HDI promove 4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011
( São Paulo, São Paulo, Brasil - Comunique-se - ) Considerado o principal evento da América Latina no segmento, evento do HDI no Brasil apresentará uma grade de palestras com conteúdos sobre as melhores práticas e tendência do setor através de cases, novas tecnologias e palestras. Expectativas é receber mais de 700 pessoas, entre congressistas e visitantes
Propagar as melhores práticas globais para os processos de Service Desk, Help Desk e Suporte a fim de transformar, modificar, reposicionar e alinhar este setor no Brasil de acordo as tendências internacionais é a proposta do HDI (Help Desk Intitute), maior associação mundial de profissionais do mercado de Suporte e Serviços de TI, ao promover a 4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011. O encontro acontece em São Paulo nos dias 26 e 27 de maio.
Considerado o único evento do país focado exclusivamente para o setor, este ano o HDI traz uma discussão baseada nos atuais cenários de mercado: como lidar com a Geração Y, que hoje representa grande parte dos profissionais atuantes no mercado de suporte, assim como a invasão das Redes Sociais, que alavanca um novo movimento no mercado em geral e, consequentemente, vai impactar no trabalho da TI (Tecnologia da Informação) e nas questões de segurança.
Para abordar os temas citados acima e seguindo a tradição de trazer especialistas internacionais para palestrar no evento, a Conferência HDI 2011 contará com a presença de um dos maiores especialistas do mundo em uso das mídias sociais para suporte a cliente e um dos principais experts em Gestão de Serviços de TI, Chris Dancy e Rick Joslin, respectivamente. “Nosso objetivo é prover aos participantes e profissionais do evento o conhecimentos às melhores tendências praticadas no mercado internacional”, avalia Luiz Couto, CEO do HDI Brasil.
Dancy, que é fundador do ServiceSphere™, organização dedicada a auxiliar operações de TI a adotar com sucesso ferramentas e práticas de ITSM (Information Technology Service Management), dará início ao evento, abordando como o uso das mídias sociais para o Gerenciamento de Serviços de TI pode alavancar na eficiência de uma operação ou negócio.
Já o diretor executivo de cursos e certificações do HDI dos EUA, Rick Joslin, que marca a sua presença na abertura do dia 27, versa sobre os impactos da mobilidade e da virtualização no service desk. O executivo acredita que, apesar das novas tecnologias serem consideradas um braço importante na cadeia de suporte, ainda não há um amparo dessas ofertas em relação às melhores práticas.
Além dos Keynote Speakers internacionais, também está programada a apresentação de dois palestrantes brasileiros para este encontro. A coaching e especialista em Medicina Comportamental, Leila Navarro, encerra o ciclo de apresentações do dia 26 com uma palestra sobre motivação. Com foco no perfil comportamental da Geração Y e nas rotinas de um departamento de Help Desk, Leila abordará temas como o desenvolvimento de habilidades extraordinárias em pessoas comuns e a superação do paternalismo nas organizações, entre outros.
O fechamento do evento fica a cargo de Sergio Almeida, um dos maiores especialistas em atendimento a cliente do país, com 11 livros publicados sobre o tema. Partindo do pressuposto de que o cliente é o melhor vendedor do mundo, já que o atendimento baseado na assertividade garante o seu retorno com outros clientes, Almeida ensina técnicas para conquistar a excelência no atendimento ao cliente, cabendo a todos da empresa, sem exceção, colocar em prática essa metodologia.
A grade de programação terá, além dos palestrantes brasileiros e dos keynotes norte-americanos, workshops práticos e paineis de debate com profissionais do setor e membros do Strategic Advisory Board - conselho estratégico do HDI Brasil. Ao todo, serão 27 palestras, dois workshops e quatro paineis de discussão. E, para gerar a troca de informações e o networking entre os presentes, o HDI Brasil promoverá um happy hour ao fim do primeiro dia de evento.
“A realização deste evento sempre esteve focada no conteúdo, por isso trazemos especialistas internacionais e profissionais do Brasil reconhecidos no mercado de suporte e serviços de TI. Contrariando a maioria das conferências desse perfil que acontecem no Brasil, não temos palestras com propagandas de empresas ou produtos. Fazemos questão de que o conteúdo trazido seja de conhecimento e de experiências para os congressistas”, explica Nino Albano, diretor de conteúdo do HDI Brasil.
A expectativa é que mais de 700 pessoas passem pelo evento. Além das palestras, a Conferência e Expo 2011 contará com XX expositores de serviços e produtos relacionados ao mercado de suporte e serviços de TI, que estarão reunidos no Expo Hall, que traz as últimas novidades do mercado em termos de tecnologia e serviços.
Além disso, o encontro anual do HDI promoverá sua tradicional premiação, que é reconhecida como o principal do mercado brasileiro de suporte, e que premia os profissionais e as equipes que mais contribuíram para melhorar a imagem do centro de suporte em suas empresas. O prêmio abrange quatro categorias: Melhor Analista de Suporte, Melhor Equipe Interna de Suporte, Melhor Equipe Externa de Suporte e o lançamento de 2011, Melhor Gerente de Suporte do Brasil.
As inscrições, que ficarão abertas até XX/XX, tem preços cumulativos, ou seja, quanto maior o número de participantes de uma mesma empresa, maiores serão os descontos. O valor individual é de RS 1.280,00. Para empresas filiadas ao HDI Brasil, há desconto adicional de 5%.
4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011
Datas: 26 e 27 de maio de 2011
Horário: 7h às 18h30min
Local: Centro Fecomercio de Eventos
Endereço: Rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista
Informações pelo telefone (11) 3054 2005 ou e-mail falecom@hdibrasil.com.br
Inscrições através do site www.hdibrasil.com.br/2011
Reinaldo Canto :: AGÊNCIA ENVOLVERDE
A contribuição da área de TI para o desenvolvimento sustentável
O objetivo central da palestra é o de apresentar noções de sustentabilidade/desenvolvimento sustentável/consumo consciente e como fazer com que o trabalho da empresa trilhe sem traumas o caminho para o desenvolvimento sustentável. A palestra também aborda questões ligadas ao dia-a-dia das pessoas e como elas podem agir de maneira mais consciente na empresa, em casa e no convívio social.
Palestrante:
Jornalista especializado em sustentabilidade; é colunista do site da revista Carta Capital; editor de relatórios de sustentabilidade, consultor e palestrante. Trabalhou nas principais emissoras de rádio e televisão do país (Globo, Band e Record, entre outras); foi assessor de imprensa de grandes empresas; ex-diretor de comunicação do Greenpeace; ex-coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e ex-assessor de imprensa do Instituto Ethos de Responsabilidade Social.
Data da Palestra de Reinaldo Canto: 27/05 - 14:45hs
29 abril 2011
18 abril 2011
Nem direita, nem esquerda, muito pelo contrário!*
Rotular e engessar o conceito da sustentabilidade é um desserviço à busca pelo desenvolvimento sustentável
Por Reinaldo Canto**
Não tem sido incomum, ao participar de encontros, debates e palestras, ao escrever artigos e até mesmo em conversas informais, ser questionado sobre este ou aquele posicionamento em prol da sustentabilidade com a visão tradicional da política construída ao longo dos últimos dois séculos. Dependendo do ponto de vista do observador, a sustentabilidade tem sido tachada de direitista e reacionária ou de esquedista e socializante.
Vale lembrar qual a definição para sustentabilidade consagrada no relatório Bruntland, intitulado Nosso Futuro Comum de 1987, “a capacidade das gerações atuais suprirem as suas necessidades, sem comprometer a capacidade das futuras gerações fazerem o mesmo”. Ela é até bastante simples na sua concepção, mas também muito complexa na sua aplicação.Ter a noção de que precisamos pensar no futuro da humanidade é algo, tão óbvio e ululante como afirmaria o dramaturgo Nelson Rodrigues, que sua compreensão não escapa ao raciocínio de crianças em tenra idade.
Mas o que é ainda mais facilmente observável é a total miopia que impera quando se discutem ações efetivas para colocar tal conceito em prática. Os obstáculos vão da prevalência dos interesses individuais sobre os coletivos quando nos referimos a postura das pessoas e das empresas, até chegarmos à priorização nefasta de governos e nações dos interesses regionais e nacionais sobre os problemas do planeta que afetam a todos indistintamente. Resumindo: é o famoso cada um no seu quadrado!
Ai se argumentamos contrariamente a tais posturas, apelando para a redução do consumismo e da exploração irracional dos recursos naturais; por medidas de combate ao desmatamento e ao aquecimento global, entre algumas das principais bandeiras do movimento ambiental, surgem os rótulos usados indistintamente pelos ideólogos da direita e da esquerda.
Para o mesmo tema, só para ficar num exemplo, o do consumismo, a direita afirma ser uma reação socialista e anticapitalista. Já para a esquerda constitui-se em típica ação elitista contra os direitos do povo de consumir e conquistar empregos. Como se o consumo excessivo e insano pudesse ser visto com bons olhos no longo prazo. As trocas alucinadas de carro, celulares e televisores, a compra de objetos e quinquilharias pouco ou nada úteis, com enormes desperdícios de materiais e matérias-primas que, com certeza deverão fazer falta em breve, são vistos como positivos por muita gente.
Visão global
Sustentabilidade não deve e não pode estar a serviço de quaisquer das visões hegemônicas da política e da economia do Século XX. Crescimento dissociado do desenvolvimento sustentável é um perigo e um retrocesso. Priorizar o atendimento das necessidades de uma cidade, de um país ou de uma região, desvinculado de uma visão global, é um mergulho no escuro com consequências desconhecidas e certamente trágicas para todos os habitantes do planeta.
Código Florestal
Um dos casos mais interessantes e emblemáticos dessa polarização e demonização é o do atual debate sobre o Código Florestal, o polêmico projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB – SP). A aprovação das alterações no Código é defendida igualmente pelo Partido Comunista do Brasil e por setores majoritários do agronegócio nacional.
Do lado oposto, os ambientalistas também consideram a necessidade de atualização do código, vigente desde 1965, mas não aceitam diversos artigos do projeto, pois avaliam que será um estímulo ao desmatamento, ao aumento da ocupação e contaminação dos rios, além de garantir a anistia daqueles que burlaram a lei e cometeram crimes ambientais.
Quem acompanha as calorosas discussões já deve ter notado a farta e raivosa classificação com que ambos os lados rotulam os adversários. Claro, que como alguém que defende a causa da sustentabilidade, não concordo com diversos itens da nova proposta do deputado Rebelo, mas considero um desserviço colocarmos um lado como representante do bem e outro do mal. Quando essa polaridade surge em qualquer tipo de debate, político, social, econômico, futebolístico ou que mais for, o diálogo já está sepultado.
Afinal, não existe diálogo se do outro lado está um inimigo que só deseja o mal e a destruição. Ponto final!
Se taxarmos o projeto do deputado Rebelo de apenas estar a serviço do agronegócio, do latifúndio e dos destruidores das florestas e da biodiversidade de nosso país, estaremos apenas enxergando o demônio.
Por outro lado, como ocorreu recentemente comigo, ser acusado por integrantes do PCdoB de representar os interesses de multinacionais e governos estrangeiros que não querem o desenvolvimento do Brasil, aí teremos o surgimento de outro capeta.
Felizmente, nesse caso específico, do Código Florestal, ambos os demônios estão sentando para conversar. As bancadas, ruralista e ambientalista, estão negociando um acordo no Congresso Nacional sob a mediação dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura para que se chegue a um denominador comum e que o bom senso prevaleça.
O importante nesse caso e nos muitos outros com os quais iremos nos defrontar num futuro imediato é, como Walter Franco disse em música nos anos 80, “manter a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo”. E, acrescentando: não nos esqueçamos de ter um olhar no horizonte e no futuro dos nossos filhos! FORA SATANÁS!!!
*Quero deixar claro que o título deste artigo não está plagiando a declaração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab quando definiu o seu novo partido PSD. A ideia central é bem distinta!
**Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade:
http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/nem-direita-nem-esquerda-muito-pelo-contrario
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
(Envolverde/Carta Capital)
Por Reinaldo Canto**
Não tem sido incomum, ao participar de encontros, debates e palestras, ao escrever artigos e até mesmo em conversas informais, ser questionado sobre este ou aquele posicionamento em prol da sustentabilidade com a visão tradicional da política construída ao longo dos últimos dois séculos. Dependendo do ponto de vista do observador, a sustentabilidade tem sido tachada de direitista e reacionária ou de esquedista e socializante.
Vale lembrar qual a definição para sustentabilidade consagrada no relatório Bruntland, intitulado Nosso Futuro Comum de 1987, “a capacidade das gerações atuais suprirem as suas necessidades, sem comprometer a capacidade das futuras gerações fazerem o mesmo”. Ela é até bastante simples na sua concepção, mas também muito complexa na sua aplicação.Ter a noção de que precisamos pensar no futuro da humanidade é algo, tão óbvio e ululante como afirmaria o dramaturgo Nelson Rodrigues, que sua compreensão não escapa ao raciocínio de crianças em tenra idade.
Mas o que é ainda mais facilmente observável é a total miopia que impera quando se discutem ações efetivas para colocar tal conceito em prática. Os obstáculos vão da prevalência dos interesses individuais sobre os coletivos quando nos referimos a postura das pessoas e das empresas, até chegarmos à priorização nefasta de governos e nações dos interesses regionais e nacionais sobre os problemas do planeta que afetam a todos indistintamente. Resumindo: é o famoso cada um no seu quadrado!
Ai se argumentamos contrariamente a tais posturas, apelando para a redução do consumismo e da exploração irracional dos recursos naturais; por medidas de combate ao desmatamento e ao aquecimento global, entre algumas das principais bandeiras do movimento ambiental, surgem os rótulos usados indistintamente pelos ideólogos da direita e da esquerda.
Para o mesmo tema, só para ficar num exemplo, o do consumismo, a direita afirma ser uma reação socialista e anticapitalista. Já para a esquerda constitui-se em típica ação elitista contra os direitos do povo de consumir e conquistar empregos. Como se o consumo excessivo e insano pudesse ser visto com bons olhos no longo prazo. As trocas alucinadas de carro, celulares e televisores, a compra de objetos e quinquilharias pouco ou nada úteis, com enormes desperdícios de materiais e matérias-primas que, com certeza deverão fazer falta em breve, são vistos como positivos por muita gente.
Visão global
Sustentabilidade não deve e não pode estar a serviço de quaisquer das visões hegemônicas da política e da economia do Século XX. Crescimento dissociado do desenvolvimento sustentável é um perigo e um retrocesso. Priorizar o atendimento das necessidades de uma cidade, de um país ou de uma região, desvinculado de uma visão global, é um mergulho no escuro com consequências desconhecidas e certamente trágicas para todos os habitantes do planeta.
Código Florestal
Um dos casos mais interessantes e emblemáticos dessa polarização e demonização é o do atual debate sobre o Código Florestal, o polêmico projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB – SP). A aprovação das alterações no Código é defendida igualmente pelo Partido Comunista do Brasil e por setores majoritários do agronegócio nacional.
Do lado oposto, os ambientalistas também consideram a necessidade de atualização do código, vigente desde 1965, mas não aceitam diversos artigos do projeto, pois avaliam que será um estímulo ao desmatamento, ao aumento da ocupação e contaminação dos rios, além de garantir a anistia daqueles que burlaram a lei e cometeram crimes ambientais.
Quem acompanha as calorosas discussões já deve ter notado a farta e raivosa classificação com que ambos os lados rotulam os adversários. Claro, que como alguém que defende a causa da sustentabilidade, não concordo com diversos itens da nova proposta do deputado Rebelo, mas considero um desserviço colocarmos um lado como representante do bem e outro do mal. Quando essa polaridade surge em qualquer tipo de debate, político, social, econômico, futebolístico ou que mais for, o diálogo já está sepultado.
Afinal, não existe diálogo se do outro lado está um inimigo que só deseja o mal e a destruição. Ponto final!
Se taxarmos o projeto do deputado Rebelo de apenas estar a serviço do agronegócio, do latifúndio e dos destruidores das florestas e da biodiversidade de nosso país, estaremos apenas enxergando o demônio.
Por outro lado, como ocorreu recentemente comigo, ser acusado por integrantes do PCdoB de representar os interesses de multinacionais e governos estrangeiros que não querem o desenvolvimento do Brasil, aí teremos o surgimento de outro capeta.
Felizmente, nesse caso específico, do Código Florestal, ambos os demônios estão sentando para conversar. As bancadas, ruralista e ambientalista, estão negociando um acordo no Congresso Nacional sob a mediação dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura para que se chegue a um denominador comum e que o bom senso prevaleça.
O importante nesse caso e nos muitos outros com os quais iremos nos defrontar num futuro imediato é, como Walter Franco disse em música nos anos 80, “manter a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo”. E, acrescentando: não nos esqueçamos de ter um olhar no horizonte e no futuro dos nossos filhos! FORA SATANÁS!!!
*Quero deixar claro que o título deste artigo não está plagiando a declaração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab quando definiu o seu novo partido PSD. A ideia central é bem distinta!
**Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade:
http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/nem-direita-nem-esquerda-muito-pelo-contrario
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
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(Envolverde/Carta Capital)
05 abril 2011
Publicidade infantil e os limites da liberdade de expressão comercial
Uma criança deve ser vista como consumidora?
Por Reinaldo Canto*
Pais e mães sabem que criar filhos é um desafio e tanto. Ainda mais no final da primeira década do século XXI existem alguns detalhes específicos cujos pais de antigamente, com certeza, não se defrontaram. Claro que os mais velhos vão dizer que esses desafios simplesmente se modificam e não podem ser feitas afirmações de que tal época foi mais difícil ou mais fácil do que outra.
Posso até concordar que a intensidade vai de cada endereço e de cada calo que se sentirá apertado, mas quando se refere aos apelos do consumo, plagiando o nosso ex-presidente Lula, “nunca antes neste país”, eles foram tão grandes.
Pense numa criança pequena sendo bombardeada por produtos na televisão, no DVD, no computador, no cinema, no supermercado, na casa do vizinho, na escola e sacrilégio maior, até na farmácia da esquina. Todos eles expondo de maneira até desavergonhada, os personagens que apenas deveriam entreter e melhor ainda educar nossas crianças. Mas não, eles vendem de tudo! Desde salgadinhos pouco nutritivos, fast foods, pastas de dente e um sem número de bugigangas e quinquilharias de qualidade bastante duvidosa.
Trabalho Árduo
Entidades de defesa da criança e do adolescente como o Instituto ALANA já promoveram discussões e pesquisas sobre a urgente necessidade de se reduzir a exposição de crianças à publicidade. Trabalhos divulgados pelo Instituto, entre eles, os livros O que fazer para proteger nossas crianças do consumismo e Por que a publicidade faz mal para as crianças buscam orientar pais, familiares, educadores e interessados no tema, sobre o problema do consumismo infantil. Veja: www.criancaeconsumo.org.br
Segundo a ALANA, “algumas empresas ainda não atentaram para o fato de que responsabilidade social envolve respeito à infância e continuam trabalhando na velha lógica do lucro”.
Reação e Oposição
Associações ligadas aos fabricantes de alimentos também têm se pronunciado e tomado algumas medidas para atender aos apelos de parte da sociedade que trabalha pela defesa da infância. São os casos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) em conjunto com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) que já chegaram a estabelecer um compromisso para reduzir a exposição do público infanto-juvenil aos anúncios. As duas entidades receberam o apoio de 24 empresas com forte presença no mercado de produtos dirigidos às crianças, entre elas, Nestlé, Sadia , Danone e Unilever. A ideia central é que a publicidade, seja dirigida aos pais e não mais às crianças.
Na verdade, o que a associação representante do setor de alimentos está fazendo, é convencer as empresas associadas a seguir o exemplo do que já vem sendo aplicado, com total normalidade, em países da União Européia e pelos EUA.
Essas ações de autoregulamentação representam uma reação do mercado aos mais de 180 projetos de lei que coíbem e restringem a propaganda que tramitam no Congresso Nacional, parte desses projetos dirigidos à publicidade infantil.
No final do ano passado participei de evento promovido pela Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e tive a oportunidade de conhecer o Instituto Palavra Aberta , cujo mote principal de sua atuação é a defesa intransigente da liberdade de expressão comercial.
Essa entidade considera o caminho da autoregulamentação como o único possível para se evitar prejuízos à economia. Após defenderem a publicidade infantil, perguntei se a organização defendia os direitos de consumidora da minha filha de quase 4 anos de idade. A presidente-executiva do instituto, Patrícia Blanco, disse que sim e completou, “cabe aos pais e não ao governo dizer o que os filhos devem assistir ou consumir”.
Vejo diariamente minha filha ser submetida aos apelos publicitários, nem sempre honestos e positivos. Essa exposição obriga a nós pais a ter de administrar, além dos inúmeros desafios que estão inseridos no contexto da educação de uma criança, uma infinidade de desejos por brinquedos, produtos alimentícios, etc. Posso afirmar que essa não é uma luta nada agradável!
Creio que é preciso, obviamente, um enorme cuidado com a regulamentação excessiva e com atos que possam ser classificados como censura. Concordo também com as diversas entidades ligadas a veículos de comunicação que não se deve tutelar a sociedade e tratar as pessoas de maneira “infantilizada”. Por outro lado, sou absolutamente contrário a ideia do “deus mercado” como protagonista.
Todos os setores têm o direito e o dever de se pronunciar, debater e expor livremente suas posições. A livre iniciativa, a sociedade civil organizada, as autoridades públicas devem ter seus espaços de discussão preservados e amplamente divulgados. Agora, nessa mesma linha o direito à informação, inclusive sobre os efeitos nocivos de qualquer produto, precisa estar disponível ao consumidor.
Em relação à criança, ela é antes de mais nada, um ser em formação que precisa receber toda atenção e cuidados, dos pais, dos educadores, da sociedade e das autoridades públicas. O que menos interessa nessa sua fase delicada de desenvolvimento, é ser tratada como um mero comprador de produtos.
Nesse momento em que se procuram caminhos para se chegar ao almejado desenvolvimento sustentável, não me parece alvissareiro estimular uma nova geração consumista e oca de valores fundamentais. Consumo consciente já para as atuais e as futuras gerações!!
DA SÉRIE:
A Insustentável Estupidez Humana – Capítulo 1:
Recentemente foi desativada e destruída a Ciclovia da Estrada da Colônia que servia de ligação entre os bairros Vargem Grande e Colônia, com o centro de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo. Com 1,8 quilômetros de extensão, a ciclovia estava em funcionamento desde 2006 e fazia parte do cotidiano de um grande número de moradores da região.
E qual foi a razão para o seu fechamento? Segurança! O Ministério Público Estadual determinou à Prefeitura da capital, que a ciclovia fosse interditada até que fossem feitas adequações para melhorar a segurança dos ciclistas. A Prefeitura entendeu que deveria destruir suas pistas e assim foi feito.
O MPE nega que pediu a destruição da ciclovia, já a autoridade municipal diz que sim. O fato é que São Paulo contabiliza quase 2 quilômetros a menos de ciclovias e os ciclistas de Parelheiros e adjacências correm um enorme risco de acidentes, pois terão agora que disputar espaço com os carros para percorrer o mesmo trajeto. Difícil não se indignar!!
A Insustentável Estupidez Humana- Capítulo 2:
Quero mandar um abraço para as duas motoristas que no último domingo, foram capazes de avançar com seus carros, quando atravessava na faixa de pedestres com minha filha de quatro anos no colo, na Rua Bela Cintra, região dos Jardins, em São Paulo. A primeira me fez parar para não ser atropelado, já a segunda passou por trás e dirigiu alguns impropérios não totalmente assimilados dada a alta velocidade do veículo.
Como já fiz menção em artigo anterior, muito provavelmente essas mulheres motoristas, dentro da lógica da selva e da indigência mental, tiveram o único objetivo de me ensinar que atravessar a faixa de pedestres só deve ocorrer quando nenhum carro estiver se aproximando.
Pelo menos podemos ficar satisfeitos pelo fato de que algumas mulheres não poderem mais ser chamadas de sexo frágil. Muito pelo contrário, suas atitudes raivosas e intolerantes invejariam a muitos trogloditas do sexo masculino. Parabéns sexo forte!
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/publicidade-infantil-e-os-limites-da-liberdade-de-expressao-comercial
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
(Envolverde/Carta Capital)
Por Reinaldo Canto*
Pais e mães sabem que criar filhos é um desafio e tanto. Ainda mais no final da primeira década do século XXI existem alguns detalhes específicos cujos pais de antigamente, com certeza, não se defrontaram. Claro que os mais velhos vão dizer que esses desafios simplesmente se modificam e não podem ser feitas afirmações de que tal época foi mais difícil ou mais fácil do que outra.
Posso até concordar que a intensidade vai de cada endereço e de cada calo que se sentirá apertado, mas quando se refere aos apelos do consumo, plagiando o nosso ex-presidente Lula, “nunca antes neste país”, eles foram tão grandes.
Pense numa criança pequena sendo bombardeada por produtos na televisão, no DVD, no computador, no cinema, no supermercado, na casa do vizinho, na escola e sacrilégio maior, até na farmácia da esquina. Todos eles expondo de maneira até desavergonhada, os personagens que apenas deveriam entreter e melhor ainda educar nossas crianças. Mas não, eles vendem de tudo! Desde salgadinhos pouco nutritivos, fast foods, pastas de dente e um sem número de bugigangas e quinquilharias de qualidade bastante duvidosa.
Trabalho Árduo
Entidades de defesa da criança e do adolescente como o Instituto ALANA já promoveram discussões e pesquisas sobre a urgente necessidade de se reduzir a exposição de crianças à publicidade. Trabalhos divulgados pelo Instituto, entre eles, os livros O que fazer para proteger nossas crianças do consumismo e Por que a publicidade faz mal para as crianças buscam orientar pais, familiares, educadores e interessados no tema, sobre o problema do consumismo infantil. Veja: www.criancaeconsumo.org.br
Segundo a ALANA, “algumas empresas ainda não atentaram para o fato de que responsabilidade social envolve respeito à infância e continuam trabalhando na velha lógica do lucro”.
Reação e Oposição
Associações ligadas aos fabricantes de alimentos também têm se pronunciado e tomado algumas medidas para atender aos apelos de parte da sociedade que trabalha pela defesa da infância. São os casos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) em conjunto com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) que já chegaram a estabelecer um compromisso para reduzir a exposição do público infanto-juvenil aos anúncios. As duas entidades receberam o apoio de 24 empresas com forte presença no mercado de produtos dirigidos às crianças, entre elas, Nestlé, Sadia , Danone e Unilever. A ideia central é que a publicidade, seja dirigida aos pais e não mais às crianças.
Na verdade, o que a associação representante do setor de alimentos está fazendo, é convencer as empresas associadas a seguir o exemplo do que já vem sendo aplicado, com total normalidade, em países da União Européia e pelos EUA.
Essas ações de autoregulamentação representam uma reação do mercado aos mais de 180 projetos de lei que coíbem e restringem a propaganda que tramitam no Congresso Nacional, parte desses projetos dirigidos à publicidade infantil.
No final do ano passado participei de evento promovido pela Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e tive a oportunidade de conhecer o Instituto Palavra Aberta , cujo mote principal de sua atuação é a defesa intransigente da liberdade de expressão comercial.
Essa entidade considera o caminho da autoregulamentação como o único possível para se evitar prejuízos à economia. Após defenderem a publicidade infantil, perguntei se a organização defendia os direitos de consumidora da minha filha de quase 4 anos de idade. A presidente-executiva do instituto, Patrícia Blanco, disse que sim e completou, “cabe aos pais e não ao governo dizer o que os filhos devem assistir ou consumir”.
Vejo diariamente minha filha ser submetida aos apelos publicitários, nem sempre honestos e positivos. Essa exposição obriga a nós pais a ter de administrar, além dos inúmeros desafios que estão inseridos no contexto da educação de uma criança, uma infinidade de desejos por brinquedos, produtos alimentícios, etc. Posso afirmar que essa não é uma luta nada agradável!
Creio que é preciso, obviamente, um enorme cuidado com a regulamentação excessiva e com atos que possam ser classificados como censura. Concordo também com as diversas entidades ligadas a veículos de comunicação que não se deve tutelar a sociedade e tratar as pessoas de maneira “infantilizada”. Por outro lado, sou absolutamente contrário a ideia do “deus mercado” como protagonista.
Todos os setores têm o direito e o dever de se pronunciar, debater e expor livremente suas posições. A livre iniciativa, a sociedade civil organizada, as autoridades públicas devem ter seus espaços de discussão preservados e amplamente divulgados. Agora, nessa mesma linha o direito à informação, inclusive sobre os efeitos nocivos de qualquer produto, precisa estar disponível ao consumidor.
Em relação à criança, ela é antes de mais nada, um ser em formação que precisa receber toda atenção e cuidados, dos pais, dos educadores, da sociedade e das autoridades públicas. O que menos interessa nessa sua fase delicada de desenvolvimento, é ser tratada como um mero comprador de produtos.
Nesse momento em que se procuram caminhos para se chegar ao almejado desenvolvimento sustentável, não me parece alvissareiro estimular uma nova geração consumista e oca de valores fundamentais. Consumo consciente já para as atuais e as futuras gerações!!
DA SÉRIE:
A Insustentável Estupidez Humana – Capítulo 1:
Recentemente foi desativada e destruída a Ciclovia da Estrada da Colônia que servia de ligação entre os bairros Vargem Grande e Colônia, com o centro de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo. Com 1,8 quilômetros de extensão, a ciclovia estava em funcionamento desde 2006 e fazia parte do cotidiano de um grande número de moradores da região.
E qual foi a razão para o seu fechamento? Segurança! O Ministério Público Estadual determinou à Prefeitura da capital, que a ciclovia fosse interditada até que fossem feitas adequações para melhorar a segurança dos ciclistas. A Prefeitura entendeu que deveria destruir suas pistas e assim foi feito.
O MPE nega que pediu a destruição da ciclovia, já a autoridade municipal diz que sim. O fato é que São Paulo contabiliza quase 2 quilômetros a menos de ciclovias e os ciclistas de Parelheiros e adjacências correm um enorme risco de acidentes, pois terão agora que disputar espaço com os carros para percorrer o mesmo trajeto. Difícil não se indignar!!
A Insustentável Estupidez Humana- Capítulo 2:
Quero mandar um abraço para as duas motoristas que no último domingo, foram capazes de avançar com seus carros, quando atravessava na faixa de pedestres com minha filha de quatro anos no colo, na Rua Bela Cintra, região dos Jardins, em São Paulo. A primeira me fez parar para não ser atropelado, já a segunda passou por trás e dirigiu alguns impropérios não totalmente assimilados dada a alta velocidade do veículo.
Como já fiz menção em artigo anterior, muito provavelmente essas mulheres motoristas, dentro da lógica da selva e da indigência mental, tiveram o único objetivo de me ensinar que atravessar a faixa de pedestres só deve ocorrer quando nenhum carro estiver se aproximando.
Pelo menos podemos ficar satisfeitos pelo fato de que algumas mulheres não poderem mais ser chamadas de sexo frágil. Muito pelo contrário, suas atitudes raivosas e intolerantes invejariam a muitos trogloditas do sexo masculino. Parabéns sexo forte!
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/publicidade-infantil-e-os-limites-da-liberdade-de-expressao-comercial
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Twitter: @ReinaldoCanto
(Envolverde/Carta Capital)
25 março 2011
Uma reflexão sobre a guerra urbana no cotidiano das cidades brasileiras
Viver em sociedade pressupõe, um certo grau de tolerância e respeito ao próximo e, muitas vezes, a subordinação de vontades.
Por Reinaldo Canto*
Viver em sociedade pressupõe, um certo grau de tolerância e respeito ao próximo e, muitas vezes, a subordinação de vontades, desejos e interesses particulares, em nome de uma convivência pacífica.
Infelizmente, não é o que vemos com freqüência em nossas cidades, notadamente, as maiores aqui em nosso país. A busca por uma relativa harmonia fica ainda mais prejudicada quando estão nítidos os gravíssimos problemas de infraestrutura, ou melhor, da falta dela, que potencializam dissabores e momentos de irritação de seus habitantes. Se a isso juntarmos a prepotência e arrogância de alguns que acreditam ter mais direitos que outros, o cenário está aí, montado sobre bases de um cotidiano cercado de batalhas e tensões permanentes.
Basta caminhar alguns metros em uma metrópole como São Paulo para flagrar inúmeros e repetitivos casos de desrespeito ao direito coletivo. São calçadas intransitáveis; lixos espalhados e jogados no chão ao lado de lixeiras; praças com bancos quebrados e monumentos depredados; além de ruas e avenidas mal sinalizadas e iluminadas, entre tantos outros problemas facilmente detectáveis.
Mesmo as pessoas menos propensas a atitudes condenáveis, acabam sendo “contaminadas” pela desordem geral, digo isso, porque não posso imaginar que sejamos todos ou a maioria composta de seres com instintos selvagens dispostos a fazer valer as máximas do “vale-tudo” e do “salve-se quem puder”.
Motoristas ensandecidos
Bem, tenho cá minhas dúvidas quanto a bipolaridade entre médico e monstro que acomete cidadãos ao adentrarem as suas máquinas maravilhosas. O pai carinhoso, o amigo fiel, o vizinho gentil e por aí vai, quando se vê solitário dentro de seu veículo, transforma-se como numa maldição, num maligno Mr. Hyde pronto a exibir uma ferocidade a qualquer um que ouse manifestar os mesmos direitos.
Os iguais são rechaçados e fustigados o tempo que durar a viagem e apenas mal tolerados, pois a verdade absoluta está sentada naquele banco de motorista e todos os outros sempre estarão errados. Já aos desiguais, a esses não resta absolutamente nenhuma clemência. Pedestres que façam menção de atravessar na faixa reivindicando esse direito serão agredidos e ameaçados verbalmente, quando não atropelados, para que não restem dúvidas de sua insignificância e inferioridade. Bicicletas, também não poderão ter outro destino, vide o caso de Porto Alegre, cuja ousadia foi punida por, blasfêmia maior, reivindicar melhores condições de mobilidade.
Os motoristas histéricos que buzinam escandalosamente nas situações mais triviais, os que agem em flagrante desrespeito as leis e ainda os que colocam a sua vida e dos outros em risco devem estar, sob domínio de algum surto psicótico e têm usado seus veículos com freqüência cada vez mais assustadora, como arma letal. As autoridades do trânsito, bem como os responsáveis pelos testes para aquisição ou renovação da carteira de habilitação deveriam ter condições de punir e prevenir, alguns desses comportamentos inaceitáveis com a perda da licença para dirigir.
Triste resultado
Infelizmente ainda teremos muitas razões para crer que esse quadro deverá se agravar. Uma pesquisa divulgada no mês passado demonstra o quão longe estamos de uma mudança.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), um em cada quatro brasileiros afirma que, pasmem, mesmo que o transporte coletivo fosse eficiente, não deixaria de usar o carro como principal meio de deslocamento diário. Entre as diversas argumentações estão o fato dos entrevistados considerarem o transporte coletivo ruim e ineficiente. Quanto a isso não há o que discutir, até porque 44,3% dos ouvidos pela pesquisa são usuários desse tipo de transporte.
Em geral, o que a pesquisa revela, é a falsa ilusão de que todos os problemas serão resolvidos quando o cidadão adquirir seu carro. Apesar de todos os problemas do trânsito caótico das cidades brasileiras, as pessoas ainda sonham com o transporte individual como se com ele, fosse possível alcançar o nirvana, o paraíso, a felicidade suprema. Ledo engano!
A barbárie do eu sozinho
Uma sociedade se constrói com a busca por soluções sustentáveis em que prevaleçam os interesses coletivos sobre os individuais. Obviamente numa democracia baseada nos pilares da livre iniciativa nos quais estamos inseridos, direitos individuais e de minorias devem ser respeitadas. Mas o que preocupa no atual cenário é a motivação, de uma parte significativa da população, pelo desejo de encontrar caminhos pessoais e particulares.
Por seu lado, as nossas autoridades públicas de olho nos votos e no atendimento a essas solicitações, gastam fortunas com obras viárias sem futuro estimulando o uso do transporte individual. Assim, as cidades vão sendo ocupadas, rasgadas e desfiguradas, para, ao invés de servir como espaço de convivência agradável para seus habitantes, transformar-se em vias congestionadas e cada vez mais estressantes e violentas.
Para que tenhamos qualidade de vida no futuro é preciso urgentemente frear esse processo insano e contraproducente. Construir as bases para uma cidade que priorize a implementação de políticas e investimentos de planejamento urbano garantindo a todos direitos iguais de acesso, mobilidade e de uso dos equipamentos e espaços públicos. Ações do poder público que não visem reduzir as enormes desigualdades e que não trilhem o caminho do desenvolvimento sustentável devem ser colocadas em segundo plano ou mesmo descartadas.
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/uma-reflexao-sobre-a-guerra-urbana-no-cotidiano-das-cidades-brasileiras-3
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
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(Envolverde/Carta Capital)
Por Reinaldo Canto*
Viver em sociedade pressupõe, um certo grau de tolerância e respeito ao próximo e, muitas vezes, a subordinação de vontades, desejos e interesses particulares, em nome de uma convivência pacífica.
Infelizmente, não é o que vemos com freqüência em nossas cidades, notadamente, as maiores aqui em nosso país. A busca por uma relativa harmonia fica ainda mais prejudicada quando estão nítidos os gravíssimos problemas de infraestrutura, ou melhor, da falta dela, que potencializam dissabores e momentos de irritação de seus habitantes. Se a isso juntarmos a prepotência e arrogância de alguns que acreditam ter mais direitos que outros, o cenário está aí, montado sobre bases de um cotidiano cercado de batalhas e tensões permanentes.
Basta caminhar alguns metros em uma metrópole como São Paulo para flagrar inúmeros e repetitivos casos de desrespeito ao direito coletivo. São calçadas intransitáveis; lixos espalhados e jogados no chão ao lado de lixeiras; praças com bancos quebrados e monumentos depredados; além de ruas e avenidas mal sinalizadas e iluminadas, entre tantos outros problemas facilmente detectáveis.
Mesmo as pessoas menos propensas a atitudes condenáveis, acabam sendo “contaminadas” pela desordem geral, digo isso, porque não posso imaginar que sejamos todos ou a maioria composta de seres com instintos selvagens dispostos a fazer valer as máximas do “vale-tudo” e do “salve-se quem puder”.
Motoristas ensandecidos
Bem, tenho cá minhas dúvidas quanto a bipolaridade entre médico e monstro que acomete cidadãos ao adentrarem as suas máquinas maravilhosas. O pai carinhoso, o amigo fiel, o vizinho gentil e por aí vai, quando se vê solitário dentro de seu veículo, transforma-se como numa maldição, num maligno Mr. Hyde pronto a exibir uma ferocidade a qualquer um que ouse manifestar os mesmos direitos.
Os iguais são rechaçados e fustigados o tempo que durar a viagem e apenas mal tolerados, pois a verdade absoluta está sentada naquele banco de motorista e todos os outros sempre estarão errados. Já aos desiguais, a esses não resta absolutamente nenhuma clemência. Pedestres que façam menção de atravessar na faixa reivindicando esse direito serão agredidos e ameaçados verbalmente, quando não atropelados, para que não restem dúvidas de sua insignificância e inferioridade. Bicicletas, também não poderão ter outro destino, vide o caso de Porto Alegre, cuja ousadia foi punida por, blasfêmia maior, reivindicar melhores condições de mobilidade.
Os motoristas histéricos que buzinam escandalosamente nas situações mais triviais, os que agem em flagrante desrespeito as leis e ainda os que colocam a sua vida e dos outros em risco devem estar, sob domínio de algum surto psicótico e têm usado seus veículos com freqüência cada vez mais assustadora, como arma letal. As autoridades do trânsito, bem como os responsáveis pelos testes para aquisição ou renovação da carteira de habilitação deveriam ter condições de punir e prevenir, alguns desses comportamentos inaceitáveis com a perda da licença para dirigir.
Triste resultado
Infelizmente ainda teremos muitas razões para crer que esse quadro deverá se agravar. Uma pesquisa divulgada no mês passado demonstra o quão longe estamos de uma mudança.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), um em cada quatro brasileiros afirma que, pasmem, mesmo que o transporte coletivo fosse eficiente, não deixaria de usar o carro como principal meio de deslocamento diário. Entre as diversas argumentações estão o fato dos entrevistados considerarem o transporte coletivo ruim e ineficiente. Quanto a isso não há o que discutir, até porque 44,3% dos ouvidos pela pesquisa são usuários desse tipo de transporte.
Em geral, o que a pesquisa revela, é a falsa ilusão de que todos os problemas serão resolvidos quando o cidadão adquirir seu carro. Apesar de todos os problemas do trânsito caótico das cidades brasileiras, as pessoas ainda sonham com o transporte individual como se com ele, fosse possível alcançar o nirvana, o paraíso, a felicidade suprema. Ledo engano!
A barbárie do eu sozinho
Uma sociedade se constrói com a busca por soluções sustentáveis em que prevaleçam os interesses coletivos sobre os individuais. Obviamente numa democracia baseada nos pilares da livre iniciativa nos quais estamos inseridos, direitos individuais e de minorias devem ser respeitadas. Mas o que preocupa no atual cenário é a motivação, de uma parte significativa da população, pelo desejo de encontrar caminhos pessoais e particulares.
Por seu lado, as nossas autoridades públicas de olho nos votos e no atendimento a essas solicitações, gastam fortunas com obras viárias sem futuro estimulando o uso do transporte individual. Assim, as cidades vão sendo ocupadas, rasgadas e desfiguradas, para, ao invés de servir como espaço de convivência agradável para seus habitantes, transformar-se em vias congestionadas e cada vez mais estressantes e violentas.
Para que tenhamos qualidade de vida no futuro é preciso urgentemente frear esse processo insano e contraproducente. Construir as bases para uma cidade que priorize a implementação de políticas e investimentos de planejamento urbano garantindo a todos direitos iguais de acesso, mobilidade e de uso dos equipamentos e espaços públicos. Ações do poder público que não visem reduzir as enormes desigualdades e que não trilhem o caminho do desenvolvimento sustentável devem ser colocadas em segundo plano ou mesmo descartadas.
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/uma-reflexao-sobre-a-guerra-urbana-no-cotidiano-das-cidades-brasileiras-3
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
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(Envolverde/Carta Capital)
20 março 2011
VI FÓRUM ÁGUA EM PAUTA
DIAS 21 E 22 DE MARÇO
Venha discutir a importância do jornalismo na conscientização sobre o uso racional da água e o investimento em saneamento básico.
Descubra o valor que a água tem. E beba um copo dela conosco.
21 de Março
10h00 - Coffee Receptivo e entrega do material de apoio
10h30 - Abertura Solene
11h00 - Conferência de Abertura
“Água e Saúde”
Em artigo publicado na Proceedings of The Royal Society, o cientista Dr. Christopher Eppig aborda os resultados de um estudo que mostra a relação de doenças infecciosas com o QI de populações de baixa renda, localizadas em países pobres. Além de comentar as principais conclusões deste estudo, ele irá traçar um panorama da relação entre saúde, saneamento básico e água, especialmente no Brasil.
13h00 - Intervalo Almoço
14h30 - Painel I - Saneamento Básico
“Saneamento básico: dados, fatos e sensibilização pública”
Esse painel tem como objetivo fornecer elementos objetivos para a compreensão da importância do saneamento como política pública e discutir estratégias de sensibilização social e jornalística para o tema. A partir de dados de investimento, os painelistas serão estimulados a pensar em uma agenda jornalística positiva que contemple, de maneira sistemática, a cobertura ligada a saneamento básico no país em seus mais diversos aspectos.
16h00 - Intervalo coffee
16h15 - Painel II - Indústria e Água
“Água e produção industrial: estamos preparados para crescer com sustentabilidade?”
As expectativas de crescimento do PIB brasileiro dependem significativamente do crescimento da produção industrial. Ambientalistas e jornalistas perguntam-se qual o preço a ser pago pelo desenvolvimento, enquanto os setores industriais identificam maneiras de crescer de maneira sustentável e regulada. A indústria é uma das maiores consumidoras de água e procura novos meios de produção com redução dos impactos. Discutir esse panorama é o objetivo do Painel II.
22 de Março
11h30 - Painel III - Conservação dos Mananciais e Políticas Públicas
A fonte: como monitorar a qualidade dos mananciais e discutir, nos meios de comunicação e jornalismo, as políticas públicas de preservação ambiental dos mananciais, procurando novas formas de financiamento, divulgação e conscientização sobre a finitude dos recursos hídricos e a importância de resguardar os rios, os aqüíferos, lagoas, riachos e córregos.
13h30 - Intervalo Almoço
15h00 - Speech: Água e suas Fontes
15h30 - Conferência de Encerramento: Planeta China: Terra, Água e Alimentação
Como a China busca resolver o problema da alimentação de 1 bilhão e meio de habitantes em 2025?
PAINELISTAS
Carolina Mota
Procuradora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP
Christopher Eppig
Cientista, biólogo e concluinte de pós-doutorado, pela Universidade do Novo México, Albuquerque (EUA)
Dan Robson Pereira Dias
Diretor da By Dan. Responsável pela expedição do projeto Flutuador do Rio Tietê
Jaderson Spina
Secretário de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Jundiaí.
Jayme Martins
Overchina e ex-China Radio International e correspondente do Estadão na China
Prof. José Luiz Proença
AUN - Agência Universitária de Notícias (ECA/USP)
Junior Ruiz Garcia
Pesquisador do Instituto de Economia / Universidade Estadual de Campinas
Marussia Whately
Arquiteta e urbanista
Milena Venancio Serro
Coordenadora de Comunicação do Instituto Trata Brasil
Reinaldo Canto
Colaborador da Envolverde e colunista de Carta Capital, além de atuar como consultor, palestrante e articulista
Mini currículo
Reinaldo Canto é jornalista formado pela Cásper Líbero e pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento pela UFRJ. Com 31 anos de profissão, passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do país, entre elas, Record, Globo, SBT, Bandeirantes e Jovem Pan, trabalhou como assessor de imprensa de grandes empresas como Banespa e Cosesp, além de ter sido colaborador de revistas da Editora Abril como Arquitetura e Construção e Casa Claudia. Nos últimos anos especializou-se em sustentabilidade e consumo consciente. Nesse período foi Diretor de Comunicação do Greenpeace, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, passagens pela comunicação do Instituto Ethos e correspondente da Carta Capital, da Envolverde e de outras mídias ambientais na COP-15 em Copenhague. Hoje Reinal do Canto é consultor, palestrante, articulista e colaborador da Envolverde e mídias ambientais, além de editor e redator de relatórios de sustentabilidade e colunista de Carta Capital (coluna: Cidadania & Sustentabilidade, em www.cartacapital.com.br).
Sidney Mazzoni
Editor-chefe do Jornal de Jundiaí
Venha discutir a importância do jornalismo na conscientização sobre o uso racional da água e o investimento em saneamento básico.
Descubra o valor que a água tem. E beba um copo dela conosco.
21 de Março
10h00 - Coffee Receptivo e entrega do material de apoio
10h30 - Abertura Solene
11h00 - Conferência de Abertura
“Água e Saúde”
Em artigo publicado na Proceedings of The Royal Society, o cientista Dr. Christopher Eppig aborda os resultados de um estudo que mostra a relação de doenças infecciosas com o QI de populações de baixa renda, localizadas em países pobres. Além de comentar as principais conclusões deste estudo, ele irá traçar um panorama da relação entre saúde, saneamento básico e água, especialmente no Brasil.
13h00 - Intervalo Almoço
14h30 - Painel I - Saneamento Básico
“Saneamento básico: dados, fatos e sensibilização pública”
Esse painel tem como objetivo fornecer elementos objetivos para a compreensão da importância do saneamento como política pública e discutir estratégias de sensibilização social e jornalística para o tema. A partir de dados de investimento, os painelistas serão estimulados a pensar em uma agenda jornalística positiva que contemple, de maneira sistemática, a cobertura ligada a saneamento básico no país em seus mais diversos aspectos.
16h00 - Intervalo coffee
16h15 - Painel II - Indústria e Água
“Água e produção industrial: estamos preparados para crescer com sustentabilidade?”
As expectativas de crescimento do PIB brasileiro dependem significativamente do crescimento da produção industrial. Ambientalistas e jornalistas perguntam-se qual o preço a ser pago pelo desenvolvimento, enquanto os setores industriais identificam maneiras de crescer de maneira sustentável e regulada. A indústria é uma das maiores consumidoras de água e procura novos meios de produção com redução dos impactos. Discutir esse panorama é o objetivo do Painel II.
22 de Março
11h30 - Painel III - Conservação dos Mananciais e Políticas Públicas
A fonte: como monitorar a qualidade dos mananciais e discutir, nos meios de comunicação e jornalismo, as políticas públicas de preservação ambiental dos mananciais, procurando novas formas de financiamento, divulgação e conscientização sobre a finitude dos recursos hídricos e a importância de resguardar os rios, os aqüíferos, lagoas, riachos e córregos.
13h30 - Intervalo Almoço
15h00 - Speech: Água e suas Fontes
15h30 - Conferência de Encerramento: Planeta China: Terra, Água e Alimentação
Como a China busca resolver o problema da alimentação de 1 bilhão e meio de habitantes em 2025?
PAINELISTAS
Carolina Mota
Procuradora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP
Christopher Eppig
Cientista, biólogo e concluinte de pós-doutorado, pela Universidade do Novo México, Albuquerque (EUA)
Dan Robson Pereira Dias
Diretor da By Dan. Responsável pela expedição do projeto Flutuador do Rio Tietê
Jaderson Spina
Secretário de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Jundiaí.
Jayme Martins
Overchina e ex-China Radio International e correspondente do Estadão na China
Prof. José Luiz Proença
AUN - Agência Universitária de Notícias (ECA/USP)
Junior Ruiz Garcia
Pesquisador do Instituto de Economia / Universidade Estadual de Campinas
Marussia Whately
Arquiteta e urbanista
Milena Venancio Serro
Coordenadora de Comunicação do Instituto Trata Brasil
Reinaldo Canto
Colaborador da Envolverde e colunista de Carta Capital, além de atuar como consultor, palestrante e articulista
Mini currículo
Reinaldo Canto é jornalista formado pela Cásper Líbero e pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento pela UFRJ. Com 31 anos de profissão, passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do país, entre elas, Record, Globo, SBT, Bandeirantes e Jovem Pan, trabalhou como assessor de imprensa de grandes empresas como Banespa e Cosesp, além de ter sido colaborador de revistas da Editora Abril como Arquitetura e Construção e Casa Claudia. Nos últimos anos especializou-se em sustentabilidade e consumo consciente. Nesse período foi Diretor de Comunicação do Greenpeace, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, passagens pela comunicação do Instituto Ethos e correspondente da Carta Capital, da Envolverde e de outras mídias ambientais na COP-15 em Copenhague. Hoje Reinal do Canto é consultor, palestrante, articulista e colaborador da Envolverde e mídias ambientais, além de editor e redator de relatórios de sustentabilidade e colunista de Carta Capital (coluna: Cidadania & Sustentabilidade, em www.cartacapital.com.br).
Sidney Mazzoni
Editor-chefe do Jornal de Jundiaí
COLUNA EM NOVO ENDEREÇO
A coluna Cidadania & Sustentabilidade também está sendo veiculada pelo site Ciranda no Bairro - Guia de Informações e Entretenimento para os bairros Cursino, Ipiranga, Saúde e Sacomã, da capital paulista.
Confiram:
http://www.cirandanobairro.com.br/?area=colunistas&coluna=8&secao=postagem&id=30
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11 março 2011
Parabéns São Paulo chegamos aos 7 milhões de carros!
Por Reinaldo Canto*
Segundo o Detran, a cidade vai atingir essa impressionante marca até o fim de março. Mas afinal, tal fato é digno de júbilo ou de pesar?
A resposta para o questionamento acima mencionado irá depender, obviamente, do ponto de vista e dos valores do observador.
Para os adeptos da velha economia e amantes do transporte individual a notícia poderá ser motivo de comemorações. Esses hão de considerar que o expressivo número significa que São Paulo transformou-se numa metrópole digna do primeiro mundo, com uma economia pujante e próspera, na qual cada vez mais pessoas podem satisfazer seus desejos de consumo.
Já para aqueles que compartilham os valores do desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida, a informação causa, no mínimo, um certo desânimo. Simboliza uma vitória do retrocesso e do passado em detrimento da construção de uma cidade mais equilibrada e amigável para se viver.
Números não mentem
Algumas informações adicionais são importantes para que os indecisos possam fazer suas escolhas. Segundo matéria publicada pelo caderno Metrópole do jornal O Estado de São Paulo baseada em dados fornecidos pelo Detran, em 1970, a capital paulista tinha registrados 965 mil veículos para 14 mil quilômetros de vias. Já para os 7 milhões de veículos existem hoje na cidade, 17 mil quilômetros de ruas e avenidas pavimentadas. Não é por outra razão que os congestionamentos por estas bandas são cada vez mais freqüentes.
Espanta também o fato da frota de veículos crescer seis vezes mais rápido que a população de São Paulo. Já temos mais veículos por habitante (630 para cada mil paulistanos) do que Japão (395), Estados Unidos (478) e Itália (539 veículos para cada mil italianos).
Direito fundamental
Contribui de maneira decisiva para esse crescimento descomunal um fator cultural bastante disseminado em nosso país: o sonho de possuir um carro próprio.
Ouço com insistência que o estabelecimento de medidas de cerceamento a venda de veículos, seria uma indesculpável discriminação com as classes C e D que, graças às facilidades do crédito, finalmente podem adquirir carros com prestações que caibam nos seus bolsos.
Segundo essa lógica ser proprietário de um veículo de passeio seria um direito inalienável tanto quanto os direitos a saúde, alimentação, moradia e educação. Mas é preciso, antes de mais nada, levar em conta as necessidades da sociedade como um todo. Aí sim, um dos principais direitos fundamentais fica enormemente prejudicado com o entupimento das nossas vias por esses veículos de passeio, ou seja, o direito de ir e vir. E pelo que podemos assistir, antes de melhorar, essa situação deve piorar ainda mais.
Ignorância e insanidade
A marca de 7 milhões de veículos em breve será superada, pois as vendas continuam a crescer de maneira acelerada e constante. Portanto, devemos esperar congestionamentos cada vez maiores, pessoas estressadas e também o aumento dos casos de doenças provocadas pela poluição que já matam cerca de 20 pessoas todos os dias na região metropolitana, segundo o Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Além de entupir as ruas de nossas cidades e ampliar os níveis de poluição do ar, a cadeia de produção da indústria automobilística é intensiva em uso de energia, água e matérias-primas extraídas sem pudor nem dó da natureza. Isso significa que, do ponto de vista do planeta, essa atividade é totalmente insustentável e, portanto, sem futuro, seja pelo bem ou pelo mal.
Mudanças necessárias em todos os setores
Essa espiral de insanidade que a todos prejudica indistintamente, pode e deve ser interrompida. Talvez possa começar pela questão psicológica rompendo com o ego, como Dal Marcondes outro colunista de Carta Capital lembrou bem em artigo recente (http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/carro-extensao-das-pernas-ou-do-ego).
Possuir um carro, não faz uma pessoa melhor que fique isso bem claro! Conclusões no sentido oposto também devem ser evitadas, a ausência de um carro na garagem não é um inequívoco sinal de fracasso.
Outro ponto a se levar em conta é a busca pela convivência harmônica entre os habitantes da capital. A prevalência do individual sobre o coletivo é um dos fatores que faz de São Paulo uma cidade difícil de viver. Uma cidade deve ser de todas as pessoas que nela residem ou transitam. Ruas, avenidas, calçadas, pontes e viadutos deveriam ser locais mais agradáveis para o deslocamento cotidiano e não de disputa insana pela ocupação de pequenos espaços a qualquer custo.
Caminhos para mudar essa realidade existem e são até mais simples do que parecem. No campo individual, por exemplo, mesmo que você ame seu carro, evite o seu uso em toda e qualquer circunstância sempre que possível. Você verá que andar a pé, de bicicleta ou de transporte coletivo pode ser bem interessante e agradável.
Por outro lado, é preciso também exigir que as nossas autoridades públicas façam pesados investimentos em transportes coletivos e deixem de gastar dinheiro do orçamento com obras viárias. Quase sempre são obras muito caras que privilegiam e incentivam o uso de carros de passeio. Campanhas e fiscalização maciças para questões como respeito a faixa de pedestres, reforma de calçadas e garantia de acessibilidade vão contribuir para uma gradual e benéfica transformação em prol de uma metrópole mais sustentável e feliz.
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
**Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/parabens-sao-paulo-7-milhoes-de-carros
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
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(Envolverde/Carta Capital)
Segundo o Detran, a cidade vai atingir essa impressionante marca até o fim de março. Mas afinal, tal fato é digno de júbilo ou de pesar?
A resposta para o questionamento acima mencionado irá depender, obviamente, do ponto de vista e dos valores do observador.
Para os adeptos da velha economia e amantes do transporte individual a notícia poderá ser motivo de comemorações. Esses hão de considerar que o expressivo número significa que São Paulo transformou-se numa metrópole digna do primeiro mundo, com uma economia pujante e próspera, na qual cada vez mais pessoas podem satisfazer seus desejos de consumo.
Já para aqueles que compartilham os valores do desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida, a informação causa, no mínimo, um certo desânimo. Simboliza uma vitória do retrocesso e do passado em detrimento da construção de uma cidade mais equilibrada e amigável para se viver.
Números não mentem
Algumas informações adicionais são importantes para que os indecisos possam fazer suas escolhas. Segundo matéria publicada pelo caderno Metrópole do jornal O Estado de São Paulo baseada em dados fornecidos pelo Detran, em 1970, a capital paulista tinha registrados 965 mil veículos para 14 mil quilômetros de vias. Já para os 7 milhões de veículos existem hoje na cidade, 17 mil quilômetros de ruas e avenidas pavimentadas. Não é por outra razão que os congestionamentos por estas bandas são cada vez mais freqüentes.
Espanta também o fato da frota de veículos crescer seis vezes mais rápido que a população de São Paulo. Já temos mais veículos por habitante (630 para cada mil paulistanos) do que Japão (395), Estados Unidos (478) e Itália (539 veículos para cada mil italianos).
Direito fundamental
Contribui de maneira decisiva para esse crescimento descomunal um fator cultural bastante disseminado em nosso país: o sonho de possuir um carro próprio.
Ouço com insistência que o estabelecimento de medidas de cerceamento a venda de veículos, seria uma indesculpável discriminação com as classes C e D que, graças às facilidades do crédito, finalmente podem adquirir carros com prestações que caibam nos seus bolsos.
Segundo essa lógica ser proprietário de um veículo de passeio seria um direito inalienável tanto quanto os direitos a saúde, alimentação, moradia e educação. Mas é preciso, antes de mais nada, levar em conta as necessidades da sociedade como um todo. Aí sim, um dos principais direitos fundamentais fica enormemente prejudicado com o entupimento das nossas vias por esses veículos de passeio, ou seja, o direito de ir e vir. E pelo que podemos assistir, antes de melhorar, essa situação deve piorar ainda mais.
Ignorância e insanidade
A marca de 7 milhões de veículos em breve será superada, pois as vendas continuam a crescer de maneira acelerada e constante. Portanto, devemos esperar congestionamentos cada vez maiores, pessoas estressadas e também o aumento dos casos de doenças provocadas pela poluição que já matam cerca de 20 pessoas todos os dias na região metropolitana, segundo o Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Além de entupir as ruas de nossas cidades e ampliar os níveis de poluição do ar, a cadeia de produção da indústria automobilística é intensiva em uso de energia, água e matérias-primas extraídas sem pudor nem dó da natureza. Isso significa que, do ponto de vista do planeta, essa atividade é totalmente insustentável e, portanto, sem futuro, seja pelo bem ou pelo mal.
Mudanças necessárias em todos os setores
Essa espiral de insanidade que a todos prejudica indistintamente, pode e deve ser interrompida. Talvez possa começar pela questão psicológica rompendo com o ego, como Dal Marcondes outro colunista de Carta Capital lembrou bem em artigo recente (http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/carro-extensao-das-pernas-ou-do-ego).
Possuir um carro, não faz uma pessoa melhor que fique isso bem claro! Conclusões no sentido oposto também devem ser evitadas, a ausência de um carro na garagem não é um inequívoco sinal de fracasso.
Outro ponto a se levar em conta é a busca pela convivência harmônica entre os habitantes da capital. A prevalência do individual sobre o coletivo é um dos fatores que faz de São Paulo uma cidade difícil de viver. Uma cidade deve ser de todas as pessoas que nela residem ou transitam. Ruas, avenidas, calçadas, pontes e viadutos deveriam ser locais mais agradáveis para o deslocamento cotidiano e não de disputa insana pela ocupação de pequenos espaços a qualquer custo.
Caminhos para mudar essa realidade existem e são até mais simples do que parecem. No campo individual, por exemplo, mesmo que você ame seu carro, evite o seu uso em toda e qualquer circunstância sempre que possível. Você verá que andar a pé, de bicicleta ou de transporte coletivo pode ser bem interessante e agradável.
Por outro lado, é preciso também exigir que as nossas autoridades públicas façam pesados investimentos em transportes coletivos e deixem de gastar dinheiro do orçamento com obras viárias. Quase sempre são obras muito caras que privilegiam e incentivam o uso de carros de passeio. Campanhas e fiscalização maciças para questões como respeito a faixa de pedestres, reforma de calçadas e garantia de acessibilidade vão contribuir para uma gradual e benéfica transformação em prol de uma metrópole mais sustentável e feliz.
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
**Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/parabens-sao-paulo-7-milhoes-de-carros
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(Envolverde/Carta Capital)
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