HDI promove 4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011
( São Paulo, São Paulo, Brasil - Comunique-se - ) Considerado o principal evento da América Latina no segmento, evento do HDI no Brasil apresentará uma grade de palestras com conteúdos sobre as melhores práticas e tendência do setor através de cases, novas tecnologias e palestras. Expectativas é receber mais de 700 pessoas, entre congressistas e visitantes
Propagar as melhores práticas globais para os processos de Service Desk, Help Desk e Suporte a fim de transformar, modificar, reposicionar e alinhar este setor no Brasil de acordo as tendências internacionais é a proposta do HDI (Help Desk Intitute), maior associação mundial de profissionais do mercado de Suporte e Serviços de TI, ao promover a 4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011. O encontro acontece em São Paulo nos dias 26 e 27 de maio.
Considerado o único evento do país focado exclusivamente para o setor, este ano o HDI traz uma discussão baseada nos atuais cenários de mercado: como lidar com a Geração Y, que hoje representa grande parte dos profissionais atuantes no mercado de suporte, assim como a invasão das Redes Sociais, que alavanca um novo movimento no mercado em geral e, consequentemente, vai impactar no trabalho da TI (Tecnologia da Informação) e nas questões de segurança.
Para abordar os temas citados acima e seguindo a tradição de trazer especialistas internacionais para palestrar no evento, a Conferência HDI 2011 contará com a presença de um dos maiores especialistas do mundo em uso das mídias sociais para suporte a cliente e um dos principais experts em Gestão de Serviços de TI, Chris Dancy e Rick Joslin, respectivamente. “Nosso objetivo é prover aos participantes e profissionais do evento o conhecimentos às melhores tendências praticadas no mercado internacional”, avalia Luiz Couto, CEO do HDI Brasil.
Dancy, que é fundador do ServiceSphere™, organização dedicada a auxiliar operações de TI a adotar com sucesso ferramentas e práticas de ITSM (Information Technology Service Management), dará início ao evento, abordando como o uso das mídias sociais para o Gerenciamento de Serviços de TI pode alavancar na eficiência de uma operação ou negócio.
Já o diretor executivo de cursos e certificações do HDI dos EUA, Rick Joslin, que marca a sua presença na abertura do dia 27, versa sobre os impactos da mobilidade e da virtualização no service desk. O executivo acredita que, apesar das novas tecnologias serem consideradas um braço importante na cadeia de suporte, ainda não há um amparo dessas ofertas em relação às melhores práticas.
Além dos Keynote Speakers internacionais, também está programada a apresentação de dois palestrantes brasileiros para este encontro. A coaching e especialista em Medicina Comportamental, Leila Navarro, encerra o ciclo de apresentações do dia 26 com uma palestra sobre motivação. Com foco no perfil comportamental da Geração Y e nas rotinas de um departamento de Help Desk, Leila abordará temas como o desenvolvimento de habilidades extraordinárias em pessoas comuns e a superação do paternalismo nas organizações, entre outros.
O fechamento do evento fica a cargo de Sergio Almeida, um dos maiores especialistas em atendimento a cliente do país, com 11 livros publicados sobre o tema. Partindo do pressuposto de que o cliente é o melhor vendedor do mundo, já que o atendimento baseado na assertividade garante o seu retorno com outros clientes, Almeida ensina técnicas para conquistar a excelência no atendimento ao cliente, cabendo a todos da empresa, sem exceção, colocar em prática essa metodologia.
A grade de programação terá, além dos palestrantes brasileiros e dos keynotes norte-americanos, workshops práticos e paineis de debate com profissionais do setor e membros do Strategic Advisory Board - conselho estratégico do HDI Brasil. Ao todo, serão 27 palestras, dois workshops e quatro paineis de discussão. E, para gerar a troca de informações e o networking entre os presentes, o HDI Brasil promoverá um happy hour ao fim do primeiro dia de evento.
“A realização deste evento sempre esteve focada no conteúdo, por isso trazemos especialistas internacionais e profissionais do Brasil reconhecidos no mercado de suporte e serviços de TI. Contrariando a maioria das conferências desse perfil que acontecem no Brasil, não temos palestras com propagandas de empresas ou produtos. Fazemos questão de que o conteúdo trazido seja de conhecimento e de experiências para os congressistas”, explica Nino Albano, diretor de conteúdo do HDI Brasil.
A expectativa é que mais de 700 pessoas passem pelo evento. Além das palestras, a Conferência e Expo 2011 contará com XX expositores de serviços e produtos relacionados ao mercado de suporte e serviços de TI, que estarão reunidos no Expo Hall, que traz as últimas novidades do mercado em termos de tecnologia e serviços.
Além disso, o encontro anual do HDI promoverá sua tradicional premiação, que é reconhecida como o principal do mercado brasileiro de suporte, e que premia os profissionais e as equipes que mais contribuíram para melhorar a imagem do centro de suporte em suas empresas. O prêmio abrange quatro categorias: Melhor Analista de Suporte, Melhor Equipe Interna de Suporte, Melhor Equipe Externa de Suporte e o lançamento de 2011, Melhor Gerente de Suporte do Brasil.
As inscrições, que ficarão abertas até XX/XX, tem preços cumulativos, ou seja, quanto maior o número de participantes de uma mesma empresa, maiores serão os descontos. O valor individual é de RS 1.280,00. Para empresas filiadas ao HDI Brasil, há desconto adicional de 5%.
4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011
Datas: 26 e 27 de maio de 2011
Horário: 7h às 18h30min
Local: Centro Fecomercio de Eventos
Endereço: Rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista
Informações pelo telefone (11) 3054 2005 ou e-mail falecom@hdibrasil.com.br
Inscrições através do site www.hdibrasil.com.br/2011
Reinaldo Canto :: AGÊNCIA ENVOLVERDE
A contribuição da área de TI para o desenvolvimento sustentável
O objetivo central da palestra é o de apresentar noções de sustentabilidade/desenvolvimento sustentável/consumo consciente e como fazer com que o trabalho da empresa trilhe sem traumas o caminho para o desenvolvimento sustentável. A palestra também aborda questões ligadas ao dia-a-dia das pessoas e como elas podem agir de maneira mais consciente na empresa, em casa e no convívio social.
Palestrante:
Jornalista especializado em sustentabilidade; é colunista do site da revista Carta Capital; editor de relatórios de sustentabilidade, consultor e palestrante. Trabalhou nas principais emissoras de rádio e televisão do país (Globo, Band e Record, entre outras); foi assessor de imprensa de grandes empresas; ex-diretor de comunicação do Greenpeace; ex-coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e ex-assessor de imprensa do Instituto Ethos de Responsabilidade Social.
Data da Palestra de Reinaldo Canto: 27/05 - 14:45hs
29 abril 2011
18 abril 2011
Nem direita, nem esquerda, muito pelo contrário!*
Rotular e engessar o conceito da sustentabilidade é um desserviço à busca pelo desenvolvimento sustentável
Por Reinaldo Canto**
Não tem sido incomum, ao participar de encontros, debates e palestras, ao escrever artigos e até mesmo em conversas informais, ser questionado sobre este ou aquele posicionamento em prol da sustentabilidade com a visão tradicional da política construída ao longo dos últimos dois séculos. Dependendo do ponto de vista do observador, a sustentabilidade tem sido tachada de direitista e reacionária ou de esquedista e socializante.
Vale lembrar qual a definição para sustentabilidade consagrada no relatório Bruntland, intitulado Nosso Futuro Comum de 1987, “a capacidade das gerações atuais suprirem as suas necessidades, sem comprometer a capacidade das futuras gerações fazerem o mesmo”. Ela é até bastante simples na sua concepção, mas também muito complexa na sua aplicação.Ter a noção de que precisamos pensar no futuro da humanidade é algo, tão óbvio e ululante como afirmaria o dramaturgo Nelson Rodrigues, que sua compreensão não escapa ao raciocínio de crianças em tenra idade.
Mas o que é ainda mais facilmente observável é a total miopia que impera quando se discutem ações efetivas para colocar tal conceito em prática. Os obstáculos vão da prevalência dos interesses individuais sobre os coletivos quando nos referimos a postura das pessoas e das empresas, até chegarmos à priorização nefasta de governos e nações dos interesses regionais e nacionais sobre os problemas do planeta que afetam a todos indistintamente. Resumindo: é o famoso cada um no seu quadrado!
Ai se argumentamos contrariamente a tais posturas, apelando para a redução do consumismo e da exploração irracional dos recursos naturais; por medidas de combate ao desmatamento e ao aquecimento global, entre algumas das principais bandeiras do movimento ambiental, surgem os rótulos usados indistintamente pelos ideólogos da direita e da esquerda.
Para o mesmo tema, só para ficar num exemplo, o do consumismo, a direita afirma ser uma reação socialista e anticapitalista. Já para a esquerda constitui-se em típica ação elitista contra os direitos do povo de consumir e conquistar empregos. Como se o consumo excessivo e insano pudesse ser visto com bons olhos no longo prazo. As trocas alucinadas de carro, celulares e televisores, a compra de objetos e quinquilharias pouco ou nada úteis, com enormes desperdícios de materiais e matérias-primas que, com certeza deverão fazer falta em breve, são vistos como positivos por muita gente.
Visão global
Sustentabilidade não deve e não pode estar a serviço de quaisquer das visões hegemônicas da política e da economia do Século XX. Crescimento dissociado do desenvolvimento sustentável é um perigo e um retrocesso. Priorizar o atendimento das necessidades de uma cidade, de um país ou de uma região, desvinculado de uma visão global, é um mergulho no escuro com consequências desconhecidas e certamente trágicas para todos os habitantes do planeta.
Código Florestal
Um dos casos mais interessantes e emblemáticos dessa polarização e demonização é o do atual debate sobre o Código Florestal, o polêmico projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB – SP). A aprovação das alterações no Código é defendida igualmente pelo Partido Comunista do Brasil e por setores majoritários do agronegócio nacional.
Do lado oposto, os ambientalistas também consideram a necessidade de atualização do código, vigente desde 1965, mas não aceitam diversos artigos do projeto, pois avaliam que será um estímulo ao desmatamento, ao aumento da ocupação e contaminação dos rios, além de garantir a anistia daqueles que burlaram a lei e cometeram crimes ambientais.
Quem acompanha as calorosas discussões já deve ter notado a farta e raivosa classificação com que ambos os lados rotulam os adversários. Claro, que como alguém que defende a causa da sustentabilidade, não concordo com diversos itens da nova proposta do deputado Rebelo, mas considero um desserviço colocarmos um lado como representante do bem e outro do mal. Quando essa polaridade surge em qualquer tipo de debate, político, social, econômico, futebolístico ou que mais for, o diálogo já está sepultado.
Afinal, não existe diálogo se do outro lado está um inimigo que só deseja o mal e a destruição. Ponto final!
Se taxarmos o projeto do deputado Rebelo de apenas estar a serviço do agronegócio, do latifúndio e dos destruidores das florestas e da biodiversidade de nosso país, estaremos apenas enxergando o demônio.
Por outro lado, como ocorreu recentemente comigo, ser acusado por integrantes do PCdoB de representar os interesses de multinacionais e governos estrangeiros que não querem o desenvolvimento do Brasil, aí teremos o surgimento de outro capeta.
Felizmente, nesse caso específico, do Código Florestal, ambos os demônios estão sentando para conversar. As bancadas, ruralista e ambientalista, estão negociando um acordo no Congresso Nacional sob a mediação dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura para que se chegue a um denominador comum e que o bom senso prevaleça.
O importante nesse caso e nos muitos outros com os quais iremos nos defrontar num futuro imediato é, como Walter Franco disse em música nos anos 80, “manter a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo”. E, acrescentando: não nos esqueçamos de ter um olhar no horizonte e no futuro dos nossos filhos! FORA SATANÁS!!!
*Quero deixar claro que o título deste artigo não está plagiando a declaração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab quando definiu o seu novo partido PSD. A ideia central é bem distinta!
**Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade:
http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/nem-direita-nem-esquerda-muito-pelo-contrario
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
(Envolverde/Carta Capital)
Por Reinaldo Canto**
Não tem sido incomum, ao participar de encontros, debates e palestras, ao escrever artigos e até mesmo em conversas informais, ser questionado sobre este ou aquele posicionamento em prol da sustentabilidade com a visão tradicional da política construída ao longo dos últimos dois séculos. Dependendo do ponto de vista do observador, a sustentabilidade tem sido tachada de direitista e reacionária ou de esquedista e socializante.
Vale lembrar qual a definição para sustentabilidade consagrada no relatório Bruntland, intitulado Nosso Futuro Comum de 1987, “a capacidade das gerações atuais suprirem as suas necessidades, sem comprometer a capacidade das futuras gerações fazerem o mesmo”. Ela é até bastante simples na sua concepção, mas também muito complexa na sua aplicação.Ter a noção de que precisamos pensar no futuro da humanidade é algo, tão óbvio e ululante como afirmaria o dramaturgo Nelson Rodrigues, que sua compreensão não escapa ao raciocínio de crianças em tenra idade.
Mas o que é ainda mais facilmente observável é a total miopia que impera quando se discutem ações efetivas para colocar tal conceito em prática. Os obstáculos vão da prevalência dos interesses individuais sobre os coletivos quando nos referimos a postura das pessoas e das empresas, até chegarmos à priorização nefasta de governos e nações dos interesses regionais e nacionais sobre os problemas do planeta que afetam a todos indistintamente. Resumindo: é o famoso cada um no seu quadrado!
Ai se argumentamos contrariamente a tais posturas, apelando para a redução do consumismo e da exploração irracional dos recursos naturais; por medidas de combate ao desmatamento e ao aquecimento global, entre algumas das principais bandeiras do movimento ambiental, surgem os rótulos usados indistintamente pelos ideólogos da direita e da esquerda.
Para o mesmo tema, só para ficar num exemplo, o do consumismo, a direita afirma ser uma reação socialista e anticapitalista. Já para a esquerda constitui-se em típica ação elitista contra os direitos do povo de consumir e conquistar empregos. Como se o consumo excessivo e insano pudesse ser visto com bons olhos no longo prazo. As trocas alucinadas de carro, celulares e televisores, a compra de objetos e quinquilharias pouco ou nada úteis, com enormes desperdícios de materiais e matérias-primas que, com certeza deverão fazer falta em breve, são vistos como positivos por muita gente.
Visão global
Sustentabilidade não deve e não pode estar a serviço de quaisquer das visões hegemônicas da política e da economia do Século XX. Crescimento dissociado do desenvolvimento sustentável é um perigo e um retrocesso. Priorizar o atendimento das necessidades de uma cidade, de um país ou de uma região, desvinculado de uma visão global, é um mergulho no escuro com consequências desconhecidas e certamente trágicas para todos os habitantes do planeta.
Código Florestal
Um dos casos mais interessantes e emblemáticos dessa polarização e demonização é o do atual debate sobre o Código Florestal, o polêmico projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB – SP). A aprovação das alterações no Código é defendida igualmente pelo Partido Comunista do Brasil e por setores majoritários do agronegócio nacional.
Do lado oposto, os ambientalistas também consideram a necessidade de atualização do código, vigente desde 1965, mas não aceitam diversos artigos do projeto, pois avaliam que será um estímulo ao desmatamento, ao aumento da ocupação e contaminação dos rios, além de garantir a anistia daqueles que burlaram a lei e cometeram crimes ambientais.
Quem acompanha as calorosas discussões já deve ter notado a farta e raivosa classificação com que ambos os lados rotulam os adversários. Claro, que como alguém que defende a causa da sustentabilidade, não concordo com diversos itens da nova proposta do deputado Rebelo, mas considero um desserviço colocarmos um lado como representante do bem e outro do mal. Quando essa polaridade surge em qualquer tipo de debate, político, social, econômico, futebolístico ou que mais for, o diálogo já está sepultado.
Afinal, não existe diálogo se do outro lado está um inimigo que só deseja o mal e a destruição. Ponto final!
Se taxarmos o projeto do deputado Rebelo de apenas estar a serviço do agronegócio, do latifúndio e dos destruidores das florestas e da biodiversidade de nosso país, estaremos apenas enxergando o demônio.
Por outro lado, como ocorreu recentemente comigo, ser acusado por integrantes do PCdoB de representar os interesses de multinacionais e governos estrangeiros que não querem o desenvolvimento do Brasil, aí teremos o surgimento de outro capeta.
Felizmente, nesse caso específico, do Código Florestal, ambos os demônios estão sentando para conversar. As bancadas, ruralista e ambientalista, estão negociando um acordo no Congresso Nacional sob a mediação dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura para que se chegue a um denominador comum e que o bom senso prevaleça.
O importante nesse caso e nos muitos outros com os quais iremos nos defrontar num futuro imediato é, como Walter Franco disse em música nos anos 80, “manter a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo”. E, acrescentando: não nos esqueçamos de ter um olhar no horizonte e no futuro dos nossos filhos! FORA SATANÁS!!!
*Quero deixar claro que o título deste artigo não está plagiando a declaração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab quando definiu o seu novo partido PSD. A ideia central é bem distinta!
**Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade:
http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/nem-direita-nem-esquerda-muito-pelo-contrario
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
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(Envolverde/Carta Capital)
05 abril 2011
Publicidade infantil e os limites da liberdade de expressão comercial
Uma criança deve ser vista como consumidora?
Por Reinaldo Canto*
Pais e mães sabem que criar filhos é um desafio e tanto. Ainda mais no final da primeira década do século XXI existem alguns detalhes específicos cujos pais de antigamente, com certeza, não se defrontaram. Claro que os mais velhos vão dizer que esses desafios simplesmente se modificam e não podem ser feitas afirmações de que tal época foi mais difícil ou mais fácil do que outra.
Posso até concordar que a intensidade vai de cada endereço e de cada calo que se sentirá apertado, mas quando se refere aos apelos do consumo, plagiando o nosso ex-presidente Lula, “nunca antes neste país”, eles foram tão grandes.
Pense numa criança pequena sendo bombardeada por produtos na televisão, no DVD, no computador, no cinema, no supermercado, na casa do vizinho, na escola e sacrilégio maior, até na farmácia da esquina. Todos eles expondo de maneira até desavergonhada, os personagens que apenas deveriam entreter e melhor ainda educar nossas crianças. Mas não, eles vendem de tudo! Desde salgadinhos pouco nutritivos, fast foods, pastas de dente e um sem número de bugigangas e quinquilharias de qualidade bastante duvidosa.
Trabalho Árduo
Entidades de defesa da criança e do adolescente como o Instituto ALANA já promoveram discussões e pesquisas sobre a urgente necessidade de se reduzir a exposição de crianças à publicidade. Trabalhos divulgados pelo Instituto, entre eles, os livros O que fazer para proteger nossas crianças do consumismo e Por que a publicidade faz mal para as crianças buscam orientar pais, familiares, educadores e interessados no tema, sobre o problema do consumismo infantil. Veja: www.criancaeconsumo.org.br
Segundo a ALANA, “algumas empresas ainda não atentaram para o fato de que responsabilidade social envolve respeito à infância e continuam trabalhando na velha lógica do lucro”.
Reação e Oposição
Associações ligadas aos fabricantes de alimentos também têm se pronunciado e tomado algumas medidas para atender aos apelos de parte da sociedade que trabalha pela defesa da infância. São os casos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) em conjunto com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) que já chegaram a estabelecer um compromisso para reduzir a exposição do público infanto-juvenil aos anúncios. As duas entidades receberam o apoio de 24 empresas com forte presença no mercado de produtos dirigidos às crianças, entre elas, Nestlé, Sadia , Danone e Unilever. A ideia central é que a publicidade, seja dirigida aos pais e não mais às crianças.
Na verdade, o que a associação representante do setor de alimentos está fazendo, é convencer as empresas associadas a seguir o exemplo do que já vem sendo aplicado, com total normalidade, em países da União Européia e pelos EUA.
Essas ações de autoregulamentação representam uma reação do mercado aos mais de 180 projetos de lei que coíbem e restringem a propaganda que tramitam no Congresso Nacional, parte desses projetos dirigidos à publicidade infantil.
No final do ano passado participei de evento promovido pela Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e tive a oportunidade de conhecer o Instituto Palavra Aberta , cujo mote principal de sua atuação é a defesa intransigente da liberdade de expressão comercial.
Essa entidade considera o caminho da autoregulamentação como o único possível para se evitar prejuízos à economia. Após defenderem a publicidade infantil, perguntei se a organização defendia os direitos de consumidora da minha filha de quase 4 anos de idade. A presidente-executiva do instituto, Patrícia Blanco, disse que sim e completou, “cabe aos pais e não ao governo dizer o que os filhos devem assistir ou consumir”.
Vejo diariamente minha filha ser submetida aos apelos publicitários, nem sempre honestos e positivos. Essa exposição obriga a nós pais a ter de administrar, além dos inúmeros desafios que estão inseridos no contexto da educação de uma criança, uma infinidade de desejos por brinquedos, produtos alimentícios, etc. Posso afirmar que essa não é uma luta nada agradável!
Creio que é preciso, obviamente, um enorme cuidado com a regulamentação excessiva e com atos que possam ser classificados como censura. Concordo também com as diversas entidades ligadas a veículos de comunicação que não se deve tutelar a sociedade e tratar as pessoas de maneira “infantilizada”. Por outro lado, sou absolutamente contrário a ideia do “deus mercado” como protagonista.
Todos os setores têm o direito e o dever de se pronunciar, debater e expor livremente suas posições. A livre iniciativa, a sociedade civil organizada, as autoridades públicas devem ter seus espaços de discussão preservados e amplamente divulgados. Agora, nessa mesma linha o direito à informação, inclusive sobre os efeitos nocivos de qualquer produto, precisa estar disponível ao consumidor.
Em relação à criança, ela é antes de mais nada, um ser em formação que precisa receber toda atenção e cuidados, dos pais, dos educadores, da sociedade e das autoridades públicas. O que menos interessa nessa sua fase delicada de desenvolvimento, é ser tratada como um mero comprador de produtos.
Nesse momento em que se procuram caminhos para se chegar ao almejado desenvolvimento sustentável, não me parece alvissareiro estimular uma nova geração consumista e oca de valores fundamentais. Consumo consciente já para as atuais e as futuras gerações!!
DA SÉRIE:
A Insustentável Estupidez Humana – Capítulo 1:
Recentemente foi desativada e destruída a Ciclovia da Estrada da Colônia que servia de ligação entre os bairros Vargem Grande e Colônia, com o centro de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo. Com 1,8 quilômetros de extensão, a ciclovia estava em funcionamento desde 2006 e fazia parte do cotidiano de um grande número de moradores da região.
E qual foi a razão para o seu fechamento? Segurança! O Ministério Público Estadual determinou à Prefeitura da capital, que a ciclovia fosse interditada até que fossem feitas adequações para melhorar a segurança dos ciclistas. A Prefeitura entendeu que deveria destruir suas pistas e assim foi feito.
O MPE nega que pediu a destruição da ciclovia, já a autoridade municipal diz que sim. O fato é que São Paulo contabiliza quase 2 quilômetros a menos de ciclovias e os ciclistas de Parelheiros e adjacências correm um enorme risco de acidentes, pois terão agora que disputar espaço com os carros para percorrer o mesmo trajeto. Difícil não se indignar!!
A Insustentável Estupidez Humana- Capítulo 2:
Quero mandar um abraço para as duas motoristas que no último domingo, foram capazes de avançar com seus carros, quando atravessava na faixa de pedestres com minha filha de quatro anos no colo, na Rua Bela Cintra, região dos Jardins, em São Paulo. A primeira me fez parar para não ser atropelado, já a segunda passou por trás e dirigiu alguns impropérios não totalmente assimilados dada a alta velocidade do veículo.
Como já fiz menção em artigo anterior, muito provavelmente essas mulheres motoristas, dentro da lógica da selva e da indigência mental, tiveram o único objetivo de me ensinar que atravessar a faixa de pedestres só deve ocorrer quando nenhum carro estiver se aproximando.
Pelo menos podemos ficar satisfeitos pelo fato de que algumas mulheres não poderem mais ser chamadas de sexo frágil. Muito pelo contrário, suas atitudes raivosas e intolerantes invejariam a muitos trogloditas do sexo masculino. Parabéns sexo forte!
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/publicidade-infantil-e-os-limites-da-liberdade-de-expressao-comercial
Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com
Linkedin: Reinaldo Canto
Facebook: Reinaldo Canto
MSN: rreicanto@hotmail.com
Skype: reinaldo.canto
Twitter: @ReinaldoCanto
(Envolverde/Carta Capital)
Por Reinaldo Canto*
Pais e mães sabem que criar filhos é um desafio e tanto. Ainda mais no final da primeira década do século XXI existem alguns detalhes específicos cujos pais de antigamente, com certeza, não se defrontaram. Claro que os mais velhos vão dizer que esses desafios simplesmente se modificam e não podem ser feitas afirmações de que tal época foi mais difícil ou mais fácil do que outra.
Posso até concordar que a intensidade vai de cada endereço e de cada calo que se sentirá apertado, mas quando se refere aos apelos do consumo, plagiando o nosso ex-presidente Lula, “nunca antes neste país”, eles foram tão grandes.
Pense numa criança pequena sendo bombardeada por produtos na televisão, no DVD, no computador, no cinema, no supermercado, na casa do vizinho, na escola e sacrilégio maior, até na farmácia da esquina. Todos eles expondo de maneira até desavergonhada, os personagens que apenas deveriam entreter e melhor ainda educar nossas crianças. Mas não, eles vendem de tudo! Desde salgadinhos pouco nutritivos, fast foods, pastas de dente e um sem número de bugigangas e quinquilharias de qualidade bastante duvidosa.
Trabalho Árduo
Entidades de defesa da criança e do adolescente como o Instituto ALANA já promoveram discussões e pesquisas sobre a urgente necessidade de se reduzir a exposição de crianças à publicidade. Trabalhos divulgados pelo Instituto, entre eles, os livros O que fazer para proteger nossas crianças do consumismo e Por que a publicidade faz mal para as crianças buscam orientar pais, familiares, educadores e interessados no tema, sobre o problema do consumismo infantil. Veja: www.criancaeconsumo.org.br
Segundo a ALANA, “algumas empresas ainda não atentaram para o fato de que responsabilidade social envolve respeito à infância e continuam trabalhando na velha lógica do lucro”.
Reação e Oposição
Associações ligadas aos fabricantes de alimentos também têm se pronunciado e tomado algumas medidas para atender aos apelos de parte da sociedade que trabalha pela defesa da infância. São os casos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) em conjunto com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) que já chegaram a estabelecer um compromisso para reduzir a exposição do público infanto-juvenil aos anúncios. As duas entidades receberam o apoio de 24 empresas com forte presença no mercado de produtos dirigidos às crianças, entre elas, Nestlé, Sadia , Danone e Unilever. A ideia central é que a publicidade, seja dirigida aos pais e não mais às crianças.
Na verdade, o que a associação representante do setor de alimentos está fazendo, é convencer as empresas associadas a seguir o exemplo do que já vem sendo aplicado, com total normalidade, em países da União Européia e pelos EUA.
Essas ações de autoregulamentação representam uma reação do mercado aos mais de 180 projetos de lei que coíbem e restringem a propaganda que tramitam no Congresso Nacional, parte desses projetos dirigidos à publicidade infantil.
No final do ano passado participei de evento promovido pela Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e tive a oportunidade de conhecer o Instituto Palavra Aberta , cujo mote principal de sua atuação é a defesa intransigente da liberdade de expressão comercial.
Essa entidade considera o caminho da autoregulamentação como o único possível para se evitar prejuízos à economia. Após defenderem a publicidade infantil, perguntei se a organização defendia os direitos de consumidora da minha filha de quase 4 anos de idade. A presidente-executiva do instituto, Patrícia Blanco, disse que sim e completou, “cabe aos pais e não ao governo dizer o que os filhos devem assistir ou consumir”.
Vejo diariamente minha filha ser submetida aos apelos publicitários, nem sempre honestos e positivos. Essa exposição obriga a nós pais a ter de administrar, além dos inúmeros desafios que estão inseridos no contexto da educação de uma criança, uma infinidade de desejos por brinquedos, produtos alimentícios, etc. Posso afirmar que essa não é uma luta nada agradável!
Creio que é preciso, obviamente, um enorme cuidado com a regulamentação excessiva e com atos que possam ser classificados como censura. Concordo também com as diversas entidades ligadas a veículos de comunicação que não se deve tutelar a sociedade e tratar as pessoas de maneira “infantilizada”. Por outro lado, sou absolutamente contrário a ideia do “deus mercado” como protagonista.
Todos os setores têm o direito e o dever de se pronunciar, debater e expor livremente suas posições. A livre iniciativa, a sociedade civil organizada, as autoridades públicas devem ter seus espaços de discussão preservados e amplamente divulgados. Agora, nessa mesma linha o direito à informação, inclusive sobre os efeitos nocivos de qualquer produto, precisa estar disponível ao consumidor.
Em relação à criança, ela é antes de mais nada, um ser em formação que precisa receber toda atenção e cuidados, dos pais, dos educadores, da sociedade e das autoridades públicas. O que menos interessa nessa sua fase delicada de desenvolvimento, é ser tratada como um mero comprador de produtos.
Nesse momento em que se procuram caminhos para se chegar ao almejado desenvolvimento sustentável, não me parece alvissareiro estimular uma nova geração consumista e oca de valores fundamentais. Consumo consciente já para as atuais e as futuras gerações!!
DA SÉRIE:
A Insustentável Estupidez Humana – Capítulo 1:
Recentemente foi desativada e destruída a Ciclovia da Estrada da Colônia que servia de ligação entre os bairros Vargem Grande e Colônia, com o centro de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo. Com 1,8 quilômetros de extensão, a ciclovia estava em funcionamento desde 2006 e fazia parte do cotidiano de um grande número de moradores da região.
E qual foi a razão para o seu fechamento? Segurança! O Ministério Público Estadual determinou à Prefeitura da capital, que a ciclovia fosse interditada até que fossem feitas adequações para melhorar a segurança dos ciclistas. A Prefeitura entendeu que deveria destruir suas pistas e assim foi feito.
O MPE nega que pediu a destruição da ciclovia, já a autoridade municipal diz que sim. O fato é que São Paulo contabiliza quase 2 quilômetros a menos de ciclovias e os ciclistas de Parelheiros e adjacências correm um enorme risco de acidentes, pois terão agora que disputar espaço com os carros para percorrer o mesmo trajeto. Difícil não se indignar!!
A Insustentável Estupidez Humana- Capítulo 2:
Quero mandar um abraço para as duas motoristas que no último domingo, foram capazes de avançar com seus carros, quando atravessava na faixa de pedestres com minha filha de quatro anos no colo, na Rua Bela Cintra, região dos Jardins, em São Paulo. A primeira me fez parar para não ser atropelado, já a segunda passou por trás e dirigiu alguns impropérios não totalmente assimilados dada a alta velocidade do veículo.
Como já fiz menção em artigo anterior, muito provavelmente essas mulheres motoristas, dentro da lógica da selva e da indigência mental, tiveram o único objetivo de me ensinar que atravessar a faixa de pedestres só deve ocorrer quando nenhum carro estiver se aproximando.
Pelo menos podemos ficar satisfeitos pelo fato de que algumas mulheres não poderem mais ser chamadas de sexo frágil. Muito pelo contrário, suas atitudes raivosas e intolerantes invejariam a muitos trogloditas do sexo masculino. Parabéns sexo forte!
*Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de comunicação do Greenpeace e coordenador de comunicação do Instituto Akatu. É colunista de Carta Capital e colaborador da Envolverde.
Artigo publicado originalmente na coluna Cidadania & Sustentabilidade: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/publicidade-infantil-e-os-limites-da-liberdade-de-expressao-comercial
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(Envolverde/Carta Capital)
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