30 outubro 2013

VERGONHA NACIONAL


Situação do país em relação ao saneamento básico é um sinal de que ainda somos uma nação basicamente subdesenvolvida. Entidade nacional aponta caminhos

Por Reinaldo Canto

É de se lamentar a triste situação que vivemos por estas bandas quando o assunto é saneamento básico.  Até mesmo se comparado a países mais pobres economicamente que o nosso, o quadro brasileiro é na verdade vexatório e humilhante.  Envergonhado, melhor dizendo, deveria se sentir cada habitante deste Brasil continental.
Somos tão ricos em tantos quesitos e desprezíveis em atender a um número expressivo, 1/3 das casas brasileiras que em pleno século XXI não contam com o tratamento e a coleta de esgoto e graças a isso ainda vivem com índices de qualidade de vida, dignos do século XIX. A pior situação está no norte do país, onde apenas 21,6% dos lares tinham serviço de saneamento em 2011. Segundo o IBGE são 21 milhões de brasileiros com menos de 14 anos de idade sem rede de esgoto, água encanada ou coleta de lixo.
Na América Latina somos o 19º colocado em saneamento básico, segundo relatório sobre as cidades latino-americanas, feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Estamos tristemente próximos, numa indigente colocação, no rol de nações entre as mais pobres do mundo quando levamos em conta critérios como o de saneamento básico e distribuição de renda.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 71,8% dos municípios ainda não possuíam, em 2011, uma política de saneamento básico. A "Pesquisa de Informações Básicas Municipais" revelou que 1.569 cidades possuíam políticas dessa natureza, o que corresponde a somente 28,2% dos 5.564 municípios brasileiros.
Difícil é entender como foi possível chegar a esse estado de coisas. Culpa de políticos que diziam: “obra enterrada não dá voto”? Parte da responsabilidade não poderia também ser creditada à sociedade, incapaz de enxergar os benefícios extraordinários de uma água tratada, esgoto coletado, e até mesmo de lutar para que tivéssemos sempre rios limpos, saudáveis e vitais para a saúde da coletividade?
O nosso atraso é gigantesco e histórico, mas não pode ser motivo de paralisia. No mês passado, a ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – realizou seu 27º Congresso em Goiânia e fez uma radiografia dos grandes desafios que a questão do saneamento básico tem pela frente no Brasil.
Entre os pontos mais importantes destacados pela chamada Carta de Goiânia, documento que resumiu as principais conclusões do evento, está a necessidade de triplicar os valores de investimento atuais para cerca de 30 bilhões de reais por ano. Em conversa com este colunista, o presidente nacional da ABES, Dante Ragazzi Pauli, afirmou que as metas pretendidas pelo governo federal de atingir a universalização da coleta e tratamento de esgoto no país até 2030 está muito longe de acontecer.  Segundo ele, “no ritmo atual, isso deverá acontecer em 40 ou 50 anos”.
Recursos ainda insuficientes
A Lei 11.445 de 2007, conhecida como Lei do Saneamento estabeleceu a universalização do saneamento básico como um “compromisso de toda a sociedade brasileira”.
Graças a essa lei, apesar de todos os problemas, houve a liberação de um bom dinheiro para o setor. Segundo o Ministério das Cidades, na primeira fase do PAC 1 – o Programa de Aceleração do Crescimento, o saneamento recebeu cerca de 40 bilhões de reais entre os anos de 2007 e 2010.
Já no PAC 2 são mais 41,1 bilhões de reais para investimento em ações de saneamento no quadriênio 2011-2014. São 1.144 obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário que beneficiarão 1.116 municípios em todas as regiões do País.
A título de informação, no último dia 24/10 a presidenta Dilma Roussef anunciou a liberação de novos recursos na ordem de 10,5 bilhões de reais para serem utilizados em obras de saneamento básico no país. A verba irá para obras de sistemas de drenagem de águas pluviais, redes de abastecimento de água e esgoto sanitário.
A cobertura de saneamento básico no Brasil tem melhorado, é verdade, mas a realidade permanece sendo de esgotos a céu aberto principalmente nas áreas mais carentes. São 15 bilhões de litros de esgoto sem tratamento despejados todos os dias em rios, córregos, passando por ruas e favelas e prejudicando a saúde de milhões de brasileiros.
Propostas no lugar das reclamações de sempre
Reclamar do governo e do país em geral já é um esporte nacional. Não há setor no Brasil que não reclame e com boa dose de razão! Mas ao lado das queixas devem também estar propostas que contribuam para a solução de problemas. Em seu encontro a ABES faz uma série de recomendações no apoio ao trabalho realizado pelo setor privado nas obras de saneamento, entre elas, a ampliação das fontes de financiamento, a agilização na análise e liberação de pedidos de financiamento e a redução de tributos.
“As Prefeituras também precisam de mais apoio e cooperação da União e dos governos estaduais” ressalta Dante Ragazzi. Segundo ele, a maioria dos municípios é carente, não só em recursos, mas também em pessoal qualificado para a elaboração de projetos. Aliás, a Carta da ABES lembra que em 31 de dezembro deste ano, os governos municipais deverão entregar seus planos de saneamento. Pelo que temos visto em relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, quando menos de 10% das cidades brasileiras apresentaram seus planos de gestão de resíduos no prazo estabelecido em 2012, não é de esperar algo muito diferente em relação ao saneamento básico.
Tema irá continuar em destaque
Felizmente, existem entidades, empresas e gestores públicos que tem procurado agir para mudar essa triste situação. Os cerca de 5 mil participantes das mais diversas regiões do país que participaram do Congresso da ABES deixaram claro que o tema atrai a atenção e o interesse de muita gente.
Esperemos que isso se transforme em ações e benefícios reais para a sociedade brasileira, principalmente para as pessoas mais pobres deste país. Afinal, para podermos ser chamados verdadeiramente de Nação, precisamos ao menos, oferecer água limpa e tratar os esgotos das casas de todos os brasileiros.

27 outubro 2013

Vantagens competitivas de práticas sustentáveis ganham espaço na Feira

Casos de sucesso foram apresentados durante o painel “Sua Empresa Mais Competitiva e Sustentável”, realizado na tarde desta quinta-feira, 24

Donos de pequenos negócios apresentam práticas sustentáveis inovadoras, através de pequenas mudanças, que garantem resultados positivos
Para um público de estudantes e empresários, reunidos no Auditório Empreendedorismo da Feira do Empreendedor 2013, no Centro de Convenções da Bahia, na tarde desta quinta-feira, 24, Plínio Bevervanso, da empresa BB Brindes, de Lauro de Freitas, mostrou uma experiência positiva, que envolveu fornecedores e distribuidores de seus produtos promocionais personalizados. Depois de perceber o impacto gerado pelas caixas de papelão, o empresário determinou que a matéria prima fosse recebida em caixas padronizadas e lisas, para inserção da marca própria e reutilização na etapa de distribuição junto aos clientes.
A empresa também criou uma calculadora para conscientizar os clientes para redução de gastos financeiros com copos plásticos descartáveis e sensibilizar para troca destes por canecas personalizadas. “Nós, donos de pequenos negócios, não temos um orçamento específico para projetos sustentáveis, mas podemos desenvolvê-los a partir de mudanças pontuais internas”, concluiu.
A partir do resultado obtido, o empresário se interou ainda mais de novas práticas sustentáveis até chegar ao lançamento da Linha Green, utilizando casca de coco na confecção do plástico de fabricação das canecas. A prática sustentável agregou valor às canecas produzidas, que, antes eram vendidas a R$ 2, e, com a mudança, passaram ter o valor individual de R$ 5. Esse processo rendeu reconhecimentos, como a premiação no MPE Brasil, em 2010, concedido pelo Sebrae e pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ).
Outro exemplo de empreendedorismo sustentável capaz de gerar incremento de renda e potencial competitivo veio do município de Santo Antonio de Jesus, na figura do empresário Melentino Tedesco, dono da Lanchonete e Restaurante Tedesco. Com crescimento líquido de 80% e otimização constante dos fluxos de processos, ao longo desses sete anos de implementação de pequenas mudanças, Melentino relembra que a primeira “decisão sustentável” veio com a redução dos níveis de gordura da água que era descartada para a rede de esgoto, através de um processo comum de decantação.
“Hoje, a empresa já está aderindo ao uso de bactérias capazes de transformar essa gordura e deixar a água limpa”, destacou Tedesco. No restaurante, a troca das lâmpadas por modelos LED está entre os investimentos da empresa, que têm retorno atestado pelo empresário. Em cálculos rápidos, ele afirma que os novos modelos duram seis anos, enquanto a quitação do investimento deve acontecer em um ano e meio. Latas de alumínio têm destino certo para recicladores, assim como papelão e demais resíduos sólidos. “Hospitais e hotéis compram em nossa mão graças a essas práticas que garantem a qualidade do nosso trabalho”, comemora.
Até chegar ao status atual de maior rede de franquias do norte do Paraná, o diretor executivo da indústria de sorvetes Gela Boca, situada em Maringá, Thiago Ramalho, passou a conhecer o assunto sustentabilidade no Programa Sebrae de Gestão da Qualidade (PSGQ). A partir daí, ele decidiu implementar novas práticas em nível estratégico, garantindo a profissionalização do negócio.
“Os primeiros indicadores mostraram que o nível de desperdício era de 8%. Com as capacitações corretas dos operadores de máquinas, reduzimos pela metade, correspondendo a uma economia de R$ 10 mil”, informa. O reaproveitamento da água da chuva na lavagem de caminhões da empresa esteve dentre as demais atitudes sustentáveis. “Percebemos o quanto, para nós, empresas de pequeno porte, as menores mudanças podem trazer resultados tão positivos para o negócio e para o meio ambiente”, conclui.
Implementar junto aos donos de pequenos empreendimentos a cultura da sustentabilidade como diferencial competitivo é um dos desafios de eventos como esse, na avaliação da coordenadora da Unidade de Inovação e Tecnologia do Sebrae Bahia, Márcia Suede. “É preciso pensar no impacto que os resíduos gerados e o consumo de recursos geram para o meio ambiente e estar atento ao fato de que a preocupação em reduzir esses desperdícios também garante de ganhos para o negócio”.
Facilitador do painel, jornalista e consultor especializado em sustentabilidade, Reinaldo Canto alertou aos empreendedores presentes sobre a importância de se anteciparem a fazer as “mudanças sustentáveis”, ligadas às questões de resíduos sólidos e uso responsável de recursos não renováveis. “A partir do momento em que as empresas se adéquem a essa questão, elas estarão pensando no futuro do negócio, garantindo a longevidade do planeta e do empreendimento”.
Feira do Empreendedor
O evento acontece até o próximo sábado, 26, e tem horário de funcionamento das 13h30 às 22h. Para visitar a Feira do Empreendedor a taxa é de R$ 5 e o valor arrecadado na bilheteria será doado para a Associação Pracatum Ação Social. Para comprar as oficinas, palestras e seminários, que custam R$ 10, R$ 20 e R$ 40, o visitante deve procurar a Central de Capacitação, na área de Educação, dentro da Feira. Cada visitante poderá participar de até dois eventos gratuitos por dia. Para conhecer toda a programação das capacitações pagas e gratuitas basta entrar no site da Feira. A Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800) está disponível para esclarecer dúvidas sobre a Feira do Empreendedor.
Na Bahia, a Feira recebeu, por três vezes consecutivas (2007, 2009 e 2011), o título de melhor do país, segundo avaliação da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). Este ano, o evento conta com o apoio da Fecomércio, Senac, Sistema FIEB, e patrocínio da TIM, Claro, Vivo, Ambev, Paraná Banco, Bradesco Empresas e Negócios, Banco do Nordeste, Instituto Mauá, Desenbahia, Sistema FAEB/Senar, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

Empresário Melentino Tedesco participa da Feira do Empreendedor 2013 em Salvador


 
Para um público de estudantes e empresários, reunidos no Auditório Empreendedorismo da Feira do Empreendedor 2013, no Centro de Convenções da Bahia, na tarde desta quinta-feira, 24, Plínio Bevervanso, da empresa BB Brindes, de Lauro de Freitas, mostrou uma experiência positiva, que envolveu fornecedores e distribuidores de seus produtos promocionais personalizados. Depois de perceber o impacto gerado pelas caixas de papelão, o empresário determinou que a matéria prima fosse recebida em caixas padronizadas e lisas, para inserção da marca própria e reutilização na etapa de distribuição junto aos clientes. A empresa também criou uma calculadora para conscientizar os clientes para redução de gastos financeiros com copos plásticos descartáveis e sensibilizar para troca destes por canecas personalizadas. “Nós, donos de pequenos negócios, não temos um orçamento específico para projetos sustentáveis, mas podemos desenvolvê-los a partir de mudanças pontuais internas”, concluiu.A partir do resultado obtido, o empresário se interou ainda mais de novas práticas sustentáveis até chegar ao lançamento da Linha Green, utilizando casca de coco na confecção do plástico de fabricação das canecas. A prática sustentável agregou valor às canecas produzidas, que, antes eram vendidas a R$ 2, e, com a mudança, passaram ter o valor individual de R$ 5. Esse processo rendeu reconhecimentos, como a premiação no MPE Brasil, em 2010, concedido pelo Sebrae e pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ).
Outro exemplo de empreendedorismo sustentável capaz de gerar incremento de renda e potencial competitivo veio do município de Santo Antonio de Jesus, na figura do empresário Melentino Tedesco, dono da Lanchonete e Restaurante Tedesco. Com crescimento líquido de 80% e otimização constante dos fluxos de processos, ao longo desses sete anos de implementação de pequenas mudanças, Melentino relembra que a primeira “decisão sustentável” veio com a redução dos níveis de gordura da água que era descartada para a rede de esgoto, através de um processo comum de decantação.
“Hoje, a empresa já está aderindo ao uso de bactérias capazes de transformar essa gordura e deixar a água limpa”, destacou Tedesco. No restaurante, a troca das lâmpadas por modelos LED está entre os investimentos da empresa, que têm retorno atestado pelo empresário. Em cálculos rápidos, ele afirma que os novos modelos duram seis anos, enquanto a quitação do investimento deve acontecer em um ano e meio. Latas de alumínio têm destino certo para recicladores, assim como papelão e demais resíduos sólidos. “Hospitais e hotéis compram em nossa mão graças a essas práticas que garantem a qualidade do nosso trabalho”, comemora.
Até chegar ao status atual de maior rede de franquias do norte do Paraná, o diretor executivo da indústria de sorvetes Gela Boca, situada em Maringá, Thiago Ramalho, passou a conhecer o assunto sustentabilidade no Programa Sebrae de Gestão da Qualidade (PSGQ). A partir daí, ele decidiu implementar novas práticas em nível estratégico, garantindo a profissionalização do negócio.
“Os primeiros indicadores mostraram que o nível de desperdício era de 8%. Com as capacitações corretas dos operadores de máquinas, reduzimos pela metade, correspondendo a uma economia de R$ 10 mil”, informa. O reaproveitamento da água da chuva na lavagem de caminhões da empresa esteve dentre as demais atitudes sustentáveis. “Percebemos o quanto, para nós, empresas de pequeno porte, as menores mudanças podem trazer resultados tão positivos para o negócio e para o meio ambiente”, conclui.
Implementar junto aos donos de pequenos empreendimentos a cultura da sustentabilidade como diferencial competitivo é um dos desafios de eventos como esse, na avaliação da coordenadora da Unidade de Inovação e Tecnologia do Sebrae Bahia, Márcia Suede. “É preciso pensar no impacto que os resíduos gerados e o consumo de recursos geram para o meio ambiente e estar atento ao fato de que a preocupação em reduzir esses desperdícios também garante de ganhos para o negócio”.
Facilitador do painel, jornalista e consultor especializado em sustentabilidade, Reinaldo Canto alertou aos empreendedores presentes sobre a importância de se anteciparem a fazer as “mudanças sustentáveis”, ligadas às questões de resíduos sólidos e uso responsável de recursos não renováveis. “A partir do momento em que as empresas se adéquem a essa questão, elas estarão pensando no futuro do negócio, garantindo a longevidade do planeta e do empreendimento”.
Feira do Empreendedor
O evento acontece até o próximo sábado, 26, e tem horário de funcionamento das 13h30 às 22h. Para visitar a Feira do Empreendedor a taxa é de R$ 5 e o valor arrecadado na bilheteria será doado para a Associação Pracatum Ação Social. Para comprar as oficinas, palestras e seminários, que custam R$ 10, R$ 20 e R$ 40, o visitante deve procurar a Central de Capacitação, na área de Educação, dentro da Feira. Cada visitante poderá participar de até dois eventos gratuitos por dia. Para conhecer toda a programação das capacitações pagas e gratuitas basta entrar no site da Feira. A Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800) está disponível para esclarecer dúvidas sobre a Feira do Empreendedor.
Na Bahia, a Feira recebeu, por três vezes consecutivas (2007, 2009 e 2011), o título de melhor do país, segundo avaliação da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). Este ano, o evento conta com o apoio da Fecomércio, Senac, Sistema FIEB, e patrocínio da TIM, Claro, Vivo, Ambev, Paraná Banco, Bradesco Empresas e Negócios, Banco do Nordeste, Instituto Mauá, Desenbahia, Sistema FAEB/Senar, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

22 outubro 2013

Empresários de reciclagem e de alimentação dizem que dependem da atuação das Prefeituras

Otser (RS), Plasacre (AC) e Sorveteria Gela Boca(PR) participaram do painel Sustentabilidade Empresarial com Foco em Boas Práticas, na noite de sábado (21), na Feira do Empreendedor RR
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Vanessa Brito
Boa Vista – Para atuar no ramo de reciclagem de resíduos sólidos é fundamental estar articulado principalmente com as prefeituras, responsáveis pela coleta e fiscalização dos resíduos urbanos.  A atuação da administração municipal também é importante para empresas que possuem boas praticas sustentáveis e pode definir condições de crescimento dos empreendimentos do segmento de alimentação.  Pequenas empresas podem se tornar vulneráveis, se o poder público local não for ágil na criação de condições para que prosperem.
É preciso fazer campanhas educativas e distribuir informação a respeito dos benefícios da separação dos resíduos e descarte correto, para que a reciclagem entre na pauta nacional. Simples ações que começam dentro de casa e nas empresas podem ajudar muito na gestão de resíduos de uma cidade. Sustentabilidade nem sempre significa investimentos, mas mudança de hábitos, que geram economia. Cooperativas de catadores precisam de apoio para atuarem com eficiência na coleta seletiva. Estas  são algumas conclusões do painel Sustentabilidade Empresarial com Foco em Boas Práticas, realizado na noite de sábado (21), na Feira do Empreendedor RR.
Três empresas convidadas pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade e Sebrae RR compartilharam suas experiências e desafios com 31 pessoas, que assistiram o painel. Foram elas: Otser Gestão de Resíduos Eletrônicos (RS); Plasacre (indústria de plásticos reciclados do Acre); e  a Sorveteria Gela Boca (PR). O debate foi mediado pelo jornalista paulista Reinaldo Canto, que também é professor universitário de gestão sustentável e comentarista da Rede Vida e Carta Capital.
A Otser está no mercado desde 2008 e foi a pioneira no Rio Grande do Sul no ramo de gestão de resíduos eletrônicos. Marcos Palma, seu diretor, falou que o empreendimento surgiu da necessidade e dificudade em descartar computadores e impressoras em desuso. Pesquisou em São Paulo, onde havia empresa no segmento, e abriu a Otser (que significa ‘resto’ de trás pra frente).
No inicio, Marcos contou que tinha de sensibilizar pessoas e empresas quanto à necessidade de descartarem corretamente seus resíduos eletrônicos . Teve de se articular com a prefeitura de Novo Hamburgo,  onde se encontrava a empresa, para viabilizar o negócio. Hoje, a Otser está no município de Campo Bom. "Trata-se de uma mudança cultural para cidadãos e empresas", resume ele. 
A Otser comecou recebendo 300 k/ mês e, hoje, recebe entre 25 a 30 ton/ mês. "Os resíduos  eletrônicos ainda estão  muito espalhados. Falta informação a respeito do assunto" , diz ele. Atualmente são  descartados  50 milhoes de ton/ ano no mundo, e apenas 10% são reciclados, informa.  Noventa por cento ainda estão nas residências e empresas, acrescenta Marcos. A Otser retira ferro, plástico, alumínio e outros metais dos equipamentos eletrônicos e os repassam para empresas que reaproveitam os materiais.
Já a Plasacre se instalou em Rio Branco a convite do governo acreano, há quatro anos. Não havia empresas recicladoras de plástico no estado. Parceria com a prefeitura  da capital viabilizou a coleta seletiva e a separação do plástico dos resíduos coletados na cidade. A empresa auxilia na logística da coleta e capacita a cooperativa de catadores,  além de ter aumentado o valor pago a eles pelos resíduos.
A partir do plástico coletado nas ruas de Rio Branco, a Plasacre produz telhas coloridas de plástico reciclado, que foram desenvolvidas pelo Instituto de Pesquisas Tecnologicas de São Paulo (IPT). Elas são certificadas pelo Inmetro, Falcon Bower e IPT. A empresa também fabrica mangueiras, caixas de água, etc, de plástico original.
Camila Consolo, gestora ambiental da empresa, diz  que o negócio da Plasacre depende da articulação com o poder local e da capacitação dos catadores.  A empresa tem capacidade para processar e produzir 700 mil k/ mês. Atualmente apenas 280 mil k/ mês de plásticos chegam à Plasacre. Cinco por cento da coleta  são realizados pela cooperativa de catadores de Rio Branco. Há muito material que ainda é descartado incorretamente na cidade, diz ela. "A reciclagem começa em casa", enfatiza Camila.
A Plasacre desenvolve ações de educação ambiental  em Rio Branco, visando a mudança de hábitos, por meio de palestras e recepção de estudantes na fábrica. A captação de resíduos continua sendo um grande desafio. Sem a fiscalização eficiente da prefeitura, eles continuarão sendo descartados no meio ambiente, segundo ela.
Sorvetes
A Sorveteria Gela Boca é um negócio familiar com sede em Maringá, mas que está prestes a se mudar para o município de Astorga, a 60 km. O empreendimento passou a investir em boas práticas sustentáveis ao participar do Programa Sebrae de Gestao da Qualidade, em 2010." Observando a  questão da qualidade, passamos para a equipe a vontade de trabalhar nossos resíduos", conta Thiago Ramalho, um dos diretores e filho do fundador da empresa.
Tudo começou com o envolvimento dos funcionários. Eles tiveram um dia de folga para separar roupas em desuso, que depois  foram doadas a um albergue da cidade. Todos se engajaram, segundo Thiago. A partir dessa ação, novas atitudes foram deflagradas na rotina da pequena indústria de sorvetes, que hoje é uma franquia bem sucedida.
A principal meta era reduzir 4% da perda de papel na operação de embalagem dos produtos. Esses 4% equivaliam a 400 k/ ano, que gerariam economia de R$ 10 mil /ano ou 400 mil sorvetes, informa o empresário. Monitoramento por meio de indicadores ajudou a acompanhar o atingimento da meta.
"Ao invés da sustentabilidade gerar investimentos, gerou economia. A redução e não geração de resíduos  significam sustentabilidade", ressalta o empresário. Outro resultado destacado por ele foi a melhoria da imagem da empresa. " O mercado e os consumidores percebem e aprovam empresas com boas práticas sustentáveis", afirma.
A Sorveteria Gela Boca está se mudando para Astorga devido à falta de apoio da prefeitura. A dificuldade na coleta dos rejeitos de sorvetes pela administração municipal e pela cooperativa local de catadores geraram a decisão de procurar outro município, que oferecesse melhores condições para o empreendimento. "Uma pequena empresa não pode esperar a próxima gestão municipal para resolver os problemas", argumenta Thiago.
- See more at: http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/Sustentabilidade/Not%C3%ADcias/Empres%C3%A1rios-de-reciclagem-e-de-alimenta%C3%A7%C3%A3o-dizem-que-dependem-da-atua%C3%A7%C3%A3o-das-prefeituras#sthash.tKfFCuwm.dpuf

11 outubro 2013



Anunciados os 79 trabalhos finalistas
Mais de 170 profissionais representam todas as regiões do País. 
A Comissão de Seleção do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade definiu os trabalhos finalistas que serão submetidos à avaliação da Comissão de Premiação para a escolha dos vencedores. São 173 jornalistas finalistas, sendo 76 inscritos e 97 nas equipes, responsáveis pelos 79 trabalhos selecionados. O Prêmio recebeu ao todo 732 trabalhos, de 387 jornalistas. O anúncio dos vencedores será feito após 28/10 e a festa de premiação acontecerá em 13/11, no restaurante Capim Santo, na capital paulista.O Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade conta com a colaboração da Maxpress, responsável pela plataforma digital e pela equipe técnica de apoio aos jornalistas e jurados.
Estes são os profissionais que integraram a Comissão de Seleção: Jornal – Ângelo Pavini, Fernando Porto, Luiz Caversan e Wilson Marini; Revista – Fernando Paiva e Wilson Baroncelli; Rádio – Cid Barboza e Paulo Vieira Lima; Televisão: Mateus Furlanetto e Ulisses Rocha; Webjornalismo – Igor Ribeiro e Marcelo Moreira; Imagem – Luiz Machado Pereira Filho (Fotografia) e Paulo Sant´Ana (Criação Gráfica); e categoria especial Água – Paulo Antunes  e Sérgio Lapastina.
Os finalistas
Os finalistas estão listados por segmento, sem qualquer ordem de classificação:
Jornal:

Floresta rica, população pobre, de Giovana Girardi – O Estado de S. Paulo (SP)
O renascer nas cinzas, de  Marianna Rios, com Renato Ferraz Lima, Maurenilson Freire Valdson MessiasElio RizzoVeronica Rocha Machado Cecilia Pinto Coelho – Correio Braziliense (DF)
A desertificação, de Maristela Crispim, com Fernando Maia Emerson Rodrigues Diário do Nordeste (CE)
Desafio metropolitano, de Giovanni Sandes – Jornal do Commercio (PE)
Bilhões no lixo, de Marcelo Monteiro – Zero Hora (RS)
Viúvas do veneno, de Melquíades Júnior – Diário do Nordeste (CE)
O desafio dos parques nacionais, de Flávia Milhorance com Renato Grandelle e Vinicius Sassine – O Globo (RJ)
Visão integrada, de Celia Rosemblum, com Rachel Cardoso, Adauri Antunes, Regiane Oliveira, Silvia Czapski e Eduardo Magossi – Valor Econômico(SP)
RN autosustentável em energia, de Sara Vasconcelos – Tribuna do Norte (RN)
Lixo eletrônico, de Patrícia Comunello – Jornal do Comércio (RS).

Revista:

- Mentes, mãos e mercado, de Acássia Deliê – Graciliano (AL)
Menos! Criamos uma sociedade de excessos. É hora de buscar qualidade em vez de quantidade, de Amália Safatle, com Thaís HerreroMagali CabralGisele Neuls eTatiane Klein – Página 22 (SP)
Adubação combinada turbina produtividade em solo arenoso, de Ariosto Mesquita eFernando Yassu – DBO (MS)
Pecuária x Agricultura – Teste final de sustentabilidade para o pecuarista brasileiro, deBruno Santos – AG A revista do Criador (RS)
Mudança pela conservação, de João Prudente – Terra da Gente (SP)
O ocaso de um predador, de Reinaldo José Lopes – Unesp Ciência (SP)
Sobra dinheiro, falta tudo, de Milly Lacombe e Paola Giavina Bianchi – Trip (SP)
Muito além do lucro, de Rafael Freire e Rodrigo Caetano – IstoÉ Dinheiro (SP)
O fim da propriedade, de Rafael Quick com Alexandre Versignassi, Mauricio Horta eDavi Augusto – Superinteressante (SP)
Sustentabilidade é, sim, saúde, de André Biernath e Theo Ruprecht, com André Biernath, Rogério Andriotti Luiz, Robson Davi Quinafelix, Fernanda Didini e Laura Machado Salaberry – Saúde é Vital (SP).

Rádio: 

- Especial seca no semiárido, de Heloisa Cristaldo, com Maria Beatriz de Melo eMessias Costa Melo – Nacional FM 96,1 (DF)
Reciclagem – do combate ao desperdício à oportunidade de negócio, de Ana Lúcia Caldas, com Nádia Coelho FaggianiThais Cristina Alves Passos Marcus Vinicius Lima Tavares  – Nacional (DF)
Habitantes do lixo, de Hebert Araujo – Paraíba FM (PB)
Alvarenga: soluções para um cemitério de lixo, de Karina Gomes – CBN 780 AM (SP)
Indústria descobre o caroço de açaí, de Celso Freire e Cira Pinheiro – O Liberal CBN (PA)
Especial Dia Mundial do Meio Ambiente, de Luciana Waclawovsky – Justiça 104,7 FM (DF)
Império da areia: a dragagem que mata o Jacuí, de Renata Colombo e Fábio da Silva de Almeida – Gaúcha 93,7 FM (RS)
Saneamento básico, de Cirley Ribeiro – Cultura 103,3 FM (SP)-
Pesquisas sustentáveis em benefício da população amazônica, de Maíra Gabriel Heinen  com Messias Melo Bianca Felipe Paiva– Nacional da Amazônia (DF)
Cinco elementos – essência da vida no planeta, de Denise Viola – MEC 800 AM (RJ).

Televisão:

O rei do sabão sustentável, de Thiago Correia, com José PereiraRodrigo Rocha,Ludmila CalheirosDenis KarlyssonMárcio Lima e Genivaldo Santos – Pajuçara (AL)
Mapa da energia, de Noel Coser, com Rodrigo Carvalho Douglas LimaEgledio Vianna, Happy   CarvalhoFelipe  MartinsRodrigo Trovão e Walmor Luiz  – Globo News (RJ)
SP sem carro, de André Trigueiro, com Klara Lavinas Raunheitti Duccini Aline Peres dos Santos – Cidades e Soluções/Globo News (RJ)
A escola sustentável, de Thiago Correia, com Rodrigo RochaJefferson Oliveira,José dos SantosRenata Pais e Eberth Lins – Pajuçara (AL)
Empresas sustentáveis, de Valéria Almeida, com Flávio Henrique, Flávio Cortez e Leander Oliveira – Integração/Globo Uberlândia (MG)
Eu produzo, eu preservo – Integração lavoura/pecuária/floresta, de Maria Braga, comSebastião Garcia, Caroline KleinubingDiego Mestiço e Eduardo Ongaro – Programa ABC/Canal Rural/RBS (RS)
Mata da Sálvia em perigo, de Lucas Malafaia, com Valdemir Soares Renata Pais – Pajuçara (AL)
Cerâmica: crédito de carbono, de Kelly Cordeiro, com Marcelo Henrique de Oliveira Moura e Patrícia Cibele Tenório – Jornal da Pajuçara Manhã/Pajuçara (AL)
Reciclagem de pneus: do lixo ao luxo, de Rachel Amorim e Deocicliano Passos – Pajuçara (AL)
Série sobre manguezais brasileiros, de Vladimir Netto, com Helio Gonçalves,Edivaldo Simão e Rafael Benoque – Jornal Nacional/Globo (DF).

Webjornalismo:

Projetos sociais e ambientais florescem com financiamento colaborativo, de Fabiano Avila – Carbono Brasil (SC)
No extremo sul da cidade de SP, agricultores apostam nos orgânicos, de Gabriela Gasparin – G1 (SP)
Série energia verde, de Waldson Costa – G1 (AL)
Em nome do ouro: rastros do mercúrio, de Henrique Kugler – Ciência Hoje (PR)
Mobilidade na palma da mão, de Ed Wanderley e Tânia de Lourdes de Sousa Passos Araújo – Diário de Pernambuco.com (PE)
Especial Sertão adentro, de Liliana Peixinho – Mercado Ético (SP)
A luz que o Sol traz depois de se pôr, de Elizabeth de Oliveira – O Eco (RJ)
Após desintrusão, indígenas se preparam para reocupar Marãiwatsédé, de Daniel Santini – Repórter Brasil (SP)
Pelo menos um, de Ciara Carvalho e Julliana de Melo Correia e Sá – NE10/Jornal do Commercio (PE)
Amazônia pública, de Marina Amaral, com Ana Lima de Souza AranhaCarlos Juliano BarrosFernanda LigabueAna Castro e Marcelo Min – Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo (SP).

Imagem – Criação Gráfica:

Planeta Seca, de Amauricio Cortez, com Gil Dicelli e Pedro Turano, O Povo (CE)
Os novos exploradores da Caatinga, de Andrea Cardoso, com Ricardo Hiromi Miura – Revista Unesp Ciência (SP)
É assim que Jundiaí funciona, de Edu Cerioni e Michele Rossi Stella – Diário de S.Paulo (SP)
Planeta Água, de Demetrio Damiani – Dia-a-dia Revista/Diário do Grande ABC (SP)
Desafio metropolitano, de Ira Oliveira e Hernanto Barbosa da Silva – Jornal do Commercio (PE)
Os meninos do Brasil, de Karla Tenório – Jornal do Commercio (PE)
Órfão da seca, de Marcos Tavares e Dino Ricardo Pezzole – Gazeta do Povo (PR)
Consumo, logo existo?, de Robson Vilalba, Gazeta do Povo (PR)
Em rota de colisão, de Robson Vilaba, Gazeta do Povo (PR)
Ponta do Coral – As vantagens de ser assim, de Ronald Baptista – Diário Catarinense (SC).

Imagem – Fotografia:

Maus ventos das eólicas, de Wilton Júnior – O Estado de S. Paulo (RJ)
Pesquisa e conservação em cavernas, de Adriano Gambarini – National Geographic Brasil (SP)
O Brasil de Gonzaga, de Alexandre Guzanshe – Estado de Minas (MG)
Reciclando vidas, de Edimar Soares – O Povo (CE)
Pobreza na Calha Norte do Pará, de Evelson de Freitas – O Estado de S. Paulo (SP)
A ferro e fogo, de Izan Peterlle – National Geographic Brasil (SP)
Famílias vivem em casas alagadas por temer saques durante cheia em Manaus, deIzinha Toscano – Portal Amazônia (AM)
No interior do RN, rebanho não resiste e morre de sede e fome, de Magnus Nascimento – Tribuna do Norte (RN)
Arroio Pelotas, patrimônio cultural, de Paulo Rossi – Diário Popular/Pelotas (RS).

Categoria Especial Água:

Estiagem II no Cearáde Fernando Maia,com Emersomar Rodrigues da Silva e Maristela Crispim – Diário do Nordeste (CE)
Água para os filhos de nossos filhosde Mariana Lazari, com Luar Maria Brandão – O Povo (CE)
Ameaça rio acima, de Henrique Gomes Batista e Rafael Galdo – O Globo (RJ)
- Conta GotasCelia Rosemblum, com Sergio Adeodato, Martha San Juan França, Silvia Czapski, Rosangela Capozoli, Eduardo Belo, Salete Silva, Paulo Vasconcellos, Angela Klinke, Patricia Amaral, Andrea Vialli e André Lachini – Valor Econômico (SP)
Cisternas da discórdia, de Mariana Dantas e Wladmir Paulino – NE10/Jornal do Commercio (PE)
Tem água pra ver, mas não pra beber, de Pedro Rocha de Oliveira, com Yargo Sousa GurjãoRoger Quentin Pires e Bruno Lima Xavier – Agência Pública de Jornalismo Investigativo (CE)
Especial Água, de Mariana Segala, com Guilherme Manechini e Maurício Oliveira –matéria do Guia Exame de Sustentabilidade 2012 (SP)
Águas divididas, biodiversidade unida, de André Dib – Terra da Gente (SP)
Pernambuco tem a menor disponibilidade hídrica do Brasil, de Antonio Martins Neto,com Raí Oliveira, Monica Carvalho, Ingrid Farias, Fabiane Assunção, Rodrigo Soares e Catarina Farias – Jornal do Meio Dia/SBT (PE)
Especial Semana Mundial da Água 1 e 2, de André Trigueiro, com Klara Lavinas Raunheitti Duccini e Aline Peres dos Santos – Cidades e Soluções/Globo News (RJ).
Contato:
Lena Miessva 
Coordenação geral do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade
lena@jornalistasecia.com.br
11-2679-6994
Apoio -

Brasília receberá 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental



Brasília, 10 de outubro – Entre 17 e 19 de outubro, Brasília sediará o 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Profissionais, estudantes de Comunicação do Brasil e do Exterior, entre jornalistas, assessores de imprensa, professores e pesquisadores se reúnem para debater a temática ambiental. O evento será oficialmente aberto pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O tema do Congresso é Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS/ONU), conjunto de metas definido durante a Rio+20 para reduzir a pobreza, promover a prosperidade global e o avanço social associados à proteção do meio ambiente. 
Como o bom jornalismo pode ajudar o Brasil a se inserir nesse processo será um dos temas em debate. A pauta também estará presente em painéis dedicados a assuntos como Economia VerdeUso e Manutenção dos Recursos Naturais e a Segurança AlimentarBem Estar Social e Ocupação do Território, e ainda Geração de Conhecimento e Financiamento dos ODS.
Todos os painéis, mediados por jornalistas, terão a participação de representantes de governo, setor privado, universidades e centros de pesquisa, e organizações socioambientais. Entre os palestrantes confirmados estão o professor Henrique Leff e os jornalistas André Trigueiro e Vilmar Berna.
Além disso, serão oferecidas oficinas temáticas sobre Investimentos de Capital Público e Modelo de Desenvolvimento Nacional, Jornalismo Ambiental, Cerrado,  Semiárido, Amazônia, Jornalismo e Ambientalismo, Resíduos Sólidos, Gestão da Água.
O 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental mantém a tradição de apostar na formação continuada de profissionais e estudantes e é uma realização da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental. Este ano a iniciativa conta com o apoio do Uniceub, ANA, Fenaj, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, Brasília Convention Bureau, Embrapa, entre outros.
As inscrições estão abertas pelo site www.jornalismoambiental.org.br, onde se pode conferir a programação completa do evento, e também podem ser feitas no local. A taxa de inscrição é de R$ 100 para profissionais e R$ 50 para estudantes e filiados ao Sindicato dos Jornalistas do DF.

Serviço:
O que: 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
Data: 17 a 19 de outubro
Hora: A partir das 9h 
Local: Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), SEPN 707/907 -Campus do UniCEUB, Asa Norte, Brasília - DF, 70790-075. Telefone:(61) 3966-1200



Programação

Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
17/10 - Quinta-Feira
8h00
Recepção e Credenciamento
9h00-9h50
ABERTURA OFICIAL do CBJA
Mesa: Izabella Teixeira – Ministra do Meio Ambiente (confirmada)
Reitor do UNICEUB – Getúlio Américo Moreira Lopes
RBJA Brasília – Beth Fernandes
Representante do GDF -secretário de Meio Ambiente Eduardo Brandão
Sindicato dos Jornalistas DF -Wanderlei Pozzembom
Representante sociedade  – Contag

10h00-10h50
Palestra de Abertura – Ministra do Meio Ambiente

10h50-13h00
PAINEL 1 - Economia verde
Economia Verde no Brasil e no mundo – Eduardo Viola
A transição para a economia verde – CNI
Políticas Públicas – Camila Moreno, pesquisadora independente
Trabalho decente e empregos verdes – CUT – Secretário de Meio Ambiente
Moderação: Carlos Tautz -RBJA
11h-13h00
OFICINA
Jornalismo Ambiental – Conceito, Histórico, Práticas e Futuro
Roberto Villar- RBJA
O papel do assessor de imprensa como indutor das pautas da sustentabilidade
Afra Balazina – SOS Mata Atlântica
13h00-14h00
Intervalo e Relacionamentos
14h00-14h50
PALESTRA DE INSPIRAÇÃO
Código Florestal – Ambientalistas, ruralistas e o papel da imprensa – ISA -  Adriana Ramos

15h00-17h30
PAINEL 2 – Uso e manutenção dos recursos naturais e a segurança alimentar
Necessidades da humanidade e do Planeta – FAO/ONU – Gustavo Chianca
Equilíbrio entre produção e conservação – Global Footprint Network – Fabrício Campos
O avanço da fronteira agrícola X desmatamento/Código Florestal – André Lima, pesquisador do IPAM
Tecnologias locais de conversação e restauração da agrobiodiversidade – Daniel Vieira – Embrapa
Moderador: RBJA (Maristela Crispim)
15h00-17h30
OFICINA
Gestão da Água
Cecy Oliveira – RBJA
15h00-17h30
OFICINA
Comunicação ambiental
Silvia Marcuzzo – Diretora da ECOnvicta Comunicação para Sustentabilidade
18/10 - Sexta-Feira
8h00-8h50
Credenciamento
9h00-9h50
PALESTRA DE INSPIRAÇÃO
 Os muitos espaços do jornalismo ambiental
André Trigueiro – Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, professor de Jornalismo Ambiental da PUC/Rio
9h00-12h30
OFICINA – Cobertura jornalística e a Política Nacional de Resíduos Sólidos
Reinaldo Canto

Geojornalismo(atividade externa – nas dependências da Embrapa)
Gustavo Faleiros
10h00-12h30
OFICINA
Cerrado – Ocupação e Conservação
Mercedes Bustamante– UnB
10h00-12h30
PAINEL 3 – O Bem estar social e o uso/ocupação do território
 Ocupação urbana, crescimento e sustentabilidade - UnB – Aldo Paviani – geógrafo
Gestão e planejamento territorial no Brasil – ICMBio – Roberto Ricardo Vizentin
Gestão Territorial- interesses e desafio – Alexandra Reschke
 Resíduos Sólidos – Victor Bica – Cempre
OFICINA
As fronteiras entre o jornalismo e o ambientalismo: onde um ajuda ou atrapalha o outro
Vilmar Berna – Membro da RBJA e da Rebia

OFICINA
As fronteiras entre o jornalismo e o ambientalismo: onde um ajuda ou atrapalha o outro
Vilmar Berna – Membro da RBJA e da Rebia

 Ocupação desordenada e desastres naturais – Defesa Civil DF (convidada)
 Moderação: André Trigueiro/ RBJA
13h00-14h00
INTERVALO E RELACIONAMENTOS
14h00-14h50
PALESTRA DE INSPIRAÇÃO
 Sustentabilidade Ambiental: Racionalidades em Conflito
Enrique Leff (economista mexicano, doutor em Economia do Desenvolvimento pela Sorbonne (1975), e professor de Ecologia Política e Políticas Ambientais na Pós-Graduação da Universidade Nacional Autônoma do México).
15h00-17h30
PAINEL 4
Geração de conhecimento e pagamento das contas dos ODS
Mudanças de Paradigmas – Marcos Sorrentino
Universidades estão atentas para a demanda?- Marcel Burstyn – CDS/UnB
 A democratização da informação científica – Fabrício Ângelo
 Desafios para o setor produtivo frente os ODS e novos paradigmas – Fernando Malta (Cbeds)
 Moderação: UniCEUB – Mônica Prado
15h00-17h30
OFICINA
Comunicação e Meio ambiente na Amazônia
RBJA – Maria Nilda e Fabrício Ângelo
15h00-17h30
OFICINA
As fronteiras entre o jornalismo e o ambientalismo: onde um ajuda ou atrapalha o outro
Vilmar Berna – Membro da RBJA e da Rebia
15h30-17h30
OFICINA
Pautas da Caatinga, Semiárido e Desertificação
Maristela Crispim
17h00-17h30
LANÇAMENTOS/ AUTÓGRAFOS
19/10 - Sábado
8h00
Recepção
9h00-10h00
PALESTRA DE INSPIRACAO
Menos conversação, mais ação, por favor. Refazendo a pauta ambiental num mundo dominado pela “sustentabilidade”
Cláudio Angelo (ex-jornalista. Foi editor de Ciência e repórter da sucursal de Brasília (2010-2012) da Folha de S.Paulo, e editor da revista Superinteressante. Colaborou com veículos de imprensa como Época, Nature, Scientific American e Pesquisa Fapesp. Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo em 2009, na categoria Informação Científica, Tecnológica e Ecológica. É autor de “O Aquecimento Global” (Publifolha, 2008).
10h00-12h00
DEBATE
O futuro do jornalismo e financiamento da imprensa
RBJA – Ana Car0l Amaral
Fenaj – Celso Schöder
SJP-DF – Wanderlei Pozzembom
Moderação: Efraim Neto
12h00-13h00
PLENÁRIA
Homenagem aos 15 anos da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA)
Relatos dos moderadores- Balanço do evento
VI Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental – Regras para apresentação de candidaturas
13h00
ENCERRAMENTO V CBJA
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08 outubro 2013

ATIVIDADE NO SESC INTERLAGOS FESTEJOU INÍCIO DA TEMPORADA DE PLANTIOS DA INICIATIVA VERDE


Foi uma sexta-feira (27/09) para ninguém botar defeito. Céu azul, tempo agradável até um pouco frio e um cenário de causar inveja nas belas paisagens existentes no Sesc Interlagos.  Clima ideal e diversão garantida

A ação de plantio comemorativo reuniu mais de 150 pessoas entre jovens aprendizes do Senac – SP, clientes e convidados da Iniciativa Verde. Divididos em dois horários (às 10 da manhã e às 2 da tarde), os participantes tiveram o privilégio de plantar algumas das 200 mudas disponíveis de 15 espécies típicas da Mata Atlântica, entre elas, Embaúbas, Palmeiras-Juçara e Cedros. Eles ainda contaram com explicações e orientações sobre a importância das árvores e o seu correto manejo para o plantio.

À frente dos trabalhos durante todo o dia estiveram o diretor florestal da Iniciativa Verde, Pedro Barral, além da equipe técnica da organização e o coordenador do projeto Adote uma Árvore, do Sesc Interlagos, Gustavo Herdeiro de Faria. Ambos lembraram os muitos benefícios que uma área arborizada trás para todos, desde tornar o clima mais ameno, contribuir para reduzir enchentes, além de fornecer frutos e sombra tornando a vida mais agradável e prazerosa.

As pessoas ouviram atentas aos coordenadores da atividade e logo em seguida partiram ávidas para as suas mudas. Foram momentos inesquecíveis de puro contato com a natureza, muitos sorrisos, alegria e a sensação de estar fazendo algo muito positivo. O jovem Mateus Pereira de Souza que cursa Gestão de Negócios no Senac afirmou que quer repetir a experiência, “quero fazer isso de novo”.  Já as jovens Ingrid Talita e Rafaela dos Reis, também do Senac, chegaram a pensar que era mais fácil plantar uma árvore, mas aprenderam que existem etapas que precedem e sucedem o plantio para garantir que uma árvore cresça sadia e frondosa. Entenderam como é importante cuidar da natureza, ainda mais agora em tempos atuais com tantos casos de destruição ambiental.

“É mais fácil conservar uma floresta do que começar uma nova”, explicou Pedro Barral ao final da atividade sendo plenamente compreendido por todos que fizeram um belo exercício durante toda a ação de plantio.

Gustavo, do Sesc Interlagos,  ressaltou a importância da parceria com a Iniciativa Verde e convidou a todos a participar das atividades de educação ambiental do projeto Adote uma Árvore que tem, entre seus principais objetivos, aumentar os espaços verdes urbanos na cidade de São Paulo.

Passos muito positivos já foram dados, agora é só manter o ritmo e contribuir para deixar esse nosso mundo mais verde e agradável de se viver.

Reinaldo Canto
Assessoria de Imprensa
Iniciativa Verde
Fone: 11 3647-9293 e 11 9 9976-1610



  

04 outubro 2013

Já estamos vivendo em um novo planeta?




Segundo relatório do IPCC, hoje habitamos um mundo desconhecido em virtude dos níveis inéditos de concentração de carbono na atmosfera. 
Por Reinaldo Canto*

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Passageiros de cruzeiro observam iceberg na região da península Antártida; quantidade de grandes blocos de gelo desgarrados vem aumentando com a elevação da temperatura
Não surpreendeu, surpreendendo, saber que caminhamos todos rumo ao desconhecido. Diferentemente do que anunciava a série Star Trek, “indo onde nenhum homem jamais esteve”, não precisamos ser um capitão Kirk no comando da nave estelar USS Enterprise. Basta apenas sentar no próprio sofá, na cadeira do trabalho ou no banco do carro para realizarmos uma jornada a um novo mundo.
Segundo o IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão da ONU), atingimos tal quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, inédita, ao menos nos últimos 800 mil anos. E suas consequências para o futuro imediato é, pelo menos, o acirramento ainda maior dos fenômenos climáticos extremos que já temos observado sem grandes esforços. Períodos maiores de secas; chuvas mais torrenciais; ciclones e tornados mais frequentes ou ocorrências inéditas em locais antes não atingidos por esse tipo de fenômeno;  aumento no nível dos oceanos e derretimento de geleiras.
Todas essas evidências, assim como o aumento da temperatura média do planeta e a decisiva ação humana para que esse quadro se configurasse, já haviam sido apontadas no último relatório do IPCC divulgado em 2007. Mas o que antes era uma certeza, transcorridos mais 6 anos de estudos exaustivos levados a cabo por cientistas do mundo todo, tornou-se convicção.   Para o órgão das Nações Unidas, nós somos os responsáveis por esse estado de coisas e nos cabe também a missão de começar a reverter esse quadro.
O documento divulgado pelo IPCC enfatiza que: “a concentração de CO2 na atmosfera aumentou 40% desde a era pré-industrial em razão das emissões oriundas da queima de combustíveis fósseis. Deste total, 30% foram absorvidos pelos oceanos que, por essa razão, se tornaram mais ácidos e menos capazes de regular o clima”.
De 2007 para 2013 sem motivos para comemorar
Muitas das novas conclusões entre o penúltimo e o último relatório divulgados pelo órgão da ONU para mudanças climáticas está a certeza de que a pouca movimentação de autoridades para melhorar o quadro, trouxe como consequência o acirramento de alguns problemas, ou seja, o que era ruim ficou um pouco pior.
Quanto ao aumento da temperatura média desde 1850 estimada em 0,76 graus Celsius no relatório de 2007, passou para 0,85 ºC tendo como base o ano de 1880. O aumento no nível do mar também sofreu uma alteração para cima entre um documento e outro de 17 centímetros para 19cms. A velocidade de derretimento no Ártico foi outra constatação que mudou de patamar subindo de uma perda de 2,7% de gelo por década para algo entre 3 e 4,1% a cada dez anos.
Ceticismo sem lugar na história
São muitos os obstáculos para que possamos empreender mudanças nas políticas públicas mundiais que contemplem uma reversão no cenário apontado pelo IPCC. A ganância e imediatismo humanos são mais do que suficientes interesses econômicos a dificultar esse processo. Agora ainda ser obrigado a ouvir insistentemente os mesmos gatos pingados a bater na tecla que as mudanças climáticas e o aquecimento global não passam de bobagens, é demais para fígados sensíveis.
Quase sempre financiados por grandes corporações interessadas em deixar tudo como está a “base científica” usada por eles se assemelha aos comentários de botequim utilizando-se largamente de dados fora de contexto e responsabilidade zero.
Esperemos que as novas informações divulgadas mundialmente pelo IPCC sejam capazes de despertar a urgência na tomada de posições e evitar que no comando de nossa Enterprise esteja algum desses céticos trogloditas a arrastar nossa nave-mãe Terra para dentro de buracos negros ainda mais obscuros e desconhecidos.
Artigo publicado originalmente na coluna do autor no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/

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