Por Reinaldo Canto –de Marrakech especial para a Envolverde e para o projeto Cásper na COP 22 –
Negociador-chefe da delegação afirma que agora o desafio é
regulamentar Acordo de Paris e disponibilizar os 100 bilhões de dólares
para os países em desenvolvimento
Nesta tarde de terça-feira, 08/11 foi inaugurado o Espaço Brasil no
Bab Ighli Village, palco da COP 22 em Marrakech. A cerimônia, se é que
podemos chamar assim, foi bastante simples e informal. Para a abertura
do local falaram o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho,
negociador-chefe da delegação brasileira e o diretor de Mudanças
Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adriano Santhiago.
Para o pequeno número de brasileiros presentes e, aparentemente, sem
visitantes estrangeiros, a conversa se deu no nosso bom português e
ambos ressaltaram que , diferentemente dos anos anteriores em que o
Brasil se apresentou na COP com salas minúsculas apenas para reuniões, o
novo espaço servirá para uma série de apresentações, encontros e
debates da sociedade civil, iniciativa privada e academia.
Após a abertura do local, o embaixador Marcondes falou com a
Envolverde sobre as expectativas desta conferência. Para ele, será
preciso capitalizar o que foi estabelecido em Paris. “Temos um bom
problema”, fazendo referência ao tempo recorde em que o acordo foi
ratificado. “Agora é o momento de regulamentar a lei para que tenhamos
condições de aprofundar as decisões em seus detalhes sobre a mitigação,
adaptação e clareza nos meios de implementação”, disse Marcondes. Nesse
sentido, o embaixador fez referência direta sobre em que termos será
feito o repasse dos recursos na casa dos US$ 100 bilhões até 2020 para
os países em desenvolvimento e a transferência de tecnologias a que eles
terão acesso para a redução de suas respectivas emissões, entre elas, a
transição dos combustíveis fósseis para o uso de energias renováveis, a
implantação de sistemas de transporte mais eficientes e novas práticas
agrícolas.
Marcondes também confirmou que em 16/11 aqui em Marrakesh, o governo
brasileiro irá lançar a Plataforma do Biofuturo, em parceria com outros
países, para a utilização de biocombustíveis baseado em álcool de
segunda geração desenvolvido no país (aproveitamento da biomassa de
cana-de-açucar), em setores como o de transporte e indústria química.
10 novembro 2016
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