24 novembro 2011

O JORNALISMO A SERVIÇO DA ECONOMIA VERDE

Por Reinaldo Canto*

A economia, ao longo do tempo, tem sido a grande propulsora do desenvolvimento humano. Desde as chamadas “descobertas” marítimas de alguns séculos atrás, impulsionadas pelas trocas comerciais e a atual febre de consumo na incessante busca por novidades tecnológicas, para ficar em dois exemplos, foram no passar dos anos exercendo uma pressão crescente sobre os recursos do planeta e fazendo surgir problemas desconhecidos no passado, caso mais emblemático do aquecimento global.

Já que o desequilíbrio na utilização desses recursos e a consequente insustentabilidade dos padrões de consumo são grandes responsáveis pelo atual estado de coisas, nada melhor do que apostar nas soluções, exatamente vindas das mudanças encampadas ou seriamente encaradas pelos setores relevantes da economia.

Também não é por outra razão que a denominada “economia verde” seja um dos principais pontos de discussão propostos para a Conferência Rio+20, programada para acontecer em junho do próximo ano, aqui no Rio de Janeiro. E o debate já tem um importante ponto de partida que é o relatório lançado este ano pelo PNUMA, cujo título é “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”.

A quarta edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental não tem fugido à regra e muitas das plenárias, oficinas, palestras e rodas de conversa tem como foco principal, exatamente a economia. Análises de ações empresariais, a transição para uma economia verde, o desenvolvimento sustentável e a alteração no padrão de consumo são alguns assuntos presentes ao evento.

E qual o papel que cabe aos profissionais de comunicação em todo esse cenário? Como podemos contribuir para que o mundo acelere o passo rumo a um desenvolvimento mais equilibrado e menos insustentável?

Acredito que a resposta esteja, antes de mais nada, na seriedade e no aprofundamento necessário exigido pelo tema. Fazendo uso do espírito crítico peculiar à nossa profissão, nós jornalistas devemos questionar, indagar e, porque não, cobrar a atuação responsável das empresas e do poder público para que priorizem o atendimento às reais necessidades sociais e ambientais baseadas nos critérios de desenvolvimento sustentável.

O congresso tem servido para que façamos um pouco dessa lição de casa, trocando informações e experiências vividas no dia a dia nas mais diferentes mídias, sejam elas segmentadas ou não. Daqui, tenho certeza, sairemos ainda mais preparados para uma batalha que pode até ser árdua, mas também, em razão dos valores nela embutidos, bastante prazerosa e gratificante.

* Especial para a Envolverde e para o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO DO TRANSPORTE NAS CIDADES

Por Reinaldo Canto*

No último dia 22/09 ocorreu mais uma edição do Dia Mundial Sem Carro. Ocasião que serve ou deveria servir para pensar e refletir sobre a crescente dependência de veículos de transporte individual. Qual o futuro dessa opção? Quais os limites para o crescimento da indústria automobilística? Será possível equacionar o fato de que milhares de novos carros sejam despejados todos os meses nas ruas de nossas maiores cidades com a busca pela sustentabilidade e qualidade de vida de seus habitantes?

Vivemos um estranho e perigoso momento sem que tenhamos idéia de como sair dele. Só no ano passado, segundo a Anfavea - a associação dos fabricantes de veículos - foram vendidos 3,5 milhões de automóveis no país. As grandes cidades brasileiras estão abarrotadas de carros, em geral com apenas um ocupante em seu interior. Nos últimos anos, com o crescimento econômico e a comemorada ascensão social, o automóvel deixou de ser apenas um sonho de consumo de muitas pessoas para se tornar uma realidade ao alcance dos bolsos ou via crediário. Esse quadro que já vinha se desenhando ao longo do tempo acelerou muito em anos recentes. Os sucessivos recordes de produção da indústria automobilística obrigam a transformar fortemente a paisagem e a arquitetura das cidades. O carro adquire assim um protagonismo absoluto preenchendo e desvirtuando os espaços antes ocupados pelas pessoas.

É óbvio que se imaginarmos qualquer grande cidade brasileira sem carros da maneira como estão hoje configuradas, o caos seria inevitável. Nossos ônibus e trens do metrô já circulam com níveis de lotação máxima ou até mesmo, acima disso, quando esses veículos de transporte coletivo se transformam, em ”latas de sardinha”.

Por outro lado, se não vivemos atualmente um colapso urbano, parece que isso é apenas uma questão de tempo. Afinal, quantos novos viadutos terão de ser construídos, quantas novas avenidas precisarão ser rasgadas redesenhando e desfigurando o espaço urbano e substituindo espaços de ocupação legítimos das pessoas, ao reduzir ou mesmo eliminar calçadas, calçadões e praças? Quantos milhões, bilhões de reais ainda serão gastos para obras viárias que privilegiam o automóvel?

Uma cidade sem carros antes de mais nada, teria naturalmente de garantir um transporte coletivo eficiente, seguro e pontual; ciclovias espalhadas por todas as regiões e vistas mais como corredores de tráfego do que meramente para passeios e as calçadas seriam utilizadas naturalmente pelas pessoas, pois deixariam de parecer crateras lunares ou pistas para disputas de rally.

Praças, parques, calçadões e bulevares passariam a ser regra e não exceção. Os moradores da cidade, bem como seus visitantes recuperariam o que nunca deveriam ter perdido: a ocupação natural e democrática de todos os espaços públicos da cidade.

* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL DA TARDE EM 24/10/11

09 novembro 2011

Cobertura Econômica na Mídia é tema de palestra

Estão abertas as inscrições para a palestra A Cobertura Econômica na Mídia, realizada pelo Sindijornalistas em parceria com a Arcelor Mittal Tubarão. O evento faz parte do projeto Sustentabilidade para Comunicadores, cuja proposta é debater sobre temas de interesse da sociedade, tendo como eixo temático as seis dimensões da sustentabilidade: social, econômica, política, ambiental, espiritual e cultural. A palestra acontecerá no dia 10 de novembro, no Radisson Hotel, e contará com a presença do jornalista Reinaldo Canto, que atua como professor de Gestão Ambiental na Faculdade Paulista de Pesquisa e Ensino Superior (FAPPES), consultor, palestrante, articulista e colaborador do site Envolverde e de mídias ambientais, além de editor e redator de relatórios de sustentabilidade e colunista da Carta Capital.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.sindijornalistases.org.br. O evento, cujo credenciamento começa às 8h30, termina às 12h e também contará com uma mesa redonda da qual participarão as jornalistas Elaine Silva e Beatriz Seixas, respectivamente, editoras do caderno de economia de A Gazeta e repórter de Economia de A Tribuna. Após a mesa redonda será dado início ao debate com a participação do público. Haverá certificado para os participantes.

Formado em jornalismo pela Cásper Líbero e pós graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Canto passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do país, como SBT, Globo, Record e Jovem Pan, além de ter sido colaborador de revistas da Editora Abril. Na área de assessoria de imprensa Reinaldo Canto atuou em grandes empresas, como o Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Para conhecer mais o trabalho do jornalista basta acessar http://envolverde.com.br/ e http://www.cartacapital.com.br/author/reinaldo-canto



Programação


8h30 | Credenciamento
09h00 | Abertura
09h10 | Palestra A cobertura Econômica na Mídia
Palestrante: Reinaldo Canto, jornalista e colunista da Revista Carta Capital
10h10 | Mesa redonda
Mediadora: Suzana Tatagiba – presidente do Sindijornalistas-ES
Participantes: Elaine Silva (Editora de Economia de A Gazeta) e Beatriz Seixas (Repórter de Economia de A Tribuna)
11h30 | Debate
12h00 | Encerramento
12h10 | Brunch
Local: Radisson Hotel
Inscrições: www.sindijornalistases.org.br