20 setembro 2009

UM CLIQUE PELA SUSTENTABILIDADE

As empresas podem e devem oferecer os recursos e informações que contribuam para a decisão consciente do consumidor

Reinaldo Canto* Especial para a Envolverde

Já pensou como um internauta pode se tornar um consumidor consciente e um importante agente na busca pela sustentabilidade? E aqui não estamos nos referindo ao uso responsável do computador ao poupar energia ou reciclar o equipamento, claro que essas e outras atitudes também são importantes, mas neste momento a abordagem é em relação ao internauta e suas compras on line.

Esta semana em São Paulo foi divulgada uma pesquisa sobre o Neoconsumidor. Segundo os pesquisadores da consultoria Gouvêa de Souza e do Grupo Ebeltoft responsáveis pelo levantamento, esse tal neoconsumidor é mais informado, racional e exigente, pois ao fazer suas compras via internet, possui muitas ferramentas à sua disposição com apenas um clique.

Antes de voltarmos a pesquisa vale dar um panorama da situação da internet no Brasil:
Segundo o instituto Ibope Nielsen o número de internautas brasileiros já se aproxima dos 40 milhões (dados de Julho/09) considerando aqueles que utilizam o computador no trabalho ou em casa. Se forem consideradas as lan houses e telecentros, esse número sobe para mais de 60 milhões de pessoas com acesso a internet. Enquanto o total da população, no último levantamento do IBGE, superou a casa dos 191 milhões de habitantes.

A pesquisa entrevistou 5.500 pessoas em diversos estados brasileiros e desse total apenas 8% disseram não fazer compras pelo computador. Isso significa que o chamado e-commerce é utilizado pela esmagadora maioria dos internautas brasileiros.
Mas o que torna esse consumidor on line, como afirmado anterior, um consumidor: “informado, racional e exigente”?

Quem responde é o diretor e sócio da Gouvêa de Souza, Luiz Góes:
- Ao comparar preços e buscar informações detalhadas do produto.

Perguntei: - E onde fica o consumo consciente nessa história?
- Essa ainda não é uma realidade, mas com o tempo com certeza será um item importante.

E as razões para essa “não realidade” são as mesmas do mundo físico, ou seja, os produtos e serviços que tem a sustentabilidade como valor agregado ainda são vistos como mais caros e, que em geral, o consumidor não está disposto a pagar. Além disso, ainda pesa a falta do interesse da maioria dos consumidores buscar informações de empresas que utilizam critérios de responsabilidade socioambiental empresarial como fundamental na sua decisão de compra.

AS INFORMAÇÕES DEVEM ESTAR AO ALCANCE DO INTERNAUTA

Se for correto pensar que o mundo virtual é apenas uma extensão do mundo físico, é também óbvio, que as necessárias transformações em busca de um mundo menos insustentável têm nas novas tecnologias uma forte aliada.

A ampliação constante do poder de decisão do consumidor internauta precisa contar com o apoio de todas as empresas do varejo e de todos os fabricantes que disponibilizam seus produtos na internet.

Colocar na sua página da internet ou no seu portfólio de produtos dados como instruções completas do melhor uso que poupem o próprio equipamento, água e energia; certificações de sustentabilidade e origem, tais como, selo Procel de economia de energia; fabricação com madeira certificada (FSC), alimentos orgânicos livres de agrotóxicos são algumas das medidas facilmente realizáveis.

Nas mãos de habilidosos designers, essas preciosas informações podem receber a devida atenção do consumidor mais distraído. Os recursos digitais também podem contribuir, inclusive, para que aqueles desinteressantes manuais entregues junto com os produtos, ganhem uma atratividade extra.

E que tal apresentar alternativas a entrega do produto sem as inúteis, volumosas e ambientalmente incorretas embalagens? Esse questionamento acompanhado de informações de consumo consciente viriam bem a calhar e facilitariam a vida do internauta consciente.

No final das contas, se importantes passos forem dados seja pelo consumidor, seja pelos responsáveis pelas vendas on line, ou melhor, por ambos, é de se esperar que as próximas pesquisas sobre os internautas brasileiros ganhem um brilho e cliques muito especiais. Boas compras sustentáveis!

*Jornalista, consultor e palestrante, foi Diretor de Comunicação do Greenpeace e Coordenador de Comunicação do Instituto Akatu

Um comentário:

Érica Sena disse...

Oi REINALDO,
conheci seu trabalho através de sua matéria no site do Grupo Eco, e assim entrei no seu blog.
Eu tb tenho um blog ambiental, Pensar Eco.

Vou postar no meu esse texto.
Qdo puder me faça uma visita.
Http://pensareco.blogspot.com/

ABS,
ÉRICA SENA