16 julho 2014

UMA COPA DO MUNDO MOVIDA A EMOÇÕES E MUITO LIXO

Por Reinaldo Canto

Não faltaram emoções e momentos inesquecíveis na Copa do Mundo realizada no Brasil. No balanço final podemos até mesmo afirmar que o evento foi um grande sucesso!!

Agora toda essa festa também registrou seu lado pouco edificante. E não me refiro aos problemas na organização, mas ao fator geração de lixo. A sujeira dos estádios e seus arredores, nos locais das chamadas fan fests e em outros pontos com concentração de torcedores, resultaram em grandes quantidades de lixos espalhados. Um triste espetáculo a unir patrícios e estrangeiros. O despreparo público em enfrentar a situação acompanhada de uma falta de educação generalizada agravou em muito a situação.

O pior é que o volume de lixo durante a Copa do Mundo aumentou significativamente! Acostumadas a produzir 43 mil toneladas diárias, nas 12 cidades-sede esse número foi acrescido em mais 14 mil e quinhentas toneladas por dia, segundo dados levantados pela Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

Uma quantidade especialmente impactante em cidades menores que não estão preparadas para esse excedente de lixo sendo descartado. Os piores exemplos estão com as capitais Cuiabá, no Mato Grosso e Natal, no Rio Grande do Norte. Em dias normais Cuiabá produz em torno de 500 toneladas de resíduos, só a Copa aumentou em mais 1.150 toneladas, ou seja, mais de duas vezes o que o cuiabano está acostumado a descartar.  Em Natal, em média, são geradas por dia mais de 770 toneladas de resíduos. Apenas o total da Copa é responsável por mais 915 toneladas diárias, na capital Potiguar.

Até em cidades maiores o aumento também foi bastante significativo como os verificados em Porto Alegre e Brasília com 70% e Curitiba e Manaus com cerca de 50% a mais. Mesmo cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, já acostumadas com imensas quantidades de resíduos geradas diariamente, o impacto também foi grande. Só para se ter uma ideia, a festa realizada no bairro da Vila Madalena (zona oeste da cidade e que concentrou durante toda a competição grande número de torcedores) registrou apenas após o segundo jogo do Brasil contra o México, cerca de 40 toneladas de lixo!

Recicláveis recolhidos

Mesmo que insuficientes alguns esforços foram feitos para dar conta dessa realidade. O Ministério do Meio Ambiente informou que foram investidos cerca de R$ 2 milhões na contratação de 1,5 mil catadores para atuarem nas 12 cidades-sede no recolhimento de materiais nos estádios e nas Fan Fests. Antes da realização das partidas das semifinais e da final já haviam sido coletadas cerca de 182 mil toneladas de resíduos recicláveis. Uma montanha de resíduos que nos leva a perguntar que, mesmo tendo sido encaminhadas para uma destinação correta, o que devemos esperar de nosso futuro se em todas as nossas atividades são necessárias à produção e descarte de tal quantidade de materiais?

Isso quando imaginamos que foram efetivamente coletadas e encaminhadas para o destino mais correto que é à volta ao setor produtivo no que chamamos de logística reversa. Mas inúmeras vezes esses materiais perfeitamente reutilizáveis ou recicláveis vão parar em aterros sanitários e, o que é ainda pior, em locais totalmente inapropriados como terrenos baldios, rios e mares, causando enormes prejuízos para as pessoas e para o meio ambiente.

Um outro tipo de vencedor

Bem, a Alemanha levou merecidamente o título da competição, mas também podemos afirmar que tivemos um outro tipo de campeão nesse que é considerado o maior evento esportivo do planeta.
Apesar de sua equipe não ter passado da fase de grupos, quem deu aula de civilidade e uma goleada fenomenal na falta de educação foi à torcida japonesa ao recolher os resíduos gerados nos estádios após as partidas. Uma bela imagem que ficará registrada para uma importante reflexão pós-Copa. 

*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, da Rádio Trianon, do Portal Mercado Ético, colaborador da Envolverde, comentarista da Rede Vida e professor de Gestão Ambiental na FAPPES. 

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12 julho 2014

A DERROTA DA SELEÇÃO E AS MUITAS VITÓRIAS DO BRASIL


Apesar dos pesares a Copa do Mundo apresenta um saldo positivo na imagem do país

Por Reinaldo Canto

Assim como boa parte dos brasileiros, ainda estou tentando digerir a acachapante derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha.  Por essa razão e até mesmo para exorcizar esse mal estar coletivo decidi fazer uma breve reflexão sobre o que vivemos nesses dias e os chamados legados da Copa realizada em nossa terra.

É fato que ficamos devendo no quesito obras que efetivamente vão fazer a diferença no pós- evento. Poucas delas foram entregues, principalmente relacionadas à mobilidade urbana. Isso para não falar da quase não entrega de estádios, aeroportos em reforma durante os jogos e as absurdas remoções de famílias de maneira truculenta e nada democráticas.

Por outro lado também é fato que o caos anunciado pelos arautos do pessimismo esteve muito longe de se tornar realidade.  Basta ver a alegria nos estádios e nas festas de torcedores realizadas nas cidades-sede. Turistas estrangeiros consultados por diversas pesquisas responderam estar satisfeitos com sua estadia em nosso país e demonstraram intenção de voltar a visitar o país. Levantamento da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas registrou um grau de 80% de aprovação dos estrangeiros com a Copa do Mundo. Já uma pesquisa feita Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura da Bahia constatou que 94% dos estrangeiros entrevistados pretendem voltar a Salvador. Isso para ficarmos em dois exemplos.

Segundo levantamento prévio do Ministério do Turismo, o total de visitantes de outros países já superou o número de 600 mil pessoas (bom lembrar que na última Copa na África do Sul, foram registrados 310 mil visitantes estrangeiros).  Pela pequena proporcionalidade de casos policiais registrados até agora, tem prevalecido mais a boa acolhida do povo brasileiro, do que a criminalidade crescente que nós nativos estamos mais expostos em nosso cotidiano.

Legados intangíveis e a geração de lixo

E por falar em cordialidade e simpatia, são esses legados de troca de experiências e conhecimento que contribuem decisivamente para reduzir a intolerância, o preconceito e o xenofobismo. Nada melhor do que conhecer o outro, antes distante e ameaçador, para perceber que somos todos da mesma espécie humana e que um belo sorriso aproxima e nos torna iguais, mesmo na diversidade.

Agora toda essa festa também tem seu lado pouco edificante. O quesito geração de lixo está nessa categoria. A sujeira resultante nos locais das chamadas fan fests e em outros pontos  com concentração de torcedores, resultaram em lixos espalhados pelas ruas. Um triste espetáculo a unir patrícios e estrangeiros.
O pior é que o volume de lixo durante a Copa do Mundo aumentou em mais 14 mil e quinhentas toneladas por dia nas 12 cidades-sede, segundo dados levantados pela Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

Um volume especialmente impactante em cidades menores que não estão preparadas para esse excedente de lixo sendo descartado. Os piores exemplos estão com as capitais Cuiabá, no Mato Grosso e Natal no Rio Grande do Norte. Em dias normais Cuiabá produz em torno de 500 toneladas de resíduos, só a Copa aumentou em mais 1.150 toneladas, ou seja, mais de duas vezes o que o cuiabano está acostumado a descartar.  Em Natal, em média,  são geradas por dia mais de 770 toneladas de resíduos. Apenas o total da Copa é responsável por mais 915 toneladas diárias, na capital Potiguar.

Bem, Argentina e Alemanha decidem no domingo quem vai levar o título da competição, mas também podemos afirmar que tivemos outros tipos de campeões e vencedores nesse que é considerado o maior evento esportivo do planeta.

Apesar de sua equipe não ter passado da fase de grupos, quem deu aula de civilidade e uma goleada fenomenal na falta de educação foi à torcida japonesa ao recolher os resíduos gerados nos estádios após as partidas. Uma bela imagem que ficará registrada para uma importante reflexão pós-Copa.  


07 julho 2014

Heródoto Barbeiro adere à campanha “Eu Sou Carbon Free”

O jornalista Heródoto Barbeiro, também conhecido por sua militância ambiental, participa da campanha “Eu Sou Carbon Free”, lançada pela Iniciativa Verde por meio do programa Carbon Free. O atual apresentador do Jornal da Record News compensou a emissão de 5,2 toneladas de carbono decorrentes de suas atividades diárias de um ano com o plantio de 33 árvores nativas em áreas degradadas de Mata Atlântica. Com isso, ele reduz seu impacto ao meio ambiente, estimula a preservação da floresta e ainda ajuda na recuperação de um dos biomas mais ricos e, ao mesmo tempo, ameaçados do mundo.
A maior parte das emissões do jornalista é decorrente de atividades que ele não poderia evitar como o transporte aéreo. Mas o apresentador, que mantém duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) em área de Mata Atlântica no estado de São Paulo, está preocupado com a maneira como as pessoas preservam a natureza. “Estamos todos a bordo de Gaia, não vamos matá-la pela nossa própria sobrevivência e das gerações futuras”, diz.
Ao participar da campanha, Heródoto Barbeiro espera estimular para que todos repensem suas ações e saibam que há maneiras de evitar o seu impacto ambiental. Indagado sobre a importância em compensar as próprias emissões, o jornalista responde: “A primeira é dar um exemplo aos demais, a segunda é minorar o impacto da própria existência”.
Eu Sou Carbon Free
As atividades cotidianas emitem direta ou indiretamente gases de Efeito Estufa (GEE), que contribuem para o aquecimento global. E o que fazer quando não é possível diminuir essa chamada pegada de carbono? Compensar as emissões por meio do plantio de árvores nativas é uma opção. As árvores são capazes de absorver parte do carbono da atmosfera durante o seu processo de crescimento.
A Iniciativa Verde o projeto “Eu Sou Carbon Free”, pelo qual qualquer pessoa pode calcular as suas próprias emissões de carbono anuais – inclusive você! – e compensá-las ajudando a recompor a degradada mata atlântica. Para saber como participar, mande e-mail para: contato@iniciativaverde.org.br.
Outras personalidades Carbon Free
O consultor e ambientalista Fabio Feldmann também participa da campanha compensando suas emissões com o plantio de 92 árvores. “É importante a disposição de cada pessoa em ter compromisso com o seu impacto no meio ambiente”, afirma Feldmann. Leia a entrevista exclusiva que ele deu para a Iniciativa Verde.
Antes dele, outra personalidade que compensou suas próprias emissões foi a apresentadora e atleta Ana Karina Belegantt (saiba mais aqui), com a recomposição de 51 árvores nativas. Diversos interessados, também preocupados com o meio ambiente, já participaram do Carbon Free compensando suas próprias emissões, de casamentos ou outros eventos. Vamos juntos preservar o planeta!