28 junho 2011

“As novas pautas da sustentabilidade” é o novo curso oferecido pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

Abordar os novos desafios da cobertura ambiental e dos temas da sustentabilidade é a proposta do curso

A aula acontecerá no sábado, 09 de julho, das 9h00 às 18h00 na sede do Sindicato, Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja (próximo ao metrô República). O docente será o jornalista Reinaldo Canto, com 31 anos de profissão, com passagens pelas principais empresas de televisão e rádio do Brasil. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos de Responsabilidade Social. Colaborador da Envolverde e colunista da Carta Capital

O curso é destinado a jornalistas, estudantes de Jornalismo e demais profissionais de Comunicação e de ONGs e os valores são diferenciados: R$ 130,00 à vista (ou 2 x de R$ 65,00) para jornalistas sindicalizados e estudantes de Jornalismo pré-sindicalizados e R$ 180,00 à vista (ou 2 x de R$ 90,00) para os não sindicalizados e demais interessados.



Os interessados deverão se pré-inscrever em nosso site www.jornalistasp.org.br

A pré-inscrição é uma reserva de vaga e o pagamento deverá ser feito até 04 de julho (valor total ou da primeira parcela). Os que já fizeram cursos no Sindicato têm descontos e poderá ser oferecido descontos para grupos, consulte o Departamento de Formação.



No programa: os novos conceitos, as novas pautas e a quebra dos paradigmas da visão tradicional de se fazer jornalismo, crescimento x sustentabilidade, (re) contextualizar qual o papel das empresas de assessoria de imprensa, dos veículos de comunicação e dos jornalistas em tempos de aquecimento global, mudanças climáticas e dos esgotamentos dos recursos naturais.



Outras informações com Marlene ou Fábio no tel. (11) 3217 6299 ramal 6233, de segunda à sexta, das 9h00 às 18h00 ou pelo e-mail: cursos@sjsp.org.br

25 junho 2011

SUSTENTABILIDADE NO TRÂNSITO

Programa SOB NOVA DIREÇÃO:

Recebemos nesta sexta-feira, 24/06, o jornalista Reinaldo Canto, que há mais de 31 na profissão se especializou em sustentabilidade.
Acompanhe a entrevista que foi muito esclarecedora, falando sobre um tema especial: SUSTENTABILIDADE E O TRÂNSITO.
Reinaldo foi diretor de comunicação do Greenpeace, além de ser colaborador da www.envolverde.com.br, também é colunista da revista Carta Capital, com a coluna Cidadania & Sustentabilidade e mantem o blog www.cantodasustentabilidade.blogspot.com.

Link do programa: http://vimeo.com/25574812


Sob Nova Direção: Sustentabilidade e o trânsito
www.sobnovadirecao.com
Programa Sob Nova Direção, apresentado por Sérgio Albuquerque Jr, que acontece semanalmente na www.alltv.com.br, a primeira TV por internet do Brasil, no ar a mais de 8 anos. Todas as sextas-feiras, das 17 as 18h, ao vivo no site www.alltv.com.br.

15 junho 2011

Por que não sustentável e lucrativo?

por Reinaldo Canto*

Sempre perguntei a pessoas próximas, afinadas com o tema, se não seria possível falar na adoção de critérios de sustentabilidade com argumentos puramente comerciais. Significaria usar a linguagem do lucro, dos ganhos financeiros, com os quais todos – sejam eles comerciantes, produtores ou empresários – se entendem muito bem e, invariavelmente, buscam nos seus negócios.

Todos nós sabemos, ou deveríamos saber, que o desenvolvimento sustentável é o único caminho possível diante do vertiginoso e crescente esgotamento dos recursos do planeta. Nesse sentido, já não são poucas as empresas que adotaram critérios de sustentabilidade em suas atividades. Muitas representam, inclusive, fortes exemplos reconhecidos pelo mercado. Parte desse reconhecimento acaba por se registrar na valorização de suas ações em índices como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da Bovespa) e o Dow Jones Sustainability (da principal bolsa norte-americana), cujo desempenho das empresas ali presentes é superior ao das integrantes do pregão normal.

Ouvimos quase todos os dias que determinada empresa tem feito esforços para reduzir o seu consumo de água, energia e insumos. Outras investem no uso de energia limpa, trocam embalagens, aderem as práticas do comércio justo, apoiam o trabalho de comunidades, aplicam a logística reversa e o tratamento de resíduos, etc, etc, etc. São muitas e fundamentais iniciativas. Mas, normalmente quando vem a público, o comunicado dessas empresas, vem acompanhado de números que dão conta do enorme benefício que as medidas adotadas passaram a representar para a sociedade e para o meio ambiente e não para os negócios. Nas entrelinhas fica a mensagem de altruísmo empresarial desconectado de um benefício comercial direto.

Ora bolas, isso contraria até mesmo a lógica do mercado. A realidade nos mostra que empresários querem bons resultados para os seus negócios em primeiro lugar. Mas quando a questão é falar de ações para a sustentabilidade parece que a visão hegemônica parte do princípio que são coisas diferentes. Qual o problema de ser bom para todos, inclusive para a própria empresa?

Para o processo de disseminação do conceito de sustentabilidade, tal postura significa um grande obstáculo. Muitas organizações empresariais poderão raciocinar que, antes de partir para as “boas ações” sustentáveis, é preciso resolver outros problemas “mais importantes”.

Uma visão errada e distorcida da realidade. Sustentabilidade deve ser entendida como algo muito positivo e, principalmente, para o futuro da atividade empresarial.

Ao se alterar processos de produção e, por exemplo, conseguir uma relevante economia de água, o melhor seria dizer o seguinte: economizamos X de água, portanto, nossa conta todo mês será de menos Y e por aí vai. Graças à certificação ambiental tal, melhoramos nossos processos, ganhamos mercado e nosso faturamento aumentou tantos por cento. Uma conta matemática simples de compreender, fácil de transmitir para um pequeno, médio ou grande empresário e muito útil para a causa da sustentabilidade. Uma boa ação para o planeta, para as pessoas e também para os negócios. Por que não?

Daterra: exemplo de bom negócio em todos os quesitos

Na semana passada visitei a fazenda Daterra, em Patrocínio, Minas Gerais, a segunda maior produtora de café do Brasil e o que vi e ouvi foi exatamente a conjunção de fatores que faz brilhar os olhos de qualquer empresário: qualidade, sustentabilidade e lucratividade.

“Se não for sustentável no lucro, consequentemente não será sustentável também para o planeta e o meio ambiente. A palavra sustentável prevê o conceito do tripple bottom line, os três lucros que são o ambiental, o social e o econômico. Portanto, nada que não dê lucro é sustentável”. Palavras do proprietário da fazenda, Luis Norberto Paschoal.

Ele ainda vai mais além na análise tendo como base a sua atividade, “O plantio do café demora sete ou oito anos para dar lucro. Nas empresas não é igual? Não é possível implantar a sustentabilidade e ganhar imediatamente. Mas depois de um período de investimento, os resultados aparecem”.

Em resumo, hoje, ser sustentável é sim um fator de lucro para a Daterra! E, ao conjugar lucratividade e sustentabilidade, Paschoal serve de exemplo para qualquer empresário. Em 2003, a Daterra foi a primeira fazenda de café a receber o certificado da Rainforest Alliance, que observa uma série de rigorosos critérios sociais e ambientais, mas sem descuidar da viabilidade do negócio. Mais tarde, outras certificações vieram e com elas novos clientes fiéis, exigentes e dispostos a pagar um pouco mais. Hoje o café Daterra é um produto com grande valor agregado, vendas consolidadas para o exterior e um futuro cada vez mais promissor.

Das resistências iniciais a exemplo de competência, os proprietários vizinhos da Daterra começaram a reconhecer os resultados do concorrente, muito superiores aos deles, e também passaram a se adequar à nova realidade e buscar certificações que lhes trouxessem ganhos associados ao aumento da qualidade e uma produção mais sustentável.

Mauricio Voivodic, secretário-executivo do Imaflora, o parceiro brasileiro da Rainforest Alliance na certificação da Daterra, explica que o fenômeno não se restringe aos produtores de café de Minas Gerais. “As empresas que estão investindo em sustentabilidade são as que estão tendo ganhos de produtividade, de qualidade e aumentando sua parcela no mercado. Porque sustentabilidade trata também de relacionamentos mais duradouros, numa boa relação com seus fornecedores, clientes e trabalhadores. Tudo isso acaba por resultar em benefício econômico. É fundamental enxergar isso, principalmente nas séries históricas de longo prazo.”

As mudanças no campo e o Código Florestal

Mudar nem sempre é muito fácil e requer avaliar as questões culturais e comportamentais. Exemplos de negócios sustentáveis e lucrativos causam um efeito fantástico nos mercados em que estão inseridos. Mas não podemos também deixar de constatar que parte dessas mudanças virão, mais dia menos dia, por um outro caminho que não requer muita discussão ou debate: a sobrevivência.

Para a presidente da Rainforest Alliance, Tensie Whelan, é preciso levar em conta os fortes sinais de mudanças que vêm do campo. “Nos últimos três a cinco anos, os agricultores tiveram muitos problemas com os recursos naturais. Falta de água, esgotamento do solo e aumento da contaminação e perceberam que é preciso investir em sustentabilidade para garantir a própria sobrevivência ”, afirma Whelan.

Sinais tão claros e óbvios que deveriam repercutir mais facilmente nas discussões do Código Florestal. Para Luis Paschoal, o proprietário da fazenda Daterra, caso o novo projeto do Código Florestal seja aprovado, “será um desastre para o Brasil”. Ele explica, “não sou xiita, mas conversei com pessoas do setor. Nós aqui no Daterra, somos três vezes mais duros do que o Código atual. Essa votação absolutamente ignorante,vai comprometer o futuro do Brasil”.

A convicção de Paschoal em relação ao Código ainda não ecoa com a mesma força que o exemplo de desenvolvimento sustentável da Daterra. Francisco Sergio de Assis, presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e vizinho da Daterra, apoia com entusiasmo o projeto do Código Florestal aprovado até aqui pela Câmara dos Deputados.

Razões à parte, o caminho para o desenvolvimento sustentável, ainda está repleto de obstáculos e espinhos. Os argumentos, além dos problemas ambientais cada vez mais graves e persistentes, ainda não parecem ser suficientes para fazer com que as obviedades sejam enxergadas como tal. Até lá, resta-nos permanecer firmes no debate e mostrar aos empresários que ser sustentável, antes de ser bondade é questão de inteligência. Porque quando a sobrevivência restar como principal enfoque, muitas coisas boas já estarão irremediavelmente perdidas.

* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital e colaborador da Envolverde.

Artigo publicado originalmente na coluna do autor, Cidadania & Sustentabilidade, no site da revista Carta Capital. http://www.cartacapital.com.br/sociedade/por-que-nao-sustentavel-e-lucrativo

Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto

(Carta Capital/Envolverde)

06 junho 2011

Palestra no Sindicato debate inserção de pautas sustentáveis no jornalismo






A Comissão Permanente e Aberta de Jornalistas em Assessoria de Comunicação (CPAJAC) do Sindicato realizou na última segunda-feira, dia 30 de maio, no auditório Vladimir Herzog, a palestra “As novas pautas da sustentabilidade”. A atividade direcionada aos profissionais de comunicação e estudantes foi ministrada pelo jornalista especializado na área, diretor-executivo do Instituto dos Mananciais e colunista da Carta Capital, Reinaldo Canto, que falou da necessidade de inserção de pautas que abordem o tema da sustentabilidade nas redações.
A mesa foi coordenada por Sylvio Micelli, da Comissão de Assessoria de Comunicação e contou com a presença do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto). Também estavam presentes no evento a diretora de Sindicalização, Márcia Quintanilha e Denise Fon, da Comissão de Ética do SJSP - ambas da CPAJAC.
O presidente do Sindicato abriu o encontro relembrando o valor histórico da Comissão de Assessoria. Ele falou sobre a luta pela consolidação da função de assessoria de imprensa enquanto atividade jornalística, realizada há mais de 20 anos atrás. “Nesta época, o debate sobre o tema era intenso e não foi uma discussão fácil. Hoje somos referência internacional para países que ainda não conseguiram avançar nesse ponto. Não é a toa que temos uma brasileira na secretaria da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), que é a Beth Costa, ex-presidente da Fenaj e do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro".
Guto também ressaltou as condições mercadológicas atuais da assessoria, que em sua avaliação, têm crescido muito nos últimos tempos. “O 23º Encontro Estadual de Jornalistas em Assessoria de Comunicação (EJAC), que ocorrerá de 26 a 28 de agosto, discutirá a assessoria de imprensa no cenário de crescimento econômico, informou.”
Já o palestrante, Reinaldo Canto, apresentou um conjunto de slides sobre a realidade jornalística nos dias atuais e as suas possibilidades de mudança. Para o especialista, o principal é fazer com que a sustentalidade faça parte da pauta diária das redações. “Para que isso aconteça é preciso pensar em editorias transversais que perpasse a questão em todas as editoriais, não só na de meio ambiente”.
O jornalista também esclareceu que o tema trata de qualidade de vida e, é importante que ela não pode seja rotulada ou ideologizada. “Desenvolvimento sem sustentabilidade não é desenvolvimento. A pergunta é: Qual o papel do jornalismo na criação de um futuro sustentável em tempos de Aquecimento Global, Mudanças Climáticas e Crise Econômica? O fundamental é a análise mais abrangente somada a aspectos econômicos, ambientais e sociais”, salientou.
Dados da pesquisa Ethos/ Akatu, apresentados por Reinaldo, apontam que 84% da população não sabe o que é sustentabilidade. Mesmo assim, na prática, existem ações positivas como evitar desperdício de água fechando torneiras, apagar luzes, separar o lixo e reciclagem. Para finalizar ele apresentou ações estratégicas do Greenpeace e do Instituto Akatu, (organizações onde já trabalhou) de assessoria de imprensa para comunicar suas ações.

(Fotos André Freire)