascensão social, o automóvel deixou de ser apenas um sonho de consumo de muitas pessoas para se tornar uma realidade ao alcance dos bolsos ou via crediário. Esse quadro que já vinha se desenhando ao longo do tempo acelerou muito em anos recentes. Os sucessivos recordes de produção da indústria automobilística obrigam a transformar fortemente a paisagem e a arquitetura das cidades. O carro adquire assim um protagonismo absoluto preenchendo e desvirtuando os espaços antes ocupados pelas pessoas.
É óbvio que se imaginarmos qualquer grande cidade brasileira sem carros da maneira como estão hoje configuradas, o caos seria inevitável. Nossos ônibus e trens do metrô já circulam com níveis de lotação máxima ou até mesmo, acima disso, quando esses veículos de transporte coletivo se transformam, em ”latas de sardinha”.
Por outro lado, se não vivemos atualmente um colapso urbano, parece que isso é apenas uma questão de tempo. Afinal, quantos novos viadutos terão de ser construídos, quantas novas avenidas precisarão ser rasgadas redesenhando e desfigurando o espaço urbano e substituindo espaços de ocupação legítimos das pessoas, ao reduzir ou mesmo eliminar calçadas, calçadões e praças? Quantos milhões, bilhões de reais ainda serão gastos para obras viárias que privilegiam o automóvel?
Uma cidade sem carros antes de mais nada, teria naturalmente de garantir um transporte coletivo eficiente, seguro e pontual; ciclovias espalhadas por todas as regiões e vistas mais como corredores de tráfego do que meramente para passeios e as calçadas seriam utilizadas naturalmente pelas pessoas, pois deixariam de parecer crateras lunares ou pistas para disputas de rally.
Praças, parques, calçadões e bulevares passariam a ser regra e não exceção. Os moradores da cidade, bem como seus visitantes recuperariam o que nunca deveriam ter perdido: a ocupação natural e democrática de todos os espaços públicos da cidade.
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL DA TARDE EM 24/10/11
No último dia 22/09 ocorreu mais uma edição do Dia Mundial Sem Carro. Ocasião que serve ou deveria servir para pensar e refletir sobre a crescente dependência de veículos de transporte individual. Qual o futuro dessa opção? Quais os limites para o crescimento da indústria automobilística? Será possível equacionar o fato de que milhares de novos carros sejam despejados todos os meses nas ruas de nossas maiores cidades com a busca pela sustentabilidade e qualidade de vida de seus habitantes?
Vivemos um estranho e perigoso momento sem que tenhamos idéia de como sair dele. Só no ano passado, segundo a Anfavea - a associação dos fabricantes de veículos - foram vendidos 3,5 milhões de automóveis no país. As grandes cidades brasileiras estão abarrotadas de carros, em geral com apenas um ocupante em seu interior. Nos últimos anos, com o crescimento econômico e a comemorada ascensão social, o automóvel deixou de ser apenas um sonho de consumo de muitas pessoas para se tornar uma realidade ao alcance dos bolsos ou via crediário. Esse quadro que já vinha se desenhando ao longo do tempo acelerou muito em anos recentes. Os sucessivos recordes de produção da indústria automobilística obrigam a transformar fortemente a paisagem e a arquitetura das cidades. O carro adquire assim um protagonismo absoluto preenchendo e desvirtuando os espaços antes ocupados pelas pessoas.
É óbvio que se imaginarmos qualquer grande cidade brasileira sem carros da maneira como estão hoje configuradas, o caos seria inevitável. Nossos ônibus e trens do metrô já circulam com níveis de lotação máxima ou até mesmo, acima disso, quando esses veículos de transporte coletivo se transformam, em ”latas de sardinha”.
Por outro lado, se não vivemos atualmente um colapso urbano, parece que isso é apenas uma questão de tempo. Afinal, quantos novos viadutos terão de ser construídos, quantas novas avenidas precisarão ser rasgadas redesenhando e desfigurando o espaço urbano e substituindo espaços de ocupação legítimos das pessoas, ao reduzir ou mesmo eliminar calçadas, calçadões e praças? Quantos milhões, bilhões de reais ainda serão gastos para obras viárias que privilegiam o automóvel?
Uma cidade sem carros antes de mais nada, teria naturalmente de garantir um transporte coletivo eficiente, seguro e pontual; ciclovias espalhadas por todas as regiões e vistas mais como corredores de tráfego do que meramente para passeios e as calçadas seriam utilizadas naturalmente pelas pessoas, pois deixariam de parecer crateras lunares ou pistas para disputas de rally.
Praças, parques, calçadões e bulevares passariam a ser regra e não exceção. Os moradores da cidade, bem como seus visitantes recuperariam o que nunca deveriam ter perdido: a ocupação natural e democrática de todos os espaços públicos da cidade.
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL DA TARDE EM 24/10/11
09 novembro 2011
Cobertura Econômica na Mídia é tema de palestra
Estão abertas as inscrições para a palestra A Cobertura Econômica na Mídia, realizada pelo Sindijornalistas em parceria com a Arcelor Mittal Tubarão. O evento faz parte do projeto Sustentabilidade para Comunicadores, cuja proposta é debater sobre temas de interesse da sociedade, tendo como eixo temático as seis dimensões da sustentabilidade: social, econômica, política, ambiental, espiritual e cultural. A palestra acontecerá no dia 10 de novembro, no Radisson Hotel, e contará com a presença do jornalista Reinaldo Canto, que atua como professor de Gestão Ambiental na Faculdade Paulista de Pesquisa e Ensino Superior (FAPPES), consultor, palestrante, articulista e colaborador do site Envolverde e de mídias ambientais, além de editor e redator de relatórios de sustentabilidade e colunista da Carta Capital.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.sindijornalistases.org.br. O evento, cujo credenciamento começa às 8h30, termina às 12h e também contará com uma mesa redonda da qual participarão as jornalistas Elaine Silva e Beatriz Seixas, respectivamente, editoras do caderno de economia de A Gazeta e repórter de Economia de A Tribuna. Após a mesa redonda será dado início ao debate com a participação do público. Haverá certificado para os participantes.
Formado em jornalismo pela Cásper Líbero e pós graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Canto passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do país, como SBT, Globo, Record e Jovem Pan, além de ter sido colaborador de revistas da Editora Abril. Na área de assessoria de imprensa Reinaldo Canto atuou em grandes empresas, como o Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Para conhecer mais o trabalho do jornalista basta acessar http://envolverde.com.br/ e http://www.cartacapital.com.br/author/reinaldo-canto
Programação
8h30 | Credenciamento
09h00 | Abertura
09h10 | Palestra A cobertura Econômica na Mídia
Palestrante: Reinaldo Canto, jornalista e colunista da Revista Carta Capital
10h10 | Mesa redonda
Mediadora: Suzana Tatagiba – presidente do Sindijornalistas-ES
Participantes: Elaine Silva (Editora de Economia de A Gazeta) e Beatriz Seixas (Repórter de Economia de A Tribuna)
11h30 | Debate
12h00 | Encerramento
12h10 | Brunch
Local: Radisson Hotel
Inscrições: www.sindijornalistases.org.br
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.sindijornalistases.org.br. O evento, cujo credenciamento começa às 8h30, termina às 12h e também contará com uma mesa redonda da qual participarão as jornalistas Elaine Silva e Beatriz Seixas, respectivamente, editoras do caderno de economia de A Gazeta e repórter de Economia de A Tribuna. Após a mesa redonda será dado início ao debate com a participação do público. Haverá certificado para os participantes.
Formado em jornalismo pela Cásper Líbero e pós graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Canto passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do país, como SBT, Globo, Record e Jovem Pan, além de ter sido colaborador de revistas da Editora Abril. Na área de assessoria de imprensa Reinaldo Canto atuou em grandes empresas, como o Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Para conhecer mais o trabalho do jornalista basta acessar http://envolverde.com.br/ e http://www.cartacapital.com.br/author/reinaldo-canto
Programação
8h30 | Credenciamento
09h00 | Abertura
09h10 | Palestra A cobertura Econômica na Mídia
Palestrante: Reinaldo Canto, jornalista e colunista da Revista Carta Capital
10h10 | Mesa redonda
Mediadora: Suzana Tatagiba – presidente do Sindijornalistas-ES
Participantes: Elaine Silva (Editora de Economia de A Gazeta) e Beatriz Seixas (Repórter de Economia de A Tribuna)
11h30 | Debate
12h00 | Encerramento
12h10 | Brunch
Local: Radisson Hotel
Inscrições: www.sindijornalistases.org.br
Assinar:
Postagens (Atom)