29 novembro 2013

COP-19 - O marasmo de sempre. Com uma novidade




Os avanços foram poucos, mas o estabelecimento de regras para o REDD+ é um alento para as nossas sofridas florestas
Gabriel Bonis
Amazonas
Viagem de barco pelo Rio Negro, nas próximidades de Manaus, Amazonas
O compasso se manteve coerente com as últimas Conferências do Clima realizadas anualmente. Duas semanas de discussões, todos os representantes de países muito preocupados com as óbvias e ululantes mudanças climáticas cada vez mais evidentes e perigosas e ao mesmo tempo um tal de simplesmente dizer que "não é comigo" e "vamos deixar como está para ver como é que fica". Uma total falta de compromissos e posicionamentos vacilantes em relação ao estabelecimento de ações que faça frente ao temido aquecimento global.
Não bastaram os novos dados apresentados recentemente pelos cientistas do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) dando conta do agravamento das condições climáticas e a inédita força do tufão Haiyan que dias antes havia arrasado as Filipinas. A insensibilidade imperou até o final da COP-19 em Varsóvia, na Polônia encerrada no final de semana, aliás, como já vem ocorrendo até com certa insistência nos últimos anos.
As ONGs (organizações não governamentais), entre elas as internacionais Greenpeace, WWF e Oxfam, além da brasileira Vitae Civilis até perderam a paciência e no penúltimo dia abandonaram a conferência, “para aproveitar melhor seu tempo”, conforme explicitado em comunicado conjunto.
Mas eis que no apagar das luzes, ao menos uma notícia contribuiu para algo de novo a anunciar, antes que fosse decretado o fracasso total da conferência.  Os participantes chegaram a um acordo quanto ao estabelecimento de regras para o financiamento do REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), um programa que visa garantir a preservação das florestas e apoiar os projetos de manejo sustentável e conservação. Os sempre difíceis consensos, neste caso teve um final feliz. Os países concordaram quanto à metodologia de rastreamento e fiscalização das áreas preservadas e também quanto à definição das regras e aportes financeiros ao Fundo Verde do Clima que irá ser destinado aos projetos de conservação.
Alguns países como Noruega, Reino Unido e Estados Unidos já anunciaram o aporte de recursos para o fundo da ordem de US$ 280 milhões. O Brasil é um potencial beneficiário desses investimentos em virtude da importância e das grandes ameaças às nossas florestas.
Claro que para uma conferência internacional desse porte, longas e desgastantes discussões, o anúncio de algo que já vinha sendo debatido desde 2010, não merece ser comemorado, mas diante dos resultados ainda mais pífios das COPs anteriores, vale brincar de contente e ressaltar esse avanço.
De qualquer maneira essa brincadeira precisa durar o tempo de uma rápida comemoração e partir para novas soluções e o efetivo reconhecimento das responsabilidades de todos nas mudanças que mais dia, menos dia, vão acontecer, sejam elas por bem ou por mal. Quem viver, verá!!

27 novembro 2013

BOLETINS DA INICIATIVA VERDE NAS RÁDIOS ESTADÃO E ELDORADO FALAM DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E MEIO AMBIENTE



A parceria inclui também a compensação das emissões causadas pelas atividades cotidianas das rádios

Nesta terça-feira, dia 26 de novembro, começam a ser veiculados boletins com duração de um minuto durante a programação das rádios Eldorado e Estadão nos meses de novembro e dezembro. Serão mais de 20 temas com conteúdo informativo e educativo todos ligados de maneira direta ou indireta com o trabalho de recomposição realizado pela Iniciativa Verde há oito anos.
 Após a conclusão do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE)  gerados pelas rádios no período de um ano, para que as emissoras recebam o selo Carbon Free, a Iniciativa Verde constatou a necessidade do plantio de 1.675 árvores que serão destinadas a áreas degradadas da Mata Atlântica no estado de São Paulo e terão a importante função de proteger mananciais e matas ciliares. Essa compensação corresponderia a cerca de 250 pessoas usando automóveis particulares 1.0 movidos à gasolina no período de um ano.
Durante anúncio da parceria feito dia 25, o presidente da Iniciativa Verde, Roberto Resende, disse que “tão importante quanto o plantio das árvores é a conquista desse espaço para a divulgação sobre a relevância desse trabalho e também para mostrar bons exemplos de empresas que fazem compensações voluntárias de suas emissões e que pode e deve ser replicado em outras corporações”.  
A programação dos boletins está prevista para ir ao ar da seguinte maneira:
Rádio Eldorado – 107,3 em três edições diárias terças, quintas e sábados em horário rotativo;
Rádio Estadão – 92,9 também em três edições diárias segundas, quartas e sextas no período entre 14h40 e 20h40.

 Saiba mais sobre as atividades da Iniciativa Verde e sobre o selo Carbon Free no site: www.iniciativaverde.org.br

Informações para imprensa
Reinaldo Canto: (11) 3647-9293 e (11) 99976-1610, reicanto@uol.com.br ou imprensa@iniciativaverde.org.br


25 novembro 2013

INICIATIVA VERDE PARABENIZA NOVO PORTAL DO OBSERVATÓRIO DO CÓDIGO FLORESTAL



Organização atua prioritariamente para a implementação do Código no estado de São Paulo

Por Roberto Resende*

O lançamento do site do http://www.observatorioflorestal.org.br é mais um passo no trabalho do Observatório do Código Florestal. Este é um conjunto de organizações socioambientalistas, criado para monitorar a implementação da nova lei florestal (Lei Federal 12651/12) em todo o país, em especial de dois instrumentos o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os Programas de Regularização Ambiental (PRAs).

No início, o Observatório era composto por sete organizações: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), WWF-Brasil, SOS Mata Atlântica, Instituto Centro de Vida (ICV), The Nature Conservancy (TNC), Conservação Internacional (CI) e Instituto Sociambiental (ISA). Posteriormente, outras se juntaram como membros colaboradores, o que foi o caso da Iniciativa Verde.

A nossa proposta é o de contribuir para o acompanhamento da implantação do código no bioma Mata Atlântica e em especial no Estado de São Paulo.

A Iniciativa Verde atua diretamente nos processos de adequação ambiental ao desenvolver projetos de recomposição florestal com recursos dos Programas Carbon Free e do Amigo da Floresta e de editais como BNDES Iniciativa Mata Atlântica e Petrobras Ambiental.

Também temos experiência nos processos de regularização formal de imóveis rurais, com a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), em especial o Projeto Agricultura Legal. Com este projeto foi feito com apoio do FUNBIO (Fundo Brasileiro de Biodiversidade) foram feitos os processos de planejamento e inscrição no CAR de mais de 50 imóveis de Piedade, SP.

A nova Lei Florestal indica um cenário legal e político, com políticas públicas que afetam diretamente os trabalhos da Iniciativa Verde. O Protocolo do Carbon Free foi adaptado às novas regras, adaptando-se alguns parâmetros.
No caso das APPs (corpos d’água e nascentes) cuja recomposição seja obrigatória conforme esta lei os projetos de reflorestamento feitos no âmbito do Carbon Free deverão ser feitos considerando-se a faixa mínima de 15 metros de largura, mesmo que no imóvel a obrigação seja para uma medida menor.

Este critério visa garantir um mínimo de adicionalidade aos projetos e ao mesmo tempo contribuir para aportar recursos das compensações voluntárias das emissões de gases de efeito estufa (GEE) neste esforço de recuperação florestal.
A legislação prevê apoio aos proprietários rurais, especialmente aos pequenos, no processo de adequação. Assim, a Iniciativa Verde busca participar não só captando recursos para financiar a recuperação e desenvolvendo outros projetos técnicos, mas também contribuindo para o acompanhamento da aplicação e a melhoria da legislação e seus instrumentos.

*Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência Ambiental e Presidente da Iniciativa Verde.


Contato com a Imprensa:

Reinaldo Canto


07 novembro 2013

CONHEÇA OS VENCEDORES DO 7o PRÊMIO ALLIANZ SEGUROS DE JORNALISMO



 No tema Seguros, Correio Braziliense, Apólice, Valor Financeiro e Exame.com foram os vencedores da noiteEmSustentabilidade – Mudanças Ambientais, Unesp Ciência, Ciência Hoje On-line, GloboNews e Rádio Nacional receberam a primeira colocação. Na categoria Especial Comunicação Corporativa, a vencedora foi a revista On Brasil

São Paulo, 6 de novembro –  Já é possível conhecer as nove reportagens vencedoras da sétima edição do Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo: elas foram reveladas na noite desta quarta-feira, 6, durante evento ocorrido na nova sede da Allianz, em São Paulo. As ganhadoras foram escolhidas a partir de 2.157 inscrições vindas de 63 cidades, com trabalhos sobre os temasSeguros e Sustentabilidade – Mudanças Ambientais.

No tema Seguros, as reportagens escolhidas foram: “Seguro de carro usado é muito caro e nem sempre vale a pena”, de Sílvio Ribas, do Correio Braziliense; “A palavra é eficiência”, de Kelly Lubiato, da revista Apólice; Minimizar os riscos para salvar vidas”, de Felipe Datt, da revista Valor Financeiro; e “Apesar de caro, seguro para celular pode valer a pena?”, de Priscila Yazbek, do site Exame.com.

No tema Sustentabilidade – Mudanças Ambientais, foram contempladas “A água que ninguém vê”, de Alice Giraldi, da Unesp Ciência; “Rastros do mercúrio”, de Henrique Kugler e coautores, do Ciência Hoje On-line; “Gás de xisto: problema ou solução?”, de André Trigueiro, com reportagem de Jorge Pontual e coautores, transmitida no programa Cidades e Soluções, da GloboNews; e “Reciclagem: do combate ao desperdício à oportunidade de negócio”, de Ana Lúcia Caldas e coautores, transmitida nos programas Repórter Brasil e Repórter Nacional, da Rádio Nacional.

As matérias citadas ganharam um troféu, um certificado e um prêmio no valor de R$ 15 mil.

O jornal Folha de S.Paulo e a revista Consumidor Moderno receberam menções honrosas por terem sido os veículos que mais deram espaço a notícias relacionadas ao mercado segurador, considerando apenas as matérias inscritas na subcategoriaImpresso Nacional e Regional. A Folha de S.Paulo concedeu 4 mil cm/col a esse tipo de matéria, e a Consumidor Moderno7,4 mil cm/col. Na subcategoria Especial Comunicação Corporativa, do tema Sustentabilidade – Mudanças Ambientais, a matéria “Energia do bem”, de Ricardo Soncini Cazarino e equipe, publicada na revista On Brasil, também recebeu menção honrosa.

Os trabalhos selecionados passaram por rigorosa análise de dois comitês, formados por pesquisadores e acadêmicos de instituições como o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a USP (Universidade de São Paulo) e a Universidade Metodista de São Paulo, além de jornalistas consagrados da grande imprensa e atuantes em organizações como WWF (World Wide Fund for Nature) e SOS Mata Atlântica.

Durante a cerimônia, Max Thiermann, presidente do conselho de administração da Allianz Seguros, afirmou que a informação é um fator chave para qualquer mudança. “Foi uma verdadeira surpresa receber 2.157 inscrições nesta sétima edição do Prêmio. Somente quando a gente conhece as causas e consequências das nossas atitudes é que conseguimos mudá-las. Premiar o jornalista que se dedica, é investir na disseminação do conhecimento para a população, empresas e setor público”.

Criado em 2007, o prêmio tem como objetivo incentivar e valorizar o trabalho da imprensa na cobertura do setor de seguros. O tema Sustentabilidade – Mudanças Ambientais passou a integrá-lo em 2008, quando a Allianz assumiu compromisso mundial com o assunto. Como reconhecimento desse esforço, a seguradora foi eleita este ano líder do setor de seguros no Índice Dow Jones de Sustentabilidade (Dow Jones Sustainability Index – DJSI).
(Temos fotos do evento. Caso tenha interesse, por favor, nos mande e-mail e as enviamos imediatamente.)
 Veja abaixo lista dos vencedores da sétima edição do Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo:


 Tema Seguros
Categoria Linguagem Escrita 

Impresso Nacional e Regional 
 “Seguro de carro usado é muito caro e nem sempre vale a pena”, de Sílvio Ribas – Correio Braziliense

Impresso Especializado em Seguros
“A palavra é eficiência”, de Kelly Lubiato – Apólice

Impresso Economia e Finanças 
“Minimizar os riscos para salvar vidas”, de Felipe Datt – Valor Financeiro

On-line 
“Apesar de caro, seguro para celular pode valer a pena?”, de Priscila Yazbek – Exame.com


 Tema Sustentabilidade – Mudanças Ambientais
Categoria Linguagem Escrita 

Impresso Nacional e Regional
“A água que ninguém vê”, de Alice Giraldi – Unesp Ciência

On-line 
“Rastros do mercúrio (série)”, de Henrique Kugler e coautores – Ciência Hoje On-line

Categoria Linguagem Audiovisual 

Telejornalismo 
“Gás de xisto: problema ou solução?”, de André Trigueiro, com reportagem de Jorge Pontual – GloboNews

Equipe de reportagemKlara Duccini, Pascale Pfann, Vladimir Ribeiro, Bruno Torres e Magno Mendonça.
Radiojornalismo 
“Reciclagem: do combate ao desperdício à oportunidade de negócio”, de Ana Lúcia Caldas e coautores – Rádio Nacional

04 novembro 2013

Prêmio J&Cia/HSBC de Sustentabilidade anuncia os vencedores



Acabam de ser anunciados os vencedores da 4ª edição do Prêmio Jornalistas&Cia / HSBC de Imprensa e Sustentabilidade. Reunida na última 2ª.feira (28/10), aComissão de Premiação definiu os vencedores desta edição, que contou com 732 trabalhos inscritos, de 387 jornalistas de todo o Brasil.
Foram duas etapas de julgamento que resultaram em 79 finalistas (Comissão de Seleção) e, agora, nos 13 vencedores (Comissão de Premiação). Estes dividirão R$ 107 mil em valores líquidos com o vencedor do Grande Prêmio, a ser anunciado na festa de premiação (marcada para 13/11, no restaurante Capim Santo – al. Ministro Rocha Azevedo, 471, São Paulo). Confira a relação dos vencedores:

Mídia Nacional:
  • Melquíades Júnior (Diário do Nordeste – CE), com Viúvas do Veneno – Jornal;
  • Rafael Freire e Rodrigo Caetano (IstoÉ Dinheiro – SP), com Muito além do lucro – Revista;
  • Renata Colombo Fábio da Silva de Almeida (Gaúcha FM – RS), com Império da Areia: a dragagem que mata o Jacuí – Rádio;
  • Vladimir NettoHelio GonçalvesEdivaldo Simão e Rafael Benaque (Jornal Nacional/TV Globo – DF) com sérieManguezais brasileiros – Televisão;
  • Marina Amaral, Ana Lima de Souza AranhaCarlos Juliano BarrosFernanda LigabueAna Castro e Marcelo Min(Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo – SP), com Amazônia pública – Webjornalismo;
  • Amaurício Cortez, Gil Dicelli e Pedro Turano (O Povo – CE), com Planeta Seca – Imagem Criação Gráfica;
  • Magnus Nascimento (Tribuna do Norte – RN). com No interior do RN, rebanho não resiste e morre de sede e fome – Imagem Fotografia.
Especial Água:
Mídia Regional:
  • Norte – Celso Freire e Cira Pinheiro (O Liberal CBN – PA), com Indústria descobre o caroço de açaí;
  • Nordeste – Lucas Malafaia, com Valdemir Soares e Renata Pais (TV Pajuçara – AL), com Mata da Sálvia em perigo;
  • Centro-Oeste – Ana Lúcia Caldas, com Nádia Coelho Faggiani, Thais Cristina Alves Passos e Marcus Vinicius Lima Tavares (Rádio Nacional – DF), com Reciclagem – Do combate ao desperdício à oportunidade de negócio;
  • Sudeste – Flávia Milhorance, com Renato Grandelle e Vinicius Sassine (O Globo – RJ), com O desafio dos parques nacionais;
  • Sul – Henrique Kugler (Ciência Hoje Online – PR), com Em nome do ouro: rastros do mercúrio.
Prêmios Especiais – Também foram definidos pelo Conselho Consultivo do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade os vencedores das categorias especiais: o ambientalista e economista Sérgio Besserman Vianna foi escolhidoPersonalidade do Ano em Sustentabilidade; o jornal O Estado de S. PauloVeículo de Comunicação do Ano em Sustentabilidade; e oPortal Mercado ÉticoVeículo de Comunicação do Ano Especializado em Sustentabilidade.

Comissão de Premiação
A Comissão de Premiação foi integrada por Luciano Martins Costa (relator), Albino Castro, Kaíke NanneFilomena Salemme,Inacio TeixeiraLeão ServaMarion Strecker, Nelson Graubart e Reinaldo Canto, com coordenação de Lena Miessva. Os trabalhos foram abertos por João Rached, diretor de Relações Institucionais do HSBC; Renata Binotto, assessora-sênior de imprensa do HSBC; e Eduardo Ribeiro, diretor do Portal dos Jornalistas.

Valores
Com um total de R$ 107 mil em valores líquidos (equivalentes a R$ 152 mil brutos), o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade está entre os cinco  maiores do País em valores e número de trabalhos inscritos. Vão receber R$ 10 mil líquidos os vencedores de Mídia Nacional dos segmentos Jornal, Revista, Rádio, Televisão e Webjornalismo e o vencedor da categoriaEspecial Água; R$ 6 mil líquidos os vencedores de Mídia Nacional dos segmentos Imagem – Criação Gráfica e Imagem – Fotografia; R$ 5 mil líquidos os vencedores de Mídia Regional das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e R$ 10 mil líquidos (cumulativos) o vencedor do Grande Prêmio.

30 outubro 2013

VERGONHA NACIONAL


Situação do país em relação ao saneamento básico é um sinal de que ainda somos uma nação basicamente subdesenvolvida. Entidade nacional aponta caminhos

Por Reinaldo Canto

É de se lamentar a triste situação que vivemos por estas bandas quando o assunto é saneamento básico.  Até mesmo se comparado a países mais pobres economicamente que o nosso, o quadro brasileiro é na verdade vexatório e humilhante.  Envergonhado, melhor dizendo, deveria se sentir cada habitante deste Brasil continental.
Somos tão ricos em tantos quesitos e desprezíveis em atender a um número expressivo, 1/3 das casas brasileiras que em pleno século XXI não contam com o tratamento e a coleta de esgoto e graças a isso ainda vivem com índices de qualidade de vida, dignos do século XIX. A pior situação está no norte do país, onde apenas 21,6% dos lares tinham serviço de saneamento em 2011. Segundo o IBGE são 21 milhões de brasileiros com menos de 14 anos de idade sem rede de esgoto, água encanada ou coleta de lixo.
Na América Latina somos o 19º colocado em saneamento básico, segundo relatório sobre as cidades latino-americanas, feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Estamos tristemente próximos, numa indigente colocação, no rol de nações entre as mais pobres do mundo quando levamos em conta critérios como o de saneamento básico e distribuição de renda.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 71,8% dos municípios ainda não possuíam, em 2011, uma política de saneamento básico. A "Pesquisa de Informações Básicas Municipais" revelou que 1.569 cidades possuíam políticas dessa natureza, o que corresponde a somente 28,2% dos 5.564 municípios brasileiros.
Difícil é entender como foi possível chegar a esse estado de coisas. Culpa de políticos que diziam: “obra enterrada não dá voto”? Parte da responsabilidade não poderia também ser creditada à sociedade, incapaz de enxergar os benefícios extraordinários de uma água tratada, esgoto coletado, e até mesmo de lutar para que tivéssemos sempre rios limpos, saudáveis e vitais para a saúde da coletividade?
O nosso atraso é gigantesco e histórico, mas não pode ser motivo de paralisia. No mês passado, a ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – realizou seu 27º Congresso em Goiânia e fez uma radiografia dos grandes desafios que a questão do saneamento básico tem pela frente no Brasil.
Entre os pontos mais importantes destacados pela chamada Carta de Goiânia, documento que resumiu as principais conclusões do evento, está a necessidade de triplicar os valores de investimento atuais para cerca de 30 bilhões de reais por ano. Em conversa com este colunista, o presidente nacional da ABES, Dante Ragazzi Pauli, afirmou que as metas pretendidas pelo governo federal de atingir a universalização da coleta e tratamento de esgoto no país até 2030 está muito longe de acontecer.  Segundo ele, “no ritmo atual, isso deverá acontecer em 40 ou 50 anos”.
Recursos ainda insuficientes
A Lei 11.445 de 2007, conhecida como Lei do Saneamento estabeleceu a universalização do saneamento básico como um “compromisso de toda a sociedade brasileira”.
Graças a essa lei, apesar de todos os problemas, houve a liberação de um bom dinheiro para o setor. Segundo o Ministério das Cidades, na primeira fase do PAC 1 – o Programa de Aceleração do Crescimento, o saneamento recebeu cerca de 40 bilhões de reais entre os anos de 2007 e 2010.
Já no PAC 2 são mais 41,1 bilhões de reais para investimento em ações de saneamento no quadriênio 2011-2014. São 1.144 obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário que beneficiarão 1.116 municípios em todas as regiões do País.
A título de informação, no último dia 24/10 a presidenta Dilma Roussef anunciou a liberação de novos recursos na ordem de 10,5 bilhões de reais para serem utilizados em obras de saneamento básico no país. A verba irá para obras de sistemas de drenagem de águas pluviais, redes de abastecimento de água e esgoto sanitário.
A cobertura de saneamento básico no Brasil tem melhorado, é verdade, mas a realidade permanece sendo de esgotos a céu aberto principalmente nas áreas mais carentes. São 15 bilhões de litros de esgoto sem tratamento despejados todos os dias em rios, córregos, passando por ruas e favelas e prejudicando a saúde de milhões de brasileiros.
Propostas no lugar das reclamações de sempre
Reclamar do governo e do país em geral já é um esporte nacional. Não há setor no Brasil que não reclame e com boa dose de razão! Mas ao lado das queixas devem também estar propostas que contribuam para a solução de problemas. Em seu encontro a ABES faz uma série de recomendações no apoio ao trabalho realizado pelo setor privado nas obras de saneamento, entre elas, a ampliação das fontes de financiamento, a agilização na análise e liberação de pedidos de financiamento e a redução de tributos.
“As Prefeituras também precisam de mais apoio e cooperação da União e dos governos estaduais” ressalta Dante Ragazzi. Segundo ele, a maioria dos municípios é carente, não só em recursos, mas também em pessoal qualificado para a elaboração de projetos. Aliás, a Carta da ABES lembra que em 31 de dezembro deste ano, os governos municipais deverão entregar seus planos de saneamento. Pelo que temos visto em relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, quando menos de 10% das cidades brasileiras apresentaram seus planos de gestão de resíduos no prazo estabelecido em 2012, não é de esperar algo muito diferente em relação ao saneamento básico.
Tema irá continuar em destaque
Felizmente, existem entidades, empresas e gestores públicos que tem procurado agir para mudar essa triste situação. Os cerca de 5 mil participantes das mais diversas regiões do país que participaram do Congresso da ABES deixaram claro que o tema atrai a atenção e o interesse de muita gente.
Esperemos que isso se transforme em ações e benefícios reais para a sociedade brasileira, principalmente para as pessoas mais pobres deste país. Afinal, para podermos ser chamados verdadeiramente de Nação, precisamos ao menos, oferecer água limpa e tratar os esgotos das casas de todos os brasileiros.

27 outubro 2013

Vantagens competitivas de práticas sustentáveis ganham espaço na Feira

Casos de sucesso foram apresentados durante o painel “Sua Empresa Mais Competitiva e Sustentável”, realizado na tarde desta quinta-feira, 24

Donos de pequenos negócios apresentam práticas sustentáveis inovadoras, através de pequenas mudanças, que garantem resultados positivos
Para um público de estudantes e empresários, reunidos no Auditório Empreendedorismo da Feira do Empreendedor 2013, no Centro de Convenções da Bahia, na tarde desta quinta-feira, 24, Plínio Bevervanso, da empresa BB Brindes, de Lauro de Freitas, mostrou uma experiência positiva, que envolveu fornecedores e distribuidores de seus produtos promocionais personalizados. Depois de perceber o impacto gerado pelas caixas de papelão, o empresário determinou que a matéria prima fosse recebida em caixas padronizadas e lisas, para inserção da marca própria e reutilização na etapa de distribuição junto aos clientes.
A empresa também criou uma calculadora para conscientizar os clientes para redução de gastos financeiros com copos plásticos descartáveis e sensibilizar para troca destes por canecas personalizadas. “Nós, donos de pequenos negócios, não temos um orçamento específico para projetos sustentáveis, mas podemos desenvolvê-los a partir de mudanças pontuais internas”, concluiu.
A partir do resultado obtido, o empresário se interou ainda mais de novas práticas sustentáveis até chegar ao lançamento da Linha Green, utilizando casca de coco na confecção do plástico de fabricação das canecas. A prática sustentável agregou valor às canecas produzidas, que, antes eram vendidas a R$ 2, e, com a mudança, passaram ter o valor individual de R$ 5. Esse processo rendeu reconhecimentos, como a premiação no MPE Brasil, em 2010, concedido pelo Sebrae e pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ).
Outro exemplo de empreendedorismo sustentável capaz de gerar incremento de renda e potencial competitivo veio do município de Santo Antonio de Jesus, na figura do empresário Melentino Tedesco, dono da Lanchonete e Restaurante Tedesco. Com crescimento líquido de 80% e otimização constante dos fluxos de processos, ao longo desses sete anos de implementação de pequenas mudanças, Melentino relembra que a primeira “decisão sustentável” veio com a redução dos níveis de gordura da água que era descartada para a rede de esgoto, através de um processo comum de decantação.
“Hoje, a empresa já está aderindo ao uso de bactérias capazes de transformar essa gordura e deixar a água limpa”, destacou Tedesco. No restaurante, a troca das lâmpadas por modelos LED está entre os investimentos da empresa, que têm retorno atestado pelo empresário. Em cálculos rápidos, ele afirma que os novos modelos duram seis anos, enquanto a quitação do investimento deve acontecer em um ano e meio. Latas de alumínio têm destino certo para recicladores, assim como papelão e demais resíduos sólidos. “Hospitais e hotéis compram em nossa mão graças a essas práticas que garantem a qualidade do nosso trabalho”, comemora.
Até chegar ao status atual de maior rede de franquias do norte do Paraná, o diretor executivo da indústria de sorvetes Gela Boca, situada em Maringá, Thiago Ramalho, passou a conhecer o assunto sustentabilidade no Programa Sebrae de Gestão da Qualidade (PSGQ). A partir daí, ele decidiu implementar novas práticas em nível estratégico, garantindo a profissionalização do negócio.
“Os primeiros indicadores mostraram que o nível de desperdício era de 8%. Com as capacitações corretas dos operadores de máquinas, reduzimos pela metade, correspondendo a uma economia de R$ 10 mil”, informa. O reaproveitamento da água da chuva na lavagem de caminhões da empresa esteve dentre as demais atitudes sustentáveis. “Percebemos o quanto, para nós, empresas de pequeno porte, as menores mudanças podem trazer resultados tão positivos para o negócio e para o meio ambiente”, conclui.
Implementar junto aos donos de pequenos empreendimentos a cultura da sustentabilidade como diferencial competitivo é um dos desafios de eventos como esse, na avaliação da coordenadora da Unidade de Inovação e Tecnologia do Sebrae Bahia, Márcia Suede. “É preciso pensar no impacto que os resíduos gerados e o consumo de recursos geram para o meio ambiente e estar atento ao fato de que a preocupação em reduzir esses desperdícios também garante de ganhos para o negócio”.
Facilitador do painel, jornalista e consultor especializado em sustentabilidade, Reinaldo Canto alertou aos empreendedores presentes sobre a importância de se anteciparem a fazer as “mudanças sustentáveis”, ligadas às questões de resíduos sólidos e uso responsável de recursos não renováveis. “A partir do momento em que as empresas se adéquem a essa questão, elas estarão pensando no futuro do negócio, garantindo a longevidade do planeta e do empreendimento”.
Feira do Empreendedor
O evento acontece até o próximo sábado, 26, e tem horário de funcionamento das 13h30 às 22h. Para visitar a Feira do Empreendedor a taxa é de R$ 5 e o valor arrecadado na bilheteria será doado para a Associação Pracatum Ação Social. Para comprar as oficinas, palestras e seminários, que custam R$ 10, R$ 20 e R$ 40, o visitante deve procurar a Central de Capacitação, na área de Educação, dentro da Feira. Cada visitante poderá participar de até dois eventos gratuitos por dia. Para conhecer toda a programação das capacitações pagas e gratuitas basta entrar no site da Feira. A Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800) está disponível para esclarecer dúvidas sobre a Feira do Empreendedor.
Na Bahia, a Feira recebeu, por três vezes consecutivas (2007, 2009 e 2011), o título de melhor do país, segundo avaliação da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). Este ano, o evento conta com o apoio da Fecomércio, Senac, Sistema FIEB, e patrocínio da TIM, Claro, Vivo, Ambev, Paraná Banco, Bradesco Empresas e Negócios, Banco do Nordeste, Instituto Mauá, Desenbahia, Sistema FAEB/Senar, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.