12 novembro 2009

FÓRUM DA REVISTA EXAME APONTA IMPASSES E DESAFIOS DA COP-15

Por Reinaldo Canto, especial para a Envolverde




Na manhã desta quarta-feira (11/11), em São Paulo, ainda sob o forte impacto do grande blecaute que deixou a escuras a capital paulista e diversos estados brasileiros, num dos hotéis mais chiques e bonitos da cidade, foi realizado o Exame Fórum Sustentabilidade - Copenhague: Desafios e Oportunidades.

Duas rodadas distintas de debate separadas por um intervalo para café, suco e pão de queijo revelaram enormes desafios que estão no caminho de um mundo mais sustentável. A primeira parte mais pública do que privada, reuniu um representante do Governo de São Paulo, Francisco Graziano, Secretário de Meio Ambiente do Estado; uma ONG, o Instituto Ethos com seu presidente Ricardo Young, além de Eduardo Viola, professor da UNB em Brasília. Coube ao diretor de novos negócios do Grupo Votorantim, Fernando Reinach, a presença mais privada do que pública.

Talvez tenha sido por ser o representante do setor privado que Reinach fez algumas afirmações polêmicas, tais como, considerar o aço e o alumínio brasileiros como “produtos verdes”, graças ao uso de energias limpas na sua fabricação e, sem levar em conta a extração intensiva dessas matérias-primas e o enorme gasto com água, energia e outros insumos em suas fabricações, não tão “verdes”.

Ricardo Young se mostrou um realista sem pessimismo ao, de certa maneira, livrar Copenhague de ser taxada como um fracasso anunciado. Para o presidente do Ethos, Copenhague mais que resultados têm e terá um valor simbólico nas discussões que ali serão travadas, “vive-se um momento extraordinário de fatos bons e ruins”. Sem dúvida, até para não desanimar tantos atores envolvidos nesse trabalho, o melhor é pensar a COP-15 como um ponto de partida das novas discussões e não como chegada que tende a decepcionar. Ricardo também aproveitou para espetar o governo Lula classificando-o como o presidente que mais sorte teve na história e mais oportunidades desperdiçou ao não aproveitar a chance de assumir a liderança da agenda ambiental no mundo.

Quem mais aprofundou a discussão do ponto de vista das oportunidades foi o professor Eduardo Viola, com seu tom enfático, destacou que, a maior parte das empresas e dos governos, não consegue fazer a transição para um novo mundo. Segundo ele, é necessário passar de um mercado tradicional para outro baseado na tecnologia e no conhecimento, ou seja, temos de passar de uma sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento que, segundo ele, será responsável por uma redução significativa nos impactos ambientais atuais. Viola destacou o atraso brasileiro na questão do transporte de cargas, majoritariamente rodoviário e precário, quando os maiores países do mundo utilizam ferrovias e hidrovias.

Sobre o tema transporte, o secretário de meio ambiente do governo Serra, Chico Graziano, destacou que pesquisas constataram que 46% dos caminhões que trafegam na Região Metropolitana de São Paulo circulam vazios, emitindo grande quantidade de gás carbônico sem cumprir a sua função de transportar carga.

Chamou a atenção o destaque que os debatedores deram aos grandes projetos de sustentabilidade que estão sendo colocados em prática pela China. Mesmo ressaltando que são conduzidos de maneira unilateral por um governo autoritário foram lembrados como entre os mais audaciosos que estão sendo colocados em prática no mundo. O professor Viola ainda lembrou que no mundo democrático, o Reino Unido e a Coréia do Sul são referências em medidas de redução das emissões dos gases de efeito estufa.

Os desafios da iniciativa privada

A segunda parte do debate intitulado: “Oportunidades de Negócio para o Brasil Sustentável” reuniu pesos pesados da iniciativa privada que procuraram ressaltar os esforços de suas empresas e setores na busca pela sustentabilidade. Marcos Bicudo, presidente da Phillips, lembrou bem que a água deverá, em pouco tempo, ser a nova preocupação das discussões globais ao lado das mudanças climáticas. O executivo da Phillips ainda reforçou que não é possível falar de desenvolvimento sustentável sem levar em conta que ao lado das questões econômicas e ambientais também deve caminhar o social, o conhecido tripple bottom line. Ele aproveitou para citar um número da Organização Mundial de Saúde 18 milhões de pessoas no Brasil não tem banheiro.

Um tema delicado colocado na mesa de empresários foi o da criação de empregos verdes. Silêncio inicial seguido de uma brincadeira de Marcos Vaz, diretor de sustentabilidade da Natura, “eu tenho um emprego verde”. Quando o presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto e Marcos Jank, presidente da ÚNICA – a União da Indústria da Cana-de-Açucar ensaiavam afirmar que plantar árvores de reflorestamento para produção de papel e o plantio de cana para biocombustível criam empregos verdes, Bicudo da Phillips disse que o mais importante é que as empresas tenham o verde no seu DNA.

As discussões giraram, principalmente, em torno da redução dos impactos ambientais e da melhoria da produtividade dos setores empresariais. Marcos Jank citou que por problemas de gestão estão no campo só de bagaço de cana não aproveitadas duas Itaipus que poderiam gerar energia para o país. Como estava incomodado por não se falar em redução de consumo, mandei exatamente essa pergunta para a mediação e a resposta veio naquele que pode ser visto como um dos grandes desafios enfrentados pelos setores produtivos: “pensamos nisso três vezes ao dia, ainda é uma pergunta sem resposta”, disse Marcos Vaz da Natura e emendou, “crescer não é pecado, crescemos mantendo o impacto e investindo em coisas importantes”.

Como se vê antes, durante ou depois de Copenhague, os desafios ainda serão maiores que as oportunidades .

Reinaldo Canto e jornalista, palestrante e consultor, foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil e coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

06 novembro 2009

BOLSO: ANTÍDOTO CONTRA O DESPERDÍCIO

Por Reinaldo Canto* Especial para a Envolverde

Na ausência do valor monetário residem alguns dos nossos problemas

São Paulo é a cidade que não desperta porque simplesmente nunca dorme! A maior cidade do país também é conhecida por ser uma síntese de muitas das características encontradas em pontos diversos do Brasil. Muitos eventos culturais, inúmeros congressos nacionais e internacionais e uma gastronomia variada e de alta qualidade. A metrópole também possui números superlativos dignos de nota e celebrações.

No princípio de outubro pudemos comemorar a aposentadoria do último Aterro Sanitário público da capital, o São João, cuja capacidade foi esgotada após chegar a expressiva marca de 28 milhões de toneladas de lixo. Nos seus bons tempos de juventude, nos não tão antigos anos 90, o aterro São João recebia cerca de 6 mil toneladas diárias de lixo, mas já próximo de seu merecido descanso, passou a receber “apenas” mil toneladas por dia. Bem, descanso não é bem o termo já que em sua área ocupada de aproximadamente 435 mil m² ou cerca de 60 campos de futebol, suas 28 milhões de toneladas alcançam 160 metros de altura, praticamente o mesmo que o Terraço Itália (168 metros), faz-se necessário um monitoramento constante para que essa verdadeira montanha não venha abaixo. Agora todo o lixo paulistano é “exportado” para municípios vizinhos, pois diferentemente do que muita gente pensa, o “jogar fora”, na verdade, significa “jogar dentro”, pois se não está na sua casa, esse lixo está mais perto do que se imagina, contaminando e sujando nossas águas, nosso ar e nossa vida.

Para não perder o pique nas comemorações de São Paulo e aproveitando que acabei de falar em água e do lixo que “não se joga fora”, temos outro número fantástico que vem de um dos locais mais conhecidos dos paulistanos, o Parque do Ibirapuera. Notícia publicada pelo jornal O Estado de São Paulo registra que são retiradas por semana, repito, por semana, 500 quilos de lixo apenas do lago do Ibirapuera. Segundo o jornal, já foram encontrados de sacos de seringa, bicicleta velha, sacos plásticos, garrafas pet e por aí vai.

A relação direta entre valor das coisas e o descarte do lixo

Vou revelar agora porque essas ironias foram expressas dessa maneira, por assim dizer, com certo grau de agressividade. Dia desses fui à lavanderia do meu bairro buscar minhas roupas. Como, gentilmente, as camisas e calças passadas são entregues envoltas num plástico e com um cabide para não amassá-las, fiz a seguinte colocação, seguida pela sugestão:

- Obrigado, eu dispenso os cabides e os plásticos, pois já os tenho em número suficiente. Que tal vocês me darem um desconto pelo não uso dos cabides e dos plásticos? Aliás, isso poderia ser feito com todos os seus clientes.
Resposta do atendente:

- Não vai adiantar a gente paga cerca de três centavos por cabide e não vale à pena fazer isso.
Esse diálogo me deixou estarrecido e mesmo com a resposta continuo a fazer propostas para reverter esse posicionamento tão danoso ao planeta (tal como a devolução de um certo número de cabides em troca de uma roupa lavada ou passada).

O que esse diálogo revela é que há uma relação direta entre o valor dos cabides e dos plásticos com a aposentadoria do Aterro São João e os 500 quilos de lixo do lago do Ibirapuera, em resumo: o valor de certos materiais.

Um dado interessante publicado pela revista Época São Paulo (edição de março de 2009) dá conta que São Paulo produziu em 2008, 3.437.607 toneladas de lixo domiciliar, 3% a mais do que em 2007. A informação curiosa é que a população da cidade de um ano para o outro cresceu apenas 0,6%. A simples conclusão é que estamos gerando mais lixo por pessoa a cada ano que passa.

Em uma sociedade de consumo que vem se caracterizando pelo culto ao descartável, a quantidade de lixo é proporcional a falta de consciência e ações que passam por todos os setores, sejam eles públicos, privados e até chegar ao próprio cidadão.

Se podemos registrar que no Brasil temos o mais alto nível de reciclagem de latinhas de alumínio do mundo (algo em torno de 95% ou 96%), também é fácil afirmar que existem materiais tão diversos como papel, papelão, vidro, isopor, garrafas PET, sacolas plásticas e tantos outros que são perfeitamente recicláveis. Pelo menos 30% dos lixos domiciliares são compostos de materiais recicláveis, mas apenas 1% acaba sendo recuperado pela coleta seletiva.

É muito triste imaginar que toneladas de material reciclável entopem os lixões e aterros sanitários quando poderiam voltar a ser utilizados por empresas em produção de novos produtos. Um caso exemplar é o do vidro. Um quilo de vidro é totalmente aproveitado na reciclagem num círculo virtuoso que contribui para que não sejam necessárias as extrações de matérias-primas existentes na natureza. Isso vale para todos os outros materiais que são descartados. Papéis reutilizados e reciclados evitam o corte de árvores; sacolas plásticas reutilizadas e recicladas deixam de entupir bueiros, poluir rios e mares, etc, etc ...

As razões para esse estado de coisas são inúmeras: ausência de políticas públicas efetivas de incentivo a coleta e reciclagem e de educação ambiental para a população; uma parte da iniciativa privada que não se empenha em tratar resíduos e criar ações para reaproveitamento de materiais na sua linha de produção e o cidadão que desperdiça, não reutiliza, não recicla e ainda joga lixo nas praças, ruas, rios e lagos.

Os argumentos acima são bastante defensáveis e, sem dúvida, devem ser trabalhados para que se encontrem soluções para os lixos e seus descartes, mas quero voltar aos meus cabides e a uma recente palestra que dei numa indústria química em São Paulo. Ao falar do sucesso da reciclagem das latas de alumínio e do fracasso em geral dos outros materiais, um funcionário da empresa concluiu:

- Não adianta, só quando dói no bolso o pessoal se mexe!!

Nada mais óbvio do que isso, o valor dos materiais é o fator determinante para garantir a reciclagem e até mesmo contribuir para a redução do seu uso e descarte.

Cobrar o que é de graça, aumentar o preço do que for muito barato

Se o poder público garantisse preços convidativos para os materiais hoje menos atrativos, tenho certeza que teríamos mais plásticos, papéis, vidros, isopores, entre outros, sendo recolhidos com eficiência, e, consequentemente voltariam para a cadeia produtiva sem entulhar os nossos aterros e lixões.

O incentivo à reciclagem que também possui benefícios sociais importantes, já faz parte da discussão. Foi por essa razão que na semana passada o governo federal anunciou uma série de projetos de capacitação que irão beneficiar 10.600 catadores em 18 estados do País. O convênio foi assinado durante a Reviravolta Expocatadores, evento que tem como objetivo desenvolver políticas públicas de inclusão para catadores de materiais recicláveis.
Outra medida menos discutida, mas creio que muito eficiente e de fácil aplicação, é dar valor ao que não tem.
Pensem a respeito:

Se a sacola plástica do supermercado, da drogaria ou da padaria custasse 0,30 ou 0,20 centavos, as pessoas usariam da mesma maneira que agora? Levariam em grande quantidade? Jogariam nas ruas, rios e praças, mesmo que sem uso? (Alguns estabelecimentos varejistas já começaram a adotar essa medida no Brasil enquanto em países como a Alemanha a sacola plástica é cobrada em todas as compras).

E quanto aos cabides e plásticos da lavanderia que citei acima? E outros tipos de embalagens? E as bandejas de isopor nos supermercados? Se fosse possível devolvê-las e com isso obter algum desconto?

Aliás antes da proliferação das garrafas PET, cervejas e refrigerantes eram majoritariamente vendidas em garrafas de vidro e, o “casco” como eram conhecidas, tinham valor. Quando a garrafa era devolvida vazia, o estabelecimento retornava ao consumidor um pequeno valor ou da mesma maneira quando a bebida era comprada sem a entrega de garrafas vazias, no preço da bebida estava lá embutido o valor do “casco”. Nesses casos, só quem rasgava dinheiro ou estava muito bêbado para pensar no assunto, jogava sua garrafa na rua ou no rio. Por que não voltarmos a usar as garrafas de vidro ou usar as garrafas PET da mesma maneira que se fazia antigamente?

Vivemos situações críticas em várias áreas vitais para a sobrevivência humana, a questão da geração do lixo, da contaminação das águas, o desmatamento e o aquecimento global estão entre as principais. Infelizmente, medidas isoladas sejam do poder público, sejam da iniciativa privada e até de cidadãos mais conscientes são louváveis, mas de resultado limitado.

Cobrar por todos esses materiais e embalagens dando valor ao que as pessoas hoje descartam seria uma maneira rápida de mudar a realidade tenebrosa do desperdício, do descarte inconseqüente e da falta de educação.
O melhor, é claro, seria conquistar consciências, mas é óbvio também que os resultados tem sido modestos até mesmo nos países ditos desenvolvidos e educados.

Conclusão, para que São Paulo e outras capitais e cidades brasileiras não apresentem números tão tristes, pelo menos em relação a sujeira e geração de lixo, fico com a filosófica afirmação do rapaz da empresa química:
- Só quando dói no bolso o pessoal se mexe!

Então, que assim seja!

*Jornalista, consultor e palestrante, foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente



(Envolverde/O autor)

29 outubro 2009

POLÍTICA É PARTE FUNDAMENTAL DA SOCIEDADE

A política é uma arte que, infelizmente, tem sido bastante maltratada em nosso país.

E é por essa razão que existem muitas pessoas que preferem dizer que não gostam de política e afirmam que querem manter distância de qualquer discussão em que ela venha à tona.

Mas isso é simplesmente impossível! Política faz parte do DNA da humanidade. Os relacionamentos em sociedade são conduzidos pela política seja ela boa ou má. A vida em sociedade pressupõe a existência da política. O máximo que se pode fazer é substituir uma política pela outra, nunca bani-la definitivamente!

Há uma política menor, de interesses e conchavos que atendem alguns poucos, mas também há a política de ideias e valores aonde prevalecem os interesses maiores, coletivos que contemplem projetos voltados para a construção social e com visão de futuro.

Eu sempre fiz e sempre gostei de política. Participei da política estudantil, fui diretor do Sindicato dos Jornalistas, fiz política partidária e trabalhei profissionalmente em oito campanhas políticas de vereador a presidente da república. Fui durante dois anos diretor de comunicação da maior organização ambiental do mundo, o Greenpeace e também coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente nesses locais exerci o que podemos chamar de política da militância ambientalista.

No meu dia a dia como jornalista ambiental escrevo, discuto, faço palestras e dou cursos sobre meio ambiente, consumo consciente e cidadania.

Penso que precisamos em todas as instâncias do poder público, seja ele executivo ou legislativo de projetos que façam a junção entre as melhorias da qualidade de vida para todos; a redução das desigualdades e a preservação do meio ambiente.

Essas são as minhas bandeiras dentro e fora do Partido Verde. Elas representam metas de vida, de realização pessoal.

A batalha e o apoio desses ideais fazem parte do legado que quero deixar para que minha filha hoje de pouco mais de dois anos de idade saiba no futuro o que dizer quando lhe perguntarem quem é ou quem foi o seu pai.

Teor do discurso lido em Jantar do Partido Verde no dia 27 de outubro de 2.009

24 outubro 2009

JOVENS NA BUSCA DA SUSTENTABILIDADE

Hoje tive a felicidade de participar como avaliador da Feira de Ciências do Bandeirantes, um dos mais tradicionais colégios de São Paulo. A feira foi toda dedicada a Sustentabilidade. Todos os trabalhos foram de altíssimo nível.

Das múltiplas funções da fibra de côco, as alternativas ao uso do PET passando pela casa sustentável, as pesquisas e as experiências demonstradas pelos estudantes mostrou o grande envolvimento e compromisso dos jovens na apresentação de suas conclusões. Outros trabalhos voltados para fontes de energia alternativas como o uso do asfalto como coletor solar e a energia captada por vórtices instalados no fundo do mar revelaram também a disposição de se buscar experimentos ainda em fase de testes ou pouco utilizados no mundo.

Creio que o mais importante é o fato de os alunos serem motivados a buscarem esses conhecimentos, despertarem para os sérios problemas ambientais, pensarem em soluções e concluírem que precisamos fazer mudanças profundas a fim de evitarmos piores consequências no futuro.

Espero que essa experiência marque para sempre a vida desses hoje estudantes e amanhã adultos mais conscientes que vão trabalhar profissionalmente em seus respectivos campos de atuação, quem sabe colocando em prática algumas das ideias dessa feira de ciências.

20 outubro 2009

DIA INTERNACIONAL DE AÇÃO CLIMÁTICA

Veja abaixo a mensagem da 350.org

Caros amigos,

Ao longo de 20 anos o mundo conseguiu fazer muito pouco em relação ao maior problema que alguma vez enfrentou. Dentro de cinco dias, podemos finalmente começar - mas só com a sua ajuda.

Tudo indica que o Dia Internacional de Ação Climática neste sábado 24 de Outubro será o mais abrangente dia de ação ambientalista que este planeta alguma vez viu - estamos esperando mais de 3.700 eventos em 170 países. Há algo acontecendo perto de você - se não sabe bem o quê, clique aqui para descobrir rápida e facilmente.

As pessoas em todas estas aldeias e cidades por todo o mundo vão estar dizendo a mesma coisa: a ciência nos diz que não poderemos ter mais de 350 partes por milhão de CO2 na atmosfera se queremos um planeta como este em que nascemos. Parece complicado, mas não é - 350 é o limite para a vida na Terra.

E para o entusiasmar, veja só este poderoso vídeo que chegou dos nossos amigos nas Maldivas no final da semana passada:

http://www.youtube.com/watch?v=deZvKG4xOzk

Mesmo se você não perceber inglês (ou maldivo) vai fazer sentido - lembre-se apenas que este é um país que vai literalmente desaparecer se não conseguirmos resolver a crise climática.

Por favor perca um minuto a repassar esta mensagem para toda a gente na sua comunidade e por esse mundo fora, e peça-lhes para procurarem um evento próximo deles para que possam participar também nesse dia tão importante: www.350.org/pt/map

Obrigado por tudo o que fazem,

Bill McKibben em nome da equipe da 350.org


350.org é uma campanha internacional de bases que tem por fim mobilizar um movimento global de clima, unido pelo mesmo apelo à ação. Disseminando um conhecimento das bases científicas e uma visão partilhada de uma política justa, procuramos garantir que o mundo crie soluções corajosas e igualitárias para a crise climática. 350.org é um projeto independente e sem fins lucrativos.

14 outubro 2009

O TEMPO ESTÁ PASSANDO!! TIC TAC TIC TAC!!!

Chamada para ação - 24 de outubro de 2009

Participe do 3º Dia de Ação Global da campanha TicTacTicTac!

Dia 24 de outubro é o Dia Nacional de Adesão ao abaixo assinado para um clima saudável e seguro! Escolha eventos artísticos, esportivos, religiosos e culturais que ocorrerão dia 24 de outubro próximos a você. Aproveite o espaço e o público para passar a mensagem da TicTacTicTac, disseminar o abaixo-assinado e colher centenas de assinaturas. Se preferir organizar seu próprio evento, sugerimos escolher um local com algum significado especial para você e sua comunidade: uma praça, parque ou praia que você quer proteger das mudanças climáticas. Use a sua criatividade para reunir e motivar o público. Passeios de bicicleta, marchas, concertos, caminhadas, festivais, plantação de árvores, protestos, e mais acontecerão no mundo inteiro. A idéia é que as ações se relacionem com milhares de outras ações em todo o planeta, para que a mensagem do dia 24 de outubro seja poderosa: O mundo precisa das soluções climáticas que a ciência e a justiça exigem. Até o presente momento estão registrados 2252 eventos em 152 países. O tempo passa, o clima não está numa boa. Você faz a diferença!

Registre a sua ação em www.tictactictac.org.br - AGORA!

06 outubro 2009

ÁRVORE: MELHOR AMIGA DO HOMEM, DO CÃO, DAS AVES E MUITO MAIS

Reinaldo Canto* Especial para a Envolverde
São inúmeros os casos em que aqueles contemplados por homenagens com dias especiais, tais como, Dia do Índio, Dia do Meio Ambiente, Dia da Árvore ou, como nesta semana, o 5 de outubro, Dia das Aves, são concedidos tal qual uma mea culpa diante de tantos exemplos de agressões e desrespeito.
Pois ao falarmos do Dia da Árvore, “comemorado”, assim mesmo entre aspas, no último dia 21 de setembro é preciso uma reflexão sobre a sua importância e relevância para todos. Pois, infelizmente, ainda há quem duvide dos benefícios que esses seres com formas, cores e personalidades tão diversas exerce sobre os habitantes desse nosso querido planetinha.
Se pensarmos nos últimos dias em que muitas cidades do Sul e Sudeste enfrentaram chuvas torrenciais e, a conseqüente queda de árvores danificando patrimônios materiais de muitas famílias, alguns podem ter concluído: “para que não se corra o risco delas caírem, basta simplesmente, remove-las e o problema está resolvido”.
Também podemos lembrar da “pérola” proferida pelo ex-presidente norte-americano George “já foi muito tarde” Bush ao expressar sua brilhante solução para combater os incêndios florestais na Califórnia: “é só cortar as árvores”, afirmou ele maravilhado com a própria genialidade.
Eu, sinceramente, espero que esses pensamentos não povoem as mentes da maioria das pessoas, pois as árvores possuem tantos e variados atributos que pareceria até desnecessário defende-las. Mas longe disso, diante do cotidiano de descaso e desrespeito, as árvores exigem defesas eloqüentes e barulhentas.
Das funções primordiais das árvores que poderíamos chamar de macro aptidões, estão a absorção do carbono que minimiza os efeitos das mudanças climáticas, a proteção dos rios e nascentes que nos abastecem de água limpa e como um componente essencial das florestas que contribuem para a preservação da biodiversidade do planeta. Isso para não falar da madeira largamente usada na construção civil e na fabricação de móveis, nem sempre de maneira correta e sustentável.

Carinho que falta no meio urbano
Nas cidades, as árvores também desempenham um papel de protagonista e vão muito além da estética. E, alguns desses benefícios são facilmente constatados.
Um deles foi observado tempos atrás pelo jornalista André Trigueiro da Globo News, ele contou que apenas numa rua do bairro do Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, era possível encontrar várias sensações térmicas diferentes ao longo do seu trajeto. Essas temperaturas iam do calor insuportável num dia de verão carioca, a um clima que se tornava mais ameno, justamente nos trechos em que lá estavam as árvores. É só você entrar num parque ou passar por uma rua arborizada num dia de muito calor para sentir a diferença. Onde prevalece o asfalto e o concreto, a sensação é sufocante. Na presença do verde tanto o clima quanto a paisagem se tornam mais agradáveis e amenas.
Se além do mais levarmos em conta o estudo do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, divulgado pelo Estadão (21/09), as árvores são também grandes aliados à saúde dos habitantes das cidades. Segundo o laboratório, as árvores absorvem, além de gás carbônico, os metais pesados suspensos no ar. Cinco parques de São Paulo foram analisados durante 4 anos para que os pesquisadores chegassem a essa conclusão.
Diante de constatações tão determinantes, falar da urgente necessidade de plantarmos mais exemplares, preferencialmente, espécies nativas seria até redundância. Mas creio que essas informações ainda precisem ser passadas para as nossas autoridades e para a população em geral.
Fatos recentes na cidade de São Paulo reforçam o que disse anteriormente. A ampliação das pistas da Marginal Tietê resultou no corte de um grande número de árvores e a reforma da Avenida Paulista, concluída no final do ano, deixou a via com menos 100 árvores.
Esses exemplos podem ser multiplicados, quase sem exceção, por todas as cidades brasileiras. Árvores muitas vezes são consideradas obstáculos ao progresso e precisam ser exterminadas para felicidade geral da nação. Será mesmo? Até quando teremos a ilusão de que para construir, crescer, será necessário também destruir?
Sem ferir suscetibilidades aos fãs incondicionais dos animais domésticos, mas proponho que a árvore receba o status de melhor amiga do homem ao lado dos caninos. Afinal, se pudessem se manifestar, os cães não teriam dúvidas em eleger a árvore como sua melhor amiga ao lado, é claro, do seu dono e mantenedor.
Então se a árvore é amiga de todos, porque não cuidarmos dela como ela cuida de nós??
Plante, regue, olhe com carinho e sorria para as árvores que estiverem ao seu alcance garanto a você que elas saberão retribuir essa atenção!
*Jornalista, consultor e palestrante, foi Diretor de Comunicação do Greenpeace e Coordenador de Comunicação do Instituto Akatu