20 novembro 2010

REPERCUSSÃO ARTIGO

Comentários registrados no blog da revista Carta Capital para o artigo ECOCHATO É A MÃE! CHATOS SÃO OS OUTROS!


Roberto Ribeiro disse:
20 de novembro de 2010 às 11:09
Ecochatos acham que em vez de se proporem leis proibindo a fabricação de sacolas de plástico e garrafas PET, devemos “conscientizar” (isso é, encher o saco inidividualmente) das pessoas para que elas, individualmente, levem sacos de pano para o supermercado. Ecochatos são aqueles que pregam que cortar uma árvore numa avenida para que ela não caia nos carros é crime ambiental. Ecochatos são aqueles que acham que se um indivíduo deixar de comer carne, isto influenciará no efeito estufa. Ecochatos não têm nenhuma educação em biologia e não entendem a diferença entre um jardim público cheio de flores e borboletas e uma floresta tropical. Ou seja, nem todo mundo preocupado com ecologia é ecochato. Ecochato é aquele que tem uma visão estreita, quase religiosa, da ecologia.

Ecologia se relaciona com sociologia. São ciências da coletividade. Não importa que um indivíduo deixe de comer carne, de andar de carro, de usar plástico. O que se tem de pensar é em racionalizar a distribuição de alimentos, melhorar o transporte público, fazer leis a respeito da retornabilidade das embalagens. “Pensar globalmente e agir localmente” é uma falácia se interpretada como “se eu for ecochato, estarei salvo”. Não adianta usar carteiras de garrafa PET, é preciso enfrentar a indústria de petróleo. E para isso é preciso organização, não ação individual. A ecochatice é algo que auxilia a indústria, pois pulveriza as ações, faz perder a perspectiva e estreita o horizonte.

O beija-flor tentou apagar o incêndio da floresta “fazendo a sua parte”: resultado, a floresta pegou fogo assim mesmo e torrou o beija-flor.

Mário Ferreira disse:
18 de novembro de 2010 às 18:30
Estou de acordo com o autor, entretanto, considero a questão mais profunda:
não basta que os projetos de desenvolvimento sejam ecologicamente corretos. É necessário mudar
o atual modelo econômico baseado em consumo e produção crescentes para outro que busque a redução
do consumo (consumo consciente), o que implica, necessariamente, no controle social do capital…

Renato Sigiliano disse:
18 de novembro de 2010 às 14:18
A questão é se vamos adotar um modelo de desenvolvimento sustentável, e isto tem a ver exclusivamente com o meio ambiente, ou vamos continuar repetindo os erros de “desenvolvimento e progresso” impostos pelo capitalismo, que dá sinais de enorme cansaço. As iniciativas mais lucrativas financeiramente hoje levam, obrigatoriamente, em consideração as questões ambientais. A recém sanção presidencial da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tramitou 17 anos no Congresso, traz avanços consideráveis para sistemas de gestão ambiental públicos e privados. O binômio poluidor/pagador está em alta no mundo inteiro. O Brasil precisa cessar o avanço sobre a Amazônia, imensa riqueza desconhecida que está sendo destruída para ocupação da pecuária e agricultura. Precisamos ser conscientes no consumo, priorizando produtos ecologicamente corretos. Consumimos 25% de nossa energia elétrica com chuveiros. Ora, a energia elétrica é muito nobre para este fim, esquentar água. Isto não é moda, é questão de sobrevivência da humanidade.

Andre SP disse:
18 de novembro de 2010 às 12:47
Este tema tem sua importância, mas, infelizmente aqui no Brasil soa mais como oportunista, o assunto consumismo é tocado superficialmente, por que não atacar a verdadeira causa, por que não vender outra ideologia que não esteja sustentada no capital. Para mim o problema está na subsistência momentânea, substância esta que impele ao ser humano a obrigação do trabalho remunerado como forma de vida e existência, enquanto a sociedade se basear no trabalho e consumo como modo de vida, só aumentará a demanda por produtos e energia, é fato que os problemas tendem a crescer. Querem mudar o Mundo mudem o conceito, pois o dinheiro é que promove o consumo, retirem o poder do dinheiro, uniformizem o poder, promovam uma sociedade igualitária e estes problemas serão resolvidos. Esta é minha visão, no demais não passa de demagogia, e na maioria das vezes puramente oportunistas, advogando em causas próprias.
Como querer resolver o problema do meio ambiente se os direitos humanos não são respeitados, enquanto existir pobres e ricos, o mundo estará fadado a se autodestruir.

Evandro disse:
18 de novembro de 2010 às 11:54
Concordo com o autor. O governo brasileiro anda reclamando que, agora que estamos a colocar a cabeça para fora do mundo subdesenvolvido, vem a pressão ecológica restringir nossas pretensões desenvolvimentistas. Pelo contrário, acredito num enorme potencial para fazer diferente. Embora demande tempo, todas as iniciativas novas deviam mirar num conceito mais elevado, para não chegarmos ao beco sem saída que muitas grandes economias estão. Há um imenso mercado para a inovação – que mudará drasticamente o consumo – e afetará a indústrica convencional, sem dúvida. Mas não há desculpas para o desperdício absurdo dos produtos e meios de produção atuais, a continuidade da destruição do que ainda resta da natureza e a intoxicação de nossa geração e das próximas. De imediato precisamos de: produtos biodegradáveis de origem vegetal; desenvolver a energia da biomassa, sobretudo de oleginosas nativas; ampliação da agricultura familiar sem agrotóxicos, respeitando o clima local, não desmatando mais nenhuma área; recuperação de áreas degradadas para recompor a biodiversidade e a captação de água para o solo; destinação adequada de todo o lixo que agride o meio ambiente. Viram quantas demandas e produtos, serviços e conhecimento?

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